Projeto social envolve livros, arte, grafite,
arquitetura e plantio de árvores em áreas degradadas
Poemas, microcontos e trechos de livros, escritos por
Ademiro Aves, o Sacolinha, podem ser lidos em muros na periferia de São Paulo.
Com parceria de grafiteiros, o autor criou o projeto “Literatura e Paisagismo –
Revitalizando a Quebrada”, no qual reverte parte do dinheiro com a venda de
livros para a revitalização de espaços públicos.
Sacolinha
tem outros projetos sociais para incentivar a Literatura, como “Uma
janela para o mundo – Leitura nas Prisões”. Para auxiliar nestas ações
independentes, basta adquirir uma das obras o autor no www.escritorsacolinha.com. Entre os
livros deste paulistano estão publicações de grandes casas editoriais como
Global e Todavia e também a mais recente coletânea de crônicas socialmente
impactantes: Onde estavam
os meus olhos – Ainda sobre leveza.
Mais
sobre os projetos de Sacolinha e o motivo deste instigante apelido você confere
na entrevista a seguir.
Como
surgiu esta ideia do projeto “Literatura e paisagismo – Revitalizando a
quebrada”?
Sacolinha: Eu nasci, cresci e vivo na periferia.
Tenho duas filhas que estão crescendo neste lugar. A minha intenção não é mudar
da periferia, e sim, mudar a periferia. E como cansei de reclamar, resolvi
arregaças as mangas e fazer, porque só reclamar não estava adiantando. E pelas
periferias existem muito cinza, poucas árvores e muito lixo espalhados. O
projeto "Literatura e Paisagismo - Revitalizando a Quebrada" dá cor
através do grafite, melhora o ar através do plantio de árvores e dá vida por
meio da limpeza e da literatura escrita nos muros.
Como
funciona o projeto, quantas pessoas beneficiadas e quais locais já foram
revitalizados?
Sacolinha: Até o momento foram feitas 60
intervenções entre Suzano, Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba e São Paulo. Mais
de 10 mil pessoas foram atingidas pelo projeto.
Outro
projeto social ligado à Literatura é “Uma janela para o mundo – Leitura nas
Prisões”, realizado nas Penitenciárias de Segurança Máxima Federais. Conte
sobre esta iniciativa.
Sacolinha: Foi uma iniciativa da Unesco e do
Ministério da Justiça. Foram chamados para a realização desse projeto a
escritora Maria Valéria Rezende e eu. Durante quatro anos, visitamos todas as
penitenciárias de segurança máxima, mantidas pelo Governo Federal, incentivando
a leitura de internos e agentes federais. Encerramos a iniciativa com a criação
do projeto de remissão pela leitura, onde a cada livro lido, resenhado e
aprovado pelo juiz, o interno tem reduzido um dia de sua pena.
Quais
são as próximas ações desses dois projetos? Pretende levá-los para fora de SP?
Sacolinha: O "Literatura e Paisagismo -
Revitalizando a Quebrada" eu tenho feito duas intervenções por mês. E
levar para fora do estado de SP depende da venda dos livros, já que este
projeto é realizado de forma independente. A cada 40 livros vendidos eu consigo
realizar uma intervenção. Quanto ao projeto "Uma janela para o
mundo", este não depende de mim. E no momento está parado.
Uma
pergunta que todos devem fazer, mas para sanar a curiosidade: por que você é
conhecido como “escritor Sacolinha”?
Sacolinha: Foi um apelido que ganhei (com oito
anos) quando eu era cobrador de lotação em Itaquera, em São Paulo. Havia um
ambulante que tinha esse apelido porque ele nunca tinha sacola para dar ao
cliente quando vendia um produto. Aí ele pedia sacolas emprestadas para os
outros ambulantes, mas nunca pagava. Então, resolveram apelidá-lo de Sacolinha.
E eu fiquei tirando sarro dele. Tirei tanto sarro que o apelido pegou em mim
também. Quando comecei a escrever, resolvi adotar o apelido como um
pseudônimo literário.
Título: Onde estavam os meus olhos – Ainda sobre
leveza
Autor:
Sacolinha
Editora:
Vasto Mundo
ISBN/ASIN:
978-65-5854-552-1
Formato:
14x21
Páginas:
144
Preço: R$
40
Link de venda: Escritor
Sacolinha
Sobre
o autor: Sacolinha
(Ademiro Alves de Sousa) nasceu em 9 de agosto de 1983 na cidade de São Paulo e
é formado em Letras pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). É escritor,
autor de romances e livros de contos. Em sua trajetória já esteve em programas
de televisão como Jô (TV Globo), Provocações, Metrópolis e Manos e Minas (TV
Cultura). Trabalhou na secretaria de cultura do município de Suzano por oito
anos (2005 a 2012), onde desenvolveu centenas de projetos de incentivo à
leitura e de divulgação dos novos escritores, com destaque para o 1º Salão
Internacional do Livro de Suzano. Trouxe para a cidade escritores como Ariano
Suassuna, Marcelo Rubens Paiva, Ignácio de Loyola Brandão, Moacyr Scliar, Paulo
Lins, Antônio Skármeta, Fernando Gabeira, entre outros.
Ganhou
vários prêmios por seus livros e seus projetos. Nos últimos anos, tem viajado
pelo país fazendo palestras e ministrando oficinas, principalmente em lugares
vulneráveis e não muito comuns para eventos literários, tal como cadeias, penitenciárias
federais, favelas, morros e associações de moradores. Nos anos de 2010, 2011 e
2012 prestou serviços para a UNESCO e para o Ministério da Justiça no projeto
“Uma janela para o mundo – Leitura nas Prisões” nas Penitenciárias de Segurança
Máxima Federais. Desenvolve ainda uma palestra por semana nas escolas públicas
do estado de São Paulo. Lançou recentemente o livro “Onde estavam meus olhos? –
Ainda sobre leveza”. Atualmente se dedica às comemorações dos seus 20 anos de
carreira, que serão completados em dezembro de 2022.
Redes
sociais
Site: www.escritorsacolinha.com
YouTube:
Escritor Sacolinha
Facebook:
@escritorsacolinha
Instagram:
@escritor.sacolinha
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