Programa
inédito "Palavras ancestrais" vai ao ar na segunda (3/2), às 23h, com
entrevistas de autores como Ailton Krenak
Reflexões
de grandes nomes da literatura indígena pautam o Caminhos da Reportagem
que a TV Brasil
exibe na próxima segunda-feira (3), às 23h. Para o programa inédito “Palavras
ancestrais”, foram entrevistados autores como Ailton Krenak, Daniel Munduruku,
Eliane Potiguara, entre outros.
A
Academia Brasileira de Letras ganhou o seu primeiro imortal indígena em 2024. O
escritor, filósofo e ambientalista Ailton Krenak foi eleito para a cadeira
número 5 e deu visibilidade a um movimento que vem crescendo cada vez mais no
Brasil, o da literatura produzida pelos povos originários.
“Para
mim a entrada de pessoas indígenas nos espaços de decisão da vida política e
cultural brasileira já entra atrasado. Eu cheguei na Academia Brasileira de
Letras com pelo menos uns 30 anos de atraso. Na minha fala de agradecimento
disse que iria levar comigo 305 povos”, avaliou Ailton Krenak.
Autor
de mais de 60 livros e ganhador de prêmios literários, como o Jabuti, Daniel
Munduruku escreve, principalmente, para crianças e adolescentes. O escritor
paraense criou ainda um selo editorial e promove outras ações para estimular a
produção literária de autores indígenas. “Nós somos hoje cerca de 120 autores
indígenas e existem em torno de 350 títulos no mercado que são efetivamente
reconhecidos como produção literária. E isso cresce a cada dia”, contabilizou
Daniel.
Daniel
Munduruku faz parte de um grupo de escritores indígenas considerado pioneiro na
literatura dos povos originários. Junto com ele está Kaká Werá, que organizou o
livro “Apytama-Floresta de Histórias”, ganhador do Prêmio Jabuti do ano passado
na categoria infanto-juvenil.
Kaká
destaca o papel dessa literatura como um instrumento de reflexão. “A literatura
indígena não é para contrapor o não indígena, é para colaborar com a sociedade
como um todo”, disse.
Eliane
Potiguara é reconhecida como a primeira escritora indígena a publicar um livro
no Brasil, a cartilha “A Terra é a Mãe do Índio", em 1989. Nos anos de
1970, ela trabalhou como professora e ativista em comunidades indígenas pelo
país. “Foi justamente no período da ditadura militar, quando nós também
sofremos muitos problemas. Naquele período eu entrei na militância e depois eu
criei o Grumin (Grupo Mulher e Educação Indígena)”, contou.
Em
nome de um grupo de escritoras indígenas, Eva Potiguara recebeu, em 2023, o
Prêmio Jabuti na categoria Fomento à Leitura com o “Álbum Biográfico -
Guerreiras da Ancestralidade”. “São muitas histórias de luta, de muito combate,
mas de muita esperança também”, disse Eva.
Francy
Baniwa pertence à comunidade Baniwa de Assunção do Içana, no Alto Rio Negro, no
Amazonas. Ela é doutora em Antropologia pelo Museu Nacional da Universidade
Federal do Rio de Janeiro e, em 2023, foi a primeira mulher indígena brasileira
a publicar um livro de Antropologia, “Umbigo do Mundo”, pela Dantes Editora. “A
antropologia chegou na minha vida como uma forma de falar sobre as narrativas a
partir do meu ponto de vista como indígena, como mulher, muito também o intuito
de falar por nós, falar sobre as nossas narrativas a partir dos nosso próprio
entendimento, da nossa interpretação””, contou Francy.
“A
gente gostaria que houvesse mais livros como “Umbigo do Mundo”, “A Queda do
Céu” (de Davi Kopenawa e Bruce Albert) e “Antes o Mundo não Existia” (de Umusi
Parokumu e Toramu Kehiri) . Muito mais dessa produção narrativa que tem muito a
nos ensinar pelas diversas camadas de conhecimentos: botânicos, ecológicos e de
pensamento filosófico”, avalia o antropólogo Idjahure Kadiwel. Para ele, o
livro de Francy “é uma aventura que convida os leitores a redescobrir um pouco
mais do que é o Brasil”.
Ficha técnica
Reportagem: Aline Beckstein
Reportagem cinematográfica: Mariana Vitarelli, Sandro Tebaldi e Marcio de
Andrade
Produção: Aline Beckstein e Ana Passos
Edição de texto: Ana Passos
Arte: Caroline Ramos e Wagner Maia
Intérprete de Libras: Erica Cristina
Sobre o programa
Produção jornalística semanal da TV Brasil, o Caminhos da Reportagem leva o
telespectador para uma viagem pelo país e pelo mundo atrás de pautas especiais,
com uma visão diferente, instigante e complexa de cada um dos assuntos
escolhidos.
No
ar há mais de uma década, o Caminhos da Reportagem é uma das atrações
jornalísticas mais premiadas não só do canal, como também da televisão
brasileira. Para contar grandes histórias, os profissionais investigam assuntos
variados e revelam os aspectos mais relevantes de cada assunto.
Saúde,
economia, comportamento, educação, meio ambiente, segurança, prestação de
serviços, cultura e outros tantos temas são abordados de maneira única. As
matérias temáticas levam conteúdo de interesse para a sociedade pela telinha da
emissora pública.
Questões
atuais e polêmicas são tratadas com profundidade e seriedade pela equipe de
profissionais do canal. O trabalho minucioso e bem executado é reconhecido com
diversas premiações importantes no meio jornalístico.
Exibido
às segundas, às 23h, o Caminhos da Reportagem tem horário alternativo na
madrugada para terça, às 4h30. A produção disponibiliza as edições especiais no
site http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosdareportagem
e no YouTube da emissora pública em https://www.youtube.com/tvbrasil.
As matérias anteriores também estão no aplicativo TV Brasil Play, disponível
nas versões Android e iOS, e no site http://tvbrasilplay.com.br.
Serviço
Caminhos da Reportagem – segunda-feira, dia 03/02, às 23h, na TV Brasil
Caminhos da Reportagem – madrugada de segunda-feira, dia 03/02, para
terça-feira, dia 04/02, às 4h30, na TV Brasil
Site
– https://tvbrasil.ebc.com.br
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