Patrícia Portaro: pioneirismo na Supervisão Musical

Patrícia Portaro - crédito Arquivo Pessoal/Divulgação

 

Ainda pouco explorada no Brasil, a Supervisão Musical tem em Patrícia Portaro um de seus primeiros expoentes no país. Formada em direito e Music Business, dedica-se à profissão desde 2009, depois de fazer uma especialização na Califórnia. A função une conhecimentos musicais, jurídicos e administrativos. O trabalho do Supervisor Musical começa na pré-produção e vai até a finalização do projeto: filmes, TV, games, publicidade e trailers fazem uso desse profissional.

 

"A supervisão musical engloba vários conhecimentos, inclusive o jurídico", explica Patrícia. "Não é necessário ser um advogado para trabalhar com supervisão musical, mas é fundamental ter um conhecimento jurídico sobre direitos musicais e contratos de licenciamento. Mas o trabalho vai bem mais além", complementa a paulistana. Em resumo, a atividade equilibra uma série de aspectos: criativo, financeiro, negocial e legal.

 

As tarefas da área vão desde criar o conceito musical junto com os criativos do projeto, indicação de artistas e negociações de orçamentos e contratos. "Existe um trabalho criativo desde a leitura do roteiro do projeto, concepção musical junto aos criativos, escolha de músicas e talentos musicais para o projeto, e também a produção, realização e contratação de tudo isso", sintetiza. É tarefa do supervisor sugerir o repertório musical, mas também buscar alternativas a músicas que não cabem dentro do orçamento.

 

Na prática, quando um artista é convidado para gravar uma música inédita para um projeto, é atribuição do supervisor acompanhar a gravação e cuidar dessa produção executiva - tudo de acordo com as normas de cada canal ou produtora. "A parte mais gratificante é quando você assiste uma série ou filme e vê que todo aquele esforço valeu a pena. Não tem nada mais emocionante do que assistir uma cena ou trailer com uma música que a gente escolheu ou viabilizou", conta Patrícia.

 

Atualmente, Patricia é co-presidente da Guild Of Music Supervisors Brasil, organização cuja missão é promover a arte da profissão para o benefício mútuo de todos os interessados. "A principal função do GMS americano e também do GMS Brasil é a educação, tanto no sentido de informação sobre a nossa profissão, mas também na formação de profissionais para atuarem na área de forma correta já que esse é um trabalho que requer conhecimento e responsabilidade", define.

 

Entre as produções mais recentes em que Patrícia atuou como supervisora musical estão: "Pedaço de Mim" (Netflix),"DNA do Crime" (Netflix), "Biônicos" (Netflix), “Filho da Mãe” (Amazon Prime), "Minha Irmã e Eu", "A Paixão Segundo GH", "União Instável" (Netflix), "O Ninho - Futebol e Tragédia”, (Netflix), “O Rei da TV” (Starz), "Além do Guarda-Roupa" (HBO Max) e "Beijo Adolescente" (HBO Max). Seu primeiro trabalho no Brasil na área foi o longa "As Melhores Coisas do Mundo" (2010), de Laís Bodanszki. 

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