Hábito
de ler é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento integral do ser humano
em todas as fases da vida
Nos
dias atuais, a leitura em telas tem conquistado o interesse de crianças e
adolescentes, que estão cada vez mais acostumados ao consumo rápido de
informações e aos conteúdos mais curtos. Nesse contexto, o contato com os
livros e suas narrativas mais longas e aprofundadas pode representar um desafio
significativo para esse público. Segundo a psicopedagoga e escritora infantil,
Paula Furtado, pais e educadores precisam criar estratégias inovadoras que
aproximam os jovens da literatura e que estimulem o prazer pela leitura de modo
adaptado às suas novas formas de aprender.
A
prática de ler oferece benefícios que vão além do aprendizado acadêmico, é uma
ferramenta poderosa para o desenvolvimento integral do ser humano em todas as
fases da vida. “Na infância, a leitura estimula a linguagem, amplia o
vocabulário e fortalece a criatividade, e na adolescência promove o
autoconhecimento e o pensamento crítico, e ainda ajuda os jovens a lidarem com
os desafios dessa fase. Na vida adulta, a rotina por explorar textos é
essencial para o aprendizado contínuo, pois contribui tanto para o crescimento
profissional quanto para o bem-estar emocional”, explica Paula.
Ainda
de acordo com a escritora, na terceira idade, exercitar a leitura mantém a
mente ativa, preserva a memória e enriquece a convivência com outras gerações.
E tem a leitura do ponto de vista terapêutico, que também exerce um papel
crucial no acolhimento afetivo, especialmente para as crianças, ao ajudá-las a
trabalhar sensações e experiências, principalmente quando as narrativas abordam
temas com os quais elas se identificam.
Diante
dessa perspectiva, é essencial cativar os pequenos pelo ato de ler desde cedo,
mesmo em um mundo digital, para que possam compreender todas as vantagens que a
leitura irá proporcionar. A especialista destaca que os pais devem adotar
medidas tão atraentes quanto às tecnologias, e elaborar um ambiente estimulante
e repleto de opções literárias. “O primeiro passo é ser um exemplo inspirador,
demonstrar entusiasmo e criar momentos compartilhados em família. A paciência é
essencial nesse processo, pois cada indivíduo tem seu próprio ritmo de
adaptação, e o segredo está em apresentar os livros como portais mágicos para
descobertas e aventuras, e não como obrigação, conectando-os aos interesses das
crianças de forma leve e prazerosa”, orienta Paula.
Encanto
pelos livros
Com
a crescente presença da tecnologia no cotidiano, escolas podem adotar métodos
de ensino modernos para integrar o ambiente digital de maneira a estimular a
leitura tradicional, especialmente entre os jovens. A tecnologia oferece
recursos valiosos que enriquecem a experiência, como títulos interativos, que
combinam animações e jogos para tornar o momento mais envolvente para as
crianças. Além disso, aplicativos educativos com passatempos e desafios motivam
os pequenos à leitura; e os QR Codes em livros físicos, que direcionam para
itens adicionais, como vídeos e músicas, ampliam a vivência ao conectar o mundo
físico ao cibernético. Estudos em e-books e plataformas também incentivam a
criatividade e permitem que as crianças criem e compartilhem suas próprias
histórias.
Para
Paula, os professores podem incentivar os alunos a participar de comunidades
literárias on-line para discussões, trocas de publicações e eventos virtuais
com autores, para enriquecer a experiência. “É importante também incorporar
tópicos digitais a projetos interdisciplinares e capacitar educadores para
utilizarem a tecnologia de forma complementar, e favorecer o processo de
aprendizagem para tornar a leitura mais atrativa e acessível”, enfatiza.
Já
habituados com a tecnologia, a personalização de conteúdo e as recomendações
multimídias se mostram fundamentais no estímulo à leitura, já que despertam o
interesse por novas obras e gêneros ao sugerir exemplares que se alinham com as
preferências de cada leitor. Essa abordagem cria uma experiência mais
significativa e engaja especialmente os jovens. Utilizados com formatos
familiares, essas ferramentas facilitam a exploração de novos temas para o
desenvolvimento do hábito de ler.
A especialista também recomenda o uso da tecnologia para aqueles que ainda não tiveram uma experiência positiva com a leitura. “Como psicopedagoga, ressalto que esse recurso é valioso para os leitores com dificuldades ou desinteresse inicial, pois possibilita uma mudança dos assuntos de acordo com o ritmo e nível de compreensão do leitor. Ao explorar temas mais profundos, a personalização promove uma conexão sensível e cognitiva mais forte com os livros, o que incentiva a continuidade da leitura e o prazer pela descoberta”, diz Paula.
Sobre
Paula Furtado
Paula
é pedagoga, formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP), com especialização em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Educação
Especial, Arte de Contar Histórias e Arteterapia pelo Instituto Sedes
Sapientiae e Leitura e Escrita, também pela PUC-SP. A profissional já trabalhou
como professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental na rede particular de
ensino, e já atuou como assessora pedagógica em escolas públicas e
particulares.
Paula
Furtado atende crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizado. Nesta
área da educação, a pedagoga ministra cursos para formação de educadores nas
instituições de ensino pública e particular e realiza palestras para pais sobre
a importância de contar histórias.
Como autora, Paula completa seu trabalho escrevendo diversos livros infantojuvenis (100 obras até o momento) e, dentro de suas atuações de jornada literária, também foi coordenadora e supervisora psicopedagógica em diversas publicações infantis (Contos de fadas, Lendas e Folclore) com Girassol Brasil e Mauricio de Sousa. A autora conclui suas atividades escrevendo para diferentes revistas de educação sobre temas pedagógicos, além de trabalhar na criação e patente de Jogos Pedagógicos como: Desafio, Detetive de Palavras, De Olho na Ortografia, dentre outros.
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