Turismo em Parques Nacionais colabora com a economia e educação ambiental
Em
14 de Junho, o Brasil comemora o Dia dos Parques Nacionais, mesma data de
criação do primeiro Parque Nacional, o Parque Nacional de Itatiaia, no Rio de
Janeiro. A comemoração serve para chamar a atenção de um importante sistema
utilizado para conservação da biodiversidade e de espaços naturais.
O
assunto é de interesse mundial. Em um recente documentário disponível na
Netflix, com narração do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. “Our Great National Parks”,
ou “Os Parques Nacionais Mais Fascinantes do Mundo”, da tradução para o
português, mostra exemplares de todos os continentes. Da Patagônia Chilena à
Ilha de Madagascar, na África, as imagens de tirar o fôlego mostram não
apenas a exuberância, mas também a importância dessas áreas para a humanidade.
Ainda
que a série não conte com a participação do Brasil, nessa primeira temporada,
nossos 74 Parques Nacionais não ficam atrás e de norte a sul do país, encantam
quem tem a curiosidade de conhecer esses locais singulares: “É um céu
invertido”. Essa é a impressão que a psicóloga Letícia Alves teve na visita que
fez ao Parque Nacional das Emas, em Chapadão do Céu, Goiás, junto com seu
marido, Denis Hyde. Os dois ficaram deslumbrados com o fenômeno da
bioluminescência. “As larvas dos vagalumes ficam nos cupinzeiros e vão
acendendo, aos poucos. Parece uma cidade iluminada, um céu ao contrário, é
maravilhoso”, descreve Letícia sobre a caminhada noturna que fez no Parque das
Emas.
Embora
os homenageados sejam os Parques Nacionais, a celebração de fato é para a
categoria “Parque”, uma classificação da UICN (União Nacional para a
Conservação da Natureza), que engloba também as versões estaduais e municipais.
Independentemente da esfera pública de gestão, todos têm em comum a presença de
paisagens deslumbrantes, biodiversidade rica e o objetivo de promover o
turismo.
Famosos
Parques Nacionais
O
primeiro Parque Nacional do Brasil, Itatiaia, foi criado há 85 anos, em 1937,
na divisa do Rio de Janeiro com Minas Gerais, sugestão do botânico Alberto
Löfgren, já com o objetivo de conservar para estimular a pesquisa científica e
a garantia de lazer natural à população.
Em
seguida, em 1939, foi a vez do Parque Nacional do Iguaçu, na fronteira do
Paraná com a Argentina, abrigo das Cataratas do Iguaçu, uma das Sete Maravilhas
da Natureza e Sítio do Patrimônio Natural da Humanidade. O Instituto Semeia,
uma organização sem fins lucrativos que busca a valorização de áreas protegidas
e estimula o orgulho nacional brasileiro pelos parques, considera o Parque
Nacional do Iguaçu um bom exemplo do turismo como uma importante ferramenta de
conservação. Segundo a instituição, o parque recebeu mais de 2 milhões de
turistas em 2018, no período de pré-pandemia, número três vezes maior que o de
1998, ano de concessão dos serviços de uso público do parque. Em 2022, com a
realização do projeto da nova concessão, esse número deve crescer ainda mais:
“Isso graças a uma série de iniciativas voltadas à conservação, mostrando que o
aumento do ecoturismo e o ordenamento turístico podem ser importantes aliados
nessa frente”, conta Fernando Pieroni, Presidente do Instituto Semeia.
No
bioma Caatinga, no Piauí, o Parque Nacional da Serra da Capivara apresenta a
história do Homo Sapiens
em mais de 700 sítios arqueológicos preservados. A história dos brasileiros
primitivos é contada pelas milhares de pinturas rupestres nas formações
rochosas do parque, abertas ao público, mostrando que estas áreas são
importantes não somente para a proteção da biodiversidade, mas também para que
todos possam conhecer a história dos primeiros habitantes da região, seus
hábitos e até espécies já extintas.
Só
Parques?
Embora
a estrela do dia sejam os Parques, é importante ressaltar que o Brasil têm
milhares de Unidades de Conservação abertas à visitação, como Refúgios de Vida
Silvestre, Reserva Extrativista, Floresta, Reserva Particular do Patrimônio
Natural (RPPN), Monumentos Naturais e Reservas de Desenvolvimento Sustentável e
até mesmo as Áreas de Proteção Ambiental.
Na
APA do Jalapão, que fica ao lado do Parque Estadual do Jalapão, no Tocantins,
visitantes passeiam pelas dunas e admiram o capim dourado. A supervisora da APA
do Jalapão, Rejane Nunes, lembra que, além da beleza, “o Cerrado é a caixa
d'água do Brasil, e qualidade do ar, dos solos, das fontes de água e de
alimentos estão garantidos também pela proteção das Unidades de Conservação do
bioma”.
Como
conhecer um Parque?
Uma
boa opção para as pessoas que ainda não tiveram nenhum ou pouco contato com
essas áreas tão espetaculares é a realização da ação Um Dia No Parque,
comemorado daqui a pouco mais de um mês, em 24 de julho. Pelo quinto ano,
o evento conta com uma programação especial em centenas de Unidades de
Conservação brasileiras, incluindo Parques Nacionais.
Pela página da ação na internet,
visitantes podem pesquisar a Unidade de Conservação mais próxima de casa em
todo o país por meio de um mapa interativo e filtros. Também dá para ficar por
dentro da programação de atividades nas redes sociais do Um Dia No Parque.
Unidades de Conservação podem se inscrever até dia 3 de julho para participar e
propor atividades na maior mobilização pelas áreas protegidas do país pelo
formulário
neste link.
Comentários
Postar um comentário