Em narrativa intimista, o autor best-seller reflete sobre o comportamento humano em trama permeada de crises de identidade, indecisões, acertos e desacertos
Desde o título, o novo livro de Fausto Panicacci, A ilha e o espelho,
denota a contradição como estado natural do ser humano. Todos são formados por
aquilo que reconhecem no outro e a única forma de amar verdadeiramente alguém é
compreender seus paradoxos, escreve o autor na ficção literária publicada pela
Maquinaria Editorial.
As
reflexões – e de certo modo os desconfortos – com os quais o leitor se depara
emergem na história de encontros e desencontros entre o protagonista, Theo B.,
e um grupo de amigos apaixonados por fotografia, ele brasileiro, eles de
diferentes nacionalidades. O local onde tudo começa é o The Eagle, um pub
situado em uma das cidades estudantis mais antigas da Europa: Cambridge.
Entre
aforismos e citações sobre as diferentes áreas do conhecimento, o autor do
best-seller O silêncio dos
livros revela traços do comportamento dos personagens,
especialmente a forma como lidam com seus dilemas pessoais. A partir as
vivências, problematiza também questões sociais como xenofobia, crise dos refugiados,
poluição e violência contra a mulher.
Um
dos grandes desafios da vida é esse paradoxo da Beleza e dor: compreender todo
aquele mal sem perder a fé no humano, acreditar em estados contraditórios, amar
o próprio paradoxo, o que só é possível a quem consiga contemplar a dignidade
da vida humana — de qualquer vida humana. (A ilha e o espelho, p. 291)
A
descrição detalhista das mãos sendo aquecidas na chama da minúscula vela
redonda ao cheiro de tinta exalado por um painel de fotografias revela uma das
marcas mais proeminentes na escrita do autor, apaixonado tanto por livros como
por fotografia e história da arte. A propósito, o projeto gráfico conta, na
capa, com a pintura do artista curitibano Rafael Mesquita.
Os olhos que se revelam sobre o rosto encoberto reforçam com uma conclusão
evidente na narrativa intimista de Fausto
Panicacci: observar o ser humano é descortinar um
paradoxo.
Ficha
técnica:
Título: A ilha e o espelho
Autor: Fausto
Luciano Panicacci
Editora:
Maquinaria Editorial
ISBN: 978-6588370339
Páginas: 304
Formato: 16×23
cm
Preço: R$
59,90
Link de venda:
Amazon
Sinopse: Tudo começou nas esquinas de
Cambridge. Após ser confundido com um tal de Lucca por um rapaz que andava de
bicicleta, Theo B. é convidado para conhecer seus amigos em um pub – onde
estava o verdadeiro Lucca, um fotógrafo italiano que foi correspondente de
guerra. A semelhança física entre eles era inegável. Entre uma cerveja e outra,
Theo B. ouve as histórias de cada um e, ao final da noite, todos já pareciam
velhos amigos.
É a
partir desse grupo eclético de amigos que nasce a trama central de A ilha e o espelho.
Abordando temas como xenofobia, crise dos refugiados, agressão física e moral,
poluição plástica, violência contra a mulher – e a forma como os personagens se
comportam frente a esses problemas – a obra ensina que “somos o que nos
reconhecemos no outro, o que fazemos ao outro, o que amamos no outro, o que
perdoamos no outro, o que perdemos no outro”.
Sobre o autor: Fausto Luciano Panicacci é Doutor em
Ciências Jurídicas pela Universidade do Minho (Portugal). Formado em Direito
(Largo São Francisco, USP), estudou Fotografia, História do Cinema e História
da Arte. É também autor de O
silêncio dos livros (romance), de Naufrágios (coletânea de contos e poemas), e de
obra jurídica. Escritor, fotógrafo e promotor de Justiça, ministrou aulas na
pós-graduação no GVLaw da FGV/SP. Integra os grupos literários O que restou e Library.
Site:
https://faustopanicacci.com.br/
Redes
Sociais:
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