Uma das personagens mais icônicas da literatura e da teledramaturgia brasileira ganha versão operística inédita com adaptação e música original de Tim Rescala; apresentações em Belo Horizonte acontecem nos dias 21 e 22 de novembro e os ingressos já estão à venda
A Orquestra Ouro Preto tem a alegria de trazer a Belo Horizonte seu mais novo espetáculo, “Hilda Furacão, a Ópera”, uma adaptação do aclamado romance de Roberto Drummond, ambientado na capital mineira e imortalizado na célebre minissérie dos anos 90. Sob a regência do Maestro Rodrigo Toffolo, a montagem promete capturar a intensidade dos sentimentos e a complexidade dos dilemas da personagem que desafiou as convenções sociais de uma conservadora Belo Horizonte dos anos 60.
As apresentações contam com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e acontecem nos dias 21 e 22 de novembro, às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. Os ingressos já estão à venda no site e na bilheteria do teatro. Na sequência, a produção segue para o Rio de Janeiro, nos dias 24 e 25 do mesmo mês, para duas récitas na Cidade das Artes.
Com música original de Tim Rescala e direção de cena de Julliano Mendes, “Hilda Furacão, a Ópera” celebra a riqueza da cultura brasileira, em uma produção cantada em português. Dividida em dois atos, o espetáculo explora os dilemas éticos, sociais e religiosos de uma época.
O elenco conta com renomados cantores líricos brasileiros, prometendo emocionar o público em uma montagem impactante: interpreta a Hilda e Jabez Lima a Frei Malthus; Marília Vargas é Loló Ventura, enquanto Marcelo Coutinho encarna Nelson Sarmento; Johnny França é Aramel e Fernando Portari representa o narrador e autor Roberto Drummond.
A mezzo-soprano Carla Rizzi é quem dá vida à protagonista. Com sólida trajetória na cena operística brasileira, a artista ainda soma vasta experiência como atriz, emprestando à personagem toda força dramática que ela demanda. A cantora repete a parceria com a Orquestra Ouro Preto, cujo último capítulo havia sido a bem-sucedida montagem “Auto da Compadecida, a Ópera”, assim como Jabez Lima, tenor que interpreta Frei Malthus.
Uma das mais proeminentes vozes da ópera nacional, Jabez Lima empresta seu talento ao jovem frei que vive os dilemas entre o desejo da santidade e a tentação de seus sentimentos. O tenor, que interpretou João Grilo na versão mineira da obra de Suassuna, mostra toda sua versatilidade e excelência agora em uma faceta dramática.
O romance do escritor mineiro conta a história de Hilda, uma jovem bela e rebelde que rompe com as expectativas ao abandonar sua vida de prestígio e refugiar-se na zona boêmia da capital mineira. Sua jornada se entrelaça com a de Frei Malthus, um jovem religioso determinado a transformar a vida dos habitantes da região. Esse encontro desencadeia uma série de conflitos éticos e sociais, em um confronto entre desejo e dever, liberdade e moralidade. Uma narrativa que encontra na ópera a linguagem perfeita para seu desenvolvimento dramático se somando ao panteão de grandes heroínas do gênero, como Carmem e Aída, consolidando o caminho para a criação de uma ópera nacional e que dialoga com nossa história, cores e sons.
“Hilda tem tudo que a gente procura em um libreto, sob o ponto de vista operístico, para levar uma história para o palco. É rica no que tange aos conflitos, às reflexões, à dramaturgia, a esse equilíbrio entre o drama e os momentos cômicos. Além disso, Hilda é uma personagem feminina muito importante da nossa literatura, que carrega fortes reflexões sobre liberdade, imposições sociais e sobre traçar seu próprio destino. Tudo isso faz dela uma protagonista perfeita para esse ciclo de óperas que a Orquestra Ouro Preto vem desenvolvendo”, explica o maestro Rodrigo Toffolo.
Tim Rescala, que repete a parceria operística com a formação mineira após a bem-sucedida montagem de “Auto da Compadecida, a Ópera”, reforça as qualidades da narrativa que agora chega aos palcos. “Hilda tem todos os elementos para se tornar uma ópera: uma trama instigante e trágica, talvez até tragicômica, personagens fortes, carismáticos e uma grande carga emocional”, enumera.
Para as composições originais, Tim Rescala incorporou elementos da música popular da época, sobretudo o que se ouvia pelo rádio, ao discurso operístico. “Não só a música brasileira, mas também norte-americana, incluindo também os boleros que tanto sucesso fizeram no mundo todo neste período. Esse cancioneiro marcou muito essa época e procurei incorporar esse universo sonoro à partitura para chegar a algo híbrido, em uma ópera com ares de musical”, avalia o compositor.
Com a estreia de “Hilda Furacão, a Ópera”, a Orquestra Ouro Preto reafirma sua busca na criação de um repertório operístico brasileiro e convida o público a mergulhar em uma jornada de amor, fé e desafio às normas estabelecidas.
As apresentações em Belo Horizonte e Rio de Janeiro contam com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, parceiro da formação mineira na valorização da cultura brasileira. “Esta montagem inédita de Hilda Furacão, sucesso na literatura e na TV, celebra a riqueza da nossa cultura através de uma ópera moderna, que se conecta às mais diversas plateias e valoriza as histórias brasileiras de uma maneira inovadora. A parceria de longa data entre o Instituto Cultural Vale e a Orquestra Ouro Preto faz sentido exatamente porque buscamos objetivos em comum: contribuir para a formação de novos públicos e democratizar o acesso à arte”, diz Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.
SERVIÇO
Orquestra Ouro Preto: “Hilda Furacão, a Ópera” em Belo Horizonte
Data: 21 e 22 de novembro de 2024
Horário: Às 20 horas
Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (avenida Afonso Pena, 1537, centro. BH)
Ingressos: No site e na bilheteria do teatro
Informações: www.orquestraouropreto.com.br
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