Realizado
anualmente em Tiradentes (MG), o Festival Artes Vertentes, considerado um dos
eventos mais importantes do país na promoção das artes de forma integradas,
segue até o próximo dia 29 de setembro., com programação rica e diversificada.
Reconhecido
como um dos mais importantes festivais de artes integradas do país, o Festival
Artes Vertentes – Festival Internacional de Artes de Tiradentes, elegeu Alteridade como temática
escolhida para a décima terceira edição, que segue até 29 de setembro na cidade
histórica. A programação reúne a realização de concertos, exposições,
exibições, bate-papos, residências artísticas, oficinas, além de uma série de
atividades voltadas para a promoção das artes e do conhecimento. A programação
de artes cênicas para os próximos dias conta com apresentação dos espetáculos:
“O Estrangeiro reloaded”,
protagonizado por Guilherme Leme e direção de Vera Holtz, além do premiado “Tebas Land”, com Otto
Jr. (vencedor do Prêmio Shell de Melhor ator) e Robson Torinni.
A
proposta é oferecer uma programação que seja capaz de promover reflexões acerca
da importância de se respeitar as individualidades e a construção coletiva na
busca pela compreensão das diferenças. “Estamos convictos de que reconhecer a
existência de pessoas e culturas singulares e subjetivas, que pensam, agem e
entendem o mundo de suas próprias maneiras é um primeiro passo importante para
a formação de uma sociedade justa, equilibrada, democrática e tolerante.
Estamos empenhados em realizar esta reflexão de forma plural e diversificada”,
destaca Luiz Gustavo Carvalho, curador e diretor artístico do Festival Artes
Vertentes.
Sobre
os espetáculos:
- “O
Estrangeiro reloaded”
“O
Estrangeiro reloaded” é uma adaptação do livro do escritor, jornalista e
filósofo franco-argelino Albert Camus (1913-1960), Prêmio Nobel de Literatura
em 1957, lançado em 1942. Protagonizado pelo ator e diretor Guilherme Leme, a
montagem tem direção de Vera Holtz. Guilherme e Vera conheceram juntos a versão
da mais conhecida obra de Albert Camus adaptada pelo ator, diretor e amigo
dinamarquês Morten Kirkskov. Guilherme já gostava do livro e ficou encantado
com a possibilidade de levar O Estrangeiro aos palcos. Vera aceitou estrear na
direção. Juntos, criaram a primeira montagem do clássico do escritor no Brasil.
O processo levou dois anos de maturação com leituras dramatizadas realizadas
para amigos, críticos literários, diretores e público, no Rio e em São
Paulo. Após 15 anos da primeira e bem-sucedida montagem, sucesso de
público e crítica, que circulou por quatro anos pelo Brasil e se encerrou no
Festival de Edimburgo em 2012, Vera Holtz e Guilherme Leme Garcia, se juntam
novamente para darem nova roupagem e emprestar novo olhar, remixado e
recarregado de novos sentidos, à obra prima da literatura mundial.
Meursault,
o personagem central de O Estrangeiro, leva uma vida banal; recebe a notícia da
morte da mãe, comete um crime, é preso, julgado, em meio à controversa relação
entre o indivíduo e a lei, sendo assim mais um homem arrastado pela correnteza
da vida e da história. Seu drama pode ser lido como o drama de qualquer pessoa,
que se depara com o absurdo, ponto central da obra de Albert Camus. Na trama,
Meursault não encontra explicação nem consolo para o que acontece em sua
trajetória, tudo acontece à sua revelia e nada faz o menor sentido. Ele não
acha explicação na fé, religião ou ideologia, não tem onde se amparar. O que
pode ser visto como uma vantagem: esse homem é livre, pode se fazer a si mesmo,
sua vida está em aberto. Ele se depara, e se angustia, diante da liberdade e do
absurdo, e quando descobre que essas duas condições são intrínsecas, finalmente
encontra a paz.
Ficha Técnica “O
Estrangeiro reloaded”
Texto:
Albert Camus
Adaptação:
Morten Kirkskov
Tradução:
Liane Lazoski
Direção:
Vera Holtz
Performance:
Guilherme Leme Garcia
Desenho
de Luz: Aline Santini
Figurino:
João Pimenta
Movimento:
Renata Melo
Trilha
Sonora: Zema Tämatchan
Identidade
Visual: Roger Velloso
Assistente
de Direção e Produção Executiva: Sofia Papo
Direção
de Produção: Sérgio Saboya
Classificação: 16 anos
- “Tebas
Land”
Escrito
pelo diretor e dramaturgo franco-uruguaio, Sergio Blanco, o espetáculo “Tebas
Land” é inspirado no mito do Édipo e na vida de São Martinho de Tours, santo
europeu do século IV. A montagem tem como tema central um parricídio. O
espetáculo, porém, não foca na reconstrução do crime, mas nos encontros entre
um jovem parricida e um dramaturgo interessado em escrever a história desse
crime. Dirigido por Victor Garcia Peralta, o espaço cênico de Tebas Land é
simples e depurado: a quadra de basquete da prisão, onde acontece o encontro
quase documental entre esses dois personagens, duas pessoas de mundos
completamente distintos. Começa então uma peça dentro da peça, em que o
jovem assassino e o ator que o interpreta são representados por Robson Torinni.
O elenco também traz Otto Jr., no papel do dramaturgo. Com esse jogo de
metalinguagem, a peça pode ser considerada uma tese sobre o fazer do teatro,
em que o espetáculo surge de uma sedutora combinação entre razão e emoção dos
personagens.
“O
texto nos cativou pelos dois diferentes planos, razão e emoção, e pelo
processo criativo imbuído neles, em que a dramaturgia é construída durante a ação
da peça, oscilando, quase que paralelamente, entre a discussão do fato
ocorrido e a construção do texto da peça que será baseada no crime”, destacam
Victor Garcia Peralta, diretor e Torinni, idealizadores do projeto.
Victor Garcia Peralta - Diretor
Formado
no Piccolo Teatro di Milano sob a direção de Giorgio Strehler. Trabalhou em
Buenos Aires como ator e diretor em diversos espetáculos. No Brasil, dirigiu o
sucesso de público Os homens são de Marte... E é para lá que eu vou! (com
Mônica Martelli). Também foi responsável pela direção dos espetáculos Não sou
feliz, mas tenho marido (com Zezé Polessa). Decadência (de Steven Berkoff, com
Beth Goulart e Guilherme Leme), Tudo que eu queria dizer (de Martha Medeiros,
com Ana Beatriz Nogueira) e Quem tem medo de Virginia Woolf? (de Edward Albee,
com Zezé Polessa), A Sala Laranja: no Jardim de infância (Victoria Hladilo), O
garoto da última fila (J. Mayorga). Na televisão dirigiu Alucinadas
(Multishow), Gente lesa (GNT).
Robson Torinni - Ator e idealizador
O
ator pernambucano participou de alguns trabalhos no cinema, teatro e televisão.
Iniciou sua trajetória na Escola de Atores Globe-SP, passando pela Oficina de
Atores da Rede Globo e Escola de Atores Wolf Maya. Se formou como Bacharel em
Teatro no Rio de Janeiro e sua primeira produção foi A Sala Laranja: no Jardim
de Infância.
Otto Jr. - Ator
Ator mineiro radicado no Rio de Janeiro, ganhou o Prêmio APTR 2017 de melhor ator por “Amor em dois atos”, de Pascal Rambert e direção de Luiz Felipe Reis. Atuou em mais de 30 peças. Integrou por 10 anos a Cia. Teatro Autônomo, sob a direção de Jefferson Miranda, onde, além de ator, foi criador (junto com os demais integrantes da Cia.) de espetáculos, como o premiado “Deve Haver Algum Sentido Em Mim Que Basta”, ganhador em 2005 do Prêmio APCA de “melhor espetáculo”.
Ficha Técnica
Autor:
Sergio Blanco
Tradutor:
Esteban Campanela
Direção:
Victor Garcia Peralta
Atores:
Otto Jr. e Robson Torinni
Cenógrafo:
José Baltazar
Iluminador:
Maneco Quinderé
Figurino:
Criação coletiva
Trilha
sonora: Marcello H
Operador
de luz: Walace Furtado
Operador
de som: Rodrigo Pinho
Direção
de produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela
Produção
executiva: João Eizô Y Saboya
Idealização:
Robson Torinni e Victor Garcia Peralta
Classificação:
16 anos
Sobre o Festival Artes Vertentes
Criado em 2012 por Luiz Gustavo Carvalho e Maria Vragova, o Festival Artes Vertentes é projeto realizado pela Ars et Vita e pela Associação dos Amigos do Festival Artes Vertentes. O evento vem apresentando, ininterruptamente, uma programação artística que estimula diálogos entre as mais diversas linguagens artísticas e propõe, por meio da arte, reflexões sobre temas de relevância para a sociedade contemporânea. Vencedor do prêmio CONCERTO 2021 e nomeado para o prêmio internacional Classic: NEXT Innovation Award 2022, durante as últimas doze edições, o Festival Artes Vertentes já recebeu mais de 470 artistas, originários de 40 países.
Mais
informações no site www.artesvertentes.com.
Serviço
Programação Artes Cênicas Festival Artes Vertentes
Espetáculo “Tebas Land”
Data: 27 de setembro - sexta-feira
Horário: 20h
Local: Centro Cultural Yves Alves (Rua Direita, 168 -
Tiradentes/MG)
Ingressos: R$40 inteira e R$20 meia
Classificação: 16 anos
Espetáculo “O
Estrangeiro reloaded”
Data: 28 de setembro - sábado
Horário: 19h
Local: Centro Cultural Yves Alves (Rua Direita, 168 -
Tiradentes/MG)
Ingressos: R$40 inteira e R$20 meia
Classificação: 16 anos
20% dos ingressos da programação musical e de artes cênicas
do Festival Artes Vertentes será reservada para distribuição gratuita entre
estudantes e professores universitários. Os ingressos poderão ser retirados no
dia de cada evento mediante apresentação de comprovante. A distribuição dos
ingressos termina meia hora antes do início de cada apresentação.
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