Saiba
mais sobre as figuras centrais das festividades juninas e a importância de cada
um na cultura brasileira
A
Festa Junina é um dos eventos mais vibrantes e aguardados do calendário
cultural brasileiro. As celebrações, que ocorrem em junho, são marcadas por
danças, comidas típicas, fogueiras e uma devoção especial a três santos: Santo
Antônio, São João e São Pedro.
De acordo com o
pastoralista do Colégio Marista Paranaense, Jean Marcos Gregol, as festividades
juninas transcendem a devoção religiosa popular, tecendo, por meio da cultura e
da diversidade, um rico mosaico de fé, tradição e alegria. “As celebrações são
oportunidades de viver a comunhão e de partilhar a vida, pilares fundamentais
da fé cristã. E fazer isso com alegria, com muita alegria!”, explica.
Mais
do que festejar, é essencial também conhecer a história por trás de cada evento
cultural, o que torna a experiência mais rica e significativa. Conheça um pouco
mais sobre essas figuras que inspiram tantas tradições e rituais.
Santo Antônio: O Santo Casamenteiro
No
dia 13 de junho, os olhares se voltam para Santo Antônio, conhecido
popularmente como o "Santo Casamenteiro". Nascido em Lisboa,
Portugal, no século XII, Antônio de Pádua faleceu em 13 de junho de 1231 em
Pádua, na Itália e é celebrado por suas pregações e milagres até os dias de
hoje. Sua fama de casamenteiro vem de lendas que o associam à ajuda para que
mulheres encontrassem bons maridos.
Nas
festas juninas, as simpatias para Santo Antônio são comuns. Quem nunca ouviu
falar de colocar a imagem do santo de cabeça para baixo em um copo d'água ou
enterrar sua estátua até que um pedido de casamento seja atendido? Ou encontrar
a estátua do santo em um pedaço de bolo como sinal de alcançar a graça? Essas
tradições refletem a fé e a esperança depositadas no santo, tornando-o um ícone
indispensável das celebrações.
Mas,
para além da fama popular, o frade franciscano foi modelo exemplar de fé, de
dedicação ao Evangelho e ao cuidado dos mais pobres. Era reconhecido pela sua
pregação eloquente, enraizada no evangelho e por sua simplicidade de vida. Os
sermões de Santo Antônio são notáveis obras literárias, que encantavam as
pessoas que vinham com ele se confessar. Tal fama fez com que fosse reconhecido
como Santo, 11 meses após a sua morte e, em 1946, foi proclamado “Doutro da
Igreja Universal”, com o título Doctor Evangelicus.
São João: O Protetor das Colheitas
Dia
24 de junho é dedicado a São João Batista, um dos santos mais populares do
cristianismo. Ele é conhecido como o "Protetor das Colheitas", e suas
celebrações são marcadas por fogueiras, que simbolizam a luz e a proteção
divina. A fogueira, inclusive, tem uma forte simbologia religiosa. Segundo a
tradição, Isabel, mãe de João Batista, acendeu uma fogueira para avisar Maria,
mãe de Jesus, sobre o nascimento de João Batista.
As
festas de São João são sinônimo de alegria e fartura. As quadrilhas, com suas
danças animadas e roupas coloridas, enchem as praças e ruas de todo o Brasil. A
tradição da fogueira, além de aquecer as noites frias de junho, é um momento de
união e renovação espiritual, evocando a lembrança do batismo de Jesus nas
águas do rio Jordão, realizado por João Batista.
Além
disso, recorda-se com carinho de São João Batista, por ser o profeta que
anuncia a Boa-Nova, sendo o precursor de Jesus Cristo. João preparou a chegada
do Messias e, embora se tornasse conhecido e as pessoas o procurassem, ele se
retirava do centro e nele colocava Jesus: “Ele deve crescer e eu diminuir” (Jo
3,30). João acreditava que em Jesus se realizava um novo tempo, marcado por
justiça e verdade.
São Pedro: O Guardião dos Pescadores
Encerrando
as festividades juninas, no dia 29 de junho, temos São Pedro, conhecido como o
"Guardião dos Pescadores". Ele foi um dos apóstolos mais próximos de
Jesus e é considerado o primeiro Papa da Igreja Católica. Segundo a tradição,
São Pedro possui as chaves do céu e é responsável por controlar o clima, sendo
especialmente venerado por pescadores e agricultores.
Nas
festas em homenagem a São Pedro, são comuns as procissões e as celebrações
religiosas, que pedem boas colheitas e proteção para os pescadores. Além disso,
as festas mantêm viva a tradição da fogueira, reforçando o laço comunitário e a
fé.
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