No
romance "O Retorno dos Deuses", o escritor Léo de Andrade coloca o
destino da humanidade nas mãos de alienígenas
Bibliotecário e escritor, fã de obras de
terror e ficção científica, Léo de Andrade sabe bem o apelo que esses gêneros narrativos possuem sobre
quem resolve se aventurar neles. Ao notar a receptividade dos jovens leitores
para enredos do tipo e o interesse por ufologia, se motivou a escrever O Retorno
dos Deuses, seu primeiro
sci-fi.
Na trama do livro, o empresário Douglas
Peterson é enviado para outra dimensão e descobre a influência de lideranças
alienígenas no desenvolvimento da raça humana. Para sobreviver, o protagonista
precisará se unir a desconhecidos e acreditar no melhor da humanidade.
Em entrevista, o autor falou sobre suas
referências cinematográficas e literárias, e a importância da literatura de
fantasia para as produções artísticas. Confira abaixo:
1. O Retorno dos Deuses
é um livro de ficção especulativa, que combina elementos de ficção científica e
fantasia. Quais são suas principais referências dentro desses gêneros?
Léo de Andrade:
As referências são várias, entre as principais estão literatura e cinema. A
parte da literatura comecei com livros de poesia, de modo que a forma de me
expressar durante a narrativa da história soa poética, uma escrita que acho
muito bonita e, para o terror, soa impactante. Os principais gêneros são
ficção científica, terror e poesia gótica. Amo Álvares de Azevedo, Edgar Allan
Poe, Lord Byron e Rimbaud. Também sou fascinado pelos livros apócrifos da
Bíblia e de Stephen King. No cinema, os filmes de O Exterminador do Futuro, a Saga de James Cameron; Mad Max, a Saga de George Miller; e Alien: o 8º passageiro, de Ridley Scott.
2. Alienígenas
desempenham um papel importante no livro. Por que você decidiu incluí-los na
história?
L.A.:
Eu sempre fui fascinado por algumas teorias, mesmo elas sendo improváveis.
Achava fantástico e me pegava pensando: “e se foram eles que nos criaram?” É
polêmico o pensamento, porém me transmitiu uma ideia de produzir uma ficção,
uma história apocalíptica. Eu pesquisava sites ufológicos, lia casos de abdução
e participava de grupos que discutiam aparições de OVNIS. Então tudo isso foi
primordial para que surgissem “tempestades” de ideias eu começasse a escrever.
Por fim a inspiração chegou.
3. O livro também traz
elementos de terror e uma narrativa distópica. Na sua opinião, por que esse
tipo de história chama a atenção de muitos leitores atualmente? E quais
mensagens deseja repassar aos leitores?
L.A.:
Eu sou bibliotecário, trabalhei em escolas, e percebia ao atender os usuários
que gostavam bastante do gênero terror e queriam esses livros nas bibliotecas
escolares. Mas existia um controle sobre o tipo de gênero que entrava. Porém os
alunos buscavam incessantemente terror e animes - e a linguagem dos animes os
encantavam. Pensei muito nela enquanto construía a narrativa das batalhas
durante o percurso da história. A mensagem que deixo para os leitores é que não
deixem de valorizar a leitura do gênero fantasia e ficção, é excepcional e
estimula a criatividade, bem como ajuda em outras áreas da vida.
4. Antes de escrever
este romance, você publicou poemas. Quais foram os desafios de transitar de um
gênero para o outro?
L.A.:
A poesia é mais fácil de introduzir já que a maioria é curta e não exige tempo
para concluir as obras. Você pode escolher qual poema ler sem seguir uma ordem,
a não ser que o livro proponha. Já histórias e narrativas em prosa demandam
tempo para ler ou terminar a obra, e isso gera o desafio de fazer o leitor
conhecer a sua história. Enquanto escrevia, sempre pensava que eu gostaria que
a história prendesse o leitor, de modo que ele não esquecesse com facilidade as
cenas que a perpassam.
5. A ficção
especulativa brasileira tem crescido muito e conquistado novos espaços. Você
acredita que editoras e leitores estão mais receptivos para esse tipo de
literatura?
L.A.:
Eu acredito que sim. Apesar do meu livro ter sido concluído em 2014, pude ver
nos últimos anos o crescimento do gênero e a evolução da ficção científica no
mundo literário e no cinema. Temas como universos paralelos e multiversos, como
o exemplo dos filmes da Marvel: Dr. Estranho: Multiverso da loucura,
Homem-Aranha no Aranhaverso, e
outros como Avatar e Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, que inclusive ganhou um Oscar de melhor filme em 2023.
Portanto existe um exponencial crescimento e interesse das pessoas por esses
temas, e é preciso conhecer e experimentar a literatura fantástica.
Sobre o autor: Natural
de Vila Velha, Léo de Andrade é bibliotecário formado pela Universidade Federal
do Espírito Santo (UFES). O contato ainda maior com os livros ao longo da
carreira confirmou a paixão pela literatura, principalmente narrativas de
terror, policiais e ficção científica. Resultado foi a publicação de dois
poemas na Simbiótica Revista Eletrônica da UFES (“Apoteose” e “Atrás de um
pesadelo”) e a conquista do 1º livro Prêmio Café de Poesia, com o poema “Fruto
de Cafa” pela editora Cousa.
A paixão por outras artes, como também o
faz enveredar por outros caminhos, como a música. Já gravou duas canções pela
Gravadora S2, intituladas “Alma” e “Reencontro”, ambas disponíveis no Youtube.
Redes sociais do autor:
Facebook: /leonardo.goncalvesdeandrade
Instagram: @leonardo.gandrade
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