Arte dos Mestres reúne artesãos de oito estados brasileiros para segunda edição da exposição-feira em São Paulo
Organizado
pela ONG Artesol sob a curadoria de Josiane Masson e Marco Aurélio Pulchério, a
mostra gratuita trará 280 obras que poderão ser adquiridas pelo público
diretamente com os artistas-artesãos. A programação contará com rodas de
conversas e ateliê com os mestres produzindo obras ao vivo
Entre os dias 27 de agosto e 1º de
setembro, a ONG Artesol promove a segunda edição da exposição-feira Arte dos Mestres, com o patrocínio master do Nubank. Para esta edição, a
organização, que há mais de 25 anos se dedica à valorização do artesanato
cultural brasileiro, convida 15 mestres-artesãos, grupos e coletivos familiares de diferentes Estados
como: Alagoas, Pernambuco, Ceará, Bahia, Piauí, Minas Gerais, Acre e Mato
Grosso, para exibirem 280 criações feitas especialmente para a mostra no Espaço State, na Vila
Leopoldina em São Paulo.
“O grande desafio e missão da Artesol ao
realizar mais uma edição de Arte dos Mestres é apresentar e fazer com que sejam
devidamente reconhecidos esses atores sociais, que são guardiões de legados de
seus antepassados e de suas culturas e referências em suas comunidades.
Queremos que ainda mais pessoas possam conhecer seus trabalhos, garantindo para
eles um mercado consumidor mais justo e amplo, que reconheça o valor dessas
obras não apenas pela estética, mas por sua carga histórica e cultural”, completa a presidente da Artesol Sonia Quintella.
"Apoiar projetos como o Arte dos
Mestres é um ato de reconhecimento e valorização da riqueza sociocultural do
Brasil. Por meio de nossa estratégia de ESG, entendemos que a arte não é apenas
uma forma de expressão; ela é um poderoso agente transformador na sociedade ao
conservar e disseminar a diversidade cultural, impulsionar o desenvolvimento
econômico e social dos artistas-artesãos e promover a sustentabilidade de
práticas artesanais que passam de geração em geração", afirma Caroline Afonso, head de ESG do Nubank.
Com entrada gratuita e uma visitação
significativa de mais de 8 mil visitantes em 2023, em apenas 5 dias, a
exposição é especial porque é também uma feira para a comercialização das
obras, onde os interessados podem adquiri-las diretamente com os artistas ali
presentes. Além das obras confeccionadas com diferentes materiais e técnicas –
de fios e fibras, madeiras e couro, barro e sementes, com saberes e fazeres da
cerâmica, do entalhe, da costura e tecelagem, também serão exibidos
documentários que registram a história, a cultura e os processos criativos dos
autores, um registro da memória para potencializar trocas e experiências mais
profundas entre os visitantes e os artistas, mestres e artesãos.
“Para este ano, a curadoria trouxe
inovações contemplando novas técnicas artesanais como os saberes e fazeres
têxteis, ampliando as escolhas para outras manifestações artísticas da cultura
popular brasileira. Como na primeira edição, além dos mestres e legados
familiares que atravessam gerações, dessa vez teremos trabalhos oriundos de
coletivos de mulheres guiados por suas mestras. Contaremos novamente com a
presença indígena, representada pelo Povo Ashaninka e traremos elementos dos
modos de vida sertanejo, ribeirinho e quilombola apresentados em outras versões
e combinados com referências intergeracionais e de gênero. Um ateliê aberto ao
público será lugar para reverenciar a maestria do domínio técnico desses
mestres artistas”, afirma Josiane
Masson, curadora da Arte dos Mestres ao lado de Marco Aurélio Pulchério.
A programação, que segue até 1º de
setembro, contempla rodas de conversa com a participação dos convidados nessa
edição, mediadas por estudiosos e pesquisadores do universo da arte e cultura
popular. A proposta desses bate-papos é promover reflexões sobre as fronteiras
porosas entre arte e artesanato e os principais desafios de construir uma
carreira no universo do artesanato cultural, além de discutir sobre os aspectos
sociais e econômicos que permeiam essa produção nos quatro cantos do país.
Teremos também um dia específico reservado para as atividades educativas
voltadas para jovens estudantes e educadores, com o intuito de reforçar o
caráter formativo do projeto.
Segundo Marco Aurélio, “a curadoria é
pensada de forma holística com espaços, recursos e programação voltada para
conscientizar sobre a importância da proteção desses bens culturais imateriais
e materiais, incentivando a continuidade e renovação dos trabalhos artesanais
como vetores de inclusão social e econômica nacionais”, uma vez que muitos desses artesãos são os responsáveis
por perpetuar conhecimentos tradicionais que movem a economia de suas
comunidades.
Sobre os artesãos
Diretamente da fronteira do Acre com o
Peru, o povo
indígena Ashaninka, conhecido
por sua tradição ligada à música, traz para a segunda edição de Arte dos
Mestres, artefatos musicais, vestimentas trabalhadas em tear e tecidos pintados
à mão com pigmentos naturais, combinando adereços trabalhados com sementes
dessa que é a região de maior biodiversidade da Amazônia. Ainda no segmento do
artesanato têxtil, teremos as coloridas redes de Várzea Grande do coletivo
feminino Tece
Arte, do Mato Grosso, e os Ojás
e Alakás tradicionalmente usados no candomblé ketu, nação do Ilé Axé Opó Afonjá
de Salvador (BA), confeccionados pelas tecelãs da Casa do Alaká.
Mestre no manejo do couro, Espedito
Seleiro, de Nova Olinda (CE),
irá expor painéis de diferentes cores e formas, junto com outro artista e
artesão cearense, José Lourenço, coordenador da “Lira Nordestina”, reconhecido como o maior
xilogravurista da escola cariri de xilogravura e seus álbuns que retratam a
vida de Padre Cícero, Patativa do Assaré entre outros.
Já os trabalhos em madeira demonstram as
diferentes habilidades de nomes como Nen, e suas criações com o reaproveitamento de madeiras de
canoas de muitas décadas, às vezes mais de um século que navegaram rios,
lagunas e o mar de Alagoas; Maqueson, retrata cenas, fauna e flora da exuberância floresta
amazônica a partir de uma técnica de marchetaria única criada por ele, e Josielton, representante da nova geração de escultores do Piauí, com
sua arte santeira representando anjos sertanejos, santos e árvores nativas.
Além deles, o pernambucano André Menezes apresenta seus trabalhos com uma
técnica de reaproveitamento de materiais que ele batizou como reclipachê.
Por fim, a arte em cerâmica está
representada pela grande Mestra Irinéia e sua arte resistente quilombola. Também de Alagoas o
artista Claudio, vai nos encantar com seu trabalho delicado de
miniaturismo. Mestre Fernandes Rodrigues (PE), trará seu trabalho de esculturas de personagens da
cultura nordestina, sempre “com os pés descalços para remeter à simplicidade
desse povo” de acordo com suas palavras. Ainda de Pernambuco teremos a honra de
conferir as criações dos filhos do mestre Zé Caboclo e as expressões estéticas que cada um deles trilhou.
Celebraremos também os nomes do mineiro Ulisses Pereira Chavez e do baiano Jotacê com a participação de seus filhos e a apreciação de suas
obras, perpetuando e honrando os legados de seus pais.
Serviço:
Feira-Exposição Arte
dos Mestres 2024
Curadoria: Josiane
Masson e Marco Aurélio Pulchério
Realização: Artesol
| Patrocínio Master: Nubank
Período: 27
de agosto de 2024 - reservado para Educativo
28 de agosto – visitação aberta ao público a partir das 13h
29 de agosto a 1º de setembro - visitação das 11h às 19h
Local: Espaço
State - Avenida Manuel Bandeira, 360 - Vila Leopoldina, São Paulo/SP
Entrada gratuita.
Mais informações em www.artesol.org.br
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