Em novo livro, escritor Diego Rates mergulha no realismo mágico para discutir temas como culpabilidade e ineficiência do sistema policial
Se no clássico A Bela e a Fera
espanadores, xícaras, bules e relógios de parede ganharam vida para contar uma
história de amor, em Os
Diálogos de Uma Cena de Crime, do escritor Diego Rates, é a vez das
evidências de um assassinato protagonizarem uma narrativa eletrizante envolta
em suspense e mistério.
Nesta
obra repleta de realismo mágico, a arma usada para matar, as digitais deixadas
para trás e o cadáver ganham status de testemunhas oculares de uma execução.
Com personalidades marcantes e pontos de vista diferentes sobre o que realmente
aconteceu, estes objetos até então inanimados promovem diálogos mórbidos
hilariantes.
Naquele
exato momento, as evidências se encontravam
a caminho da delegacia. Não
era tão longe de onde
estavam, no apartamento da
cena de crime. O falecido
costumava se gabar da
boa localização de seu
apartamento, enquanto ainda
tinha vida. Agora se
gabava um pouco menos. Às
vezes a ironia do
destino realmente é muito
cruel. “Será que nós
já estamos chegando?”,
perguntou a Arma.
(Os Diálogos de Uma Cena
de Crime, pg. 23)
Inspirado
por nomes como Franz Kafka, Dostoievsk e Haruki Murakami, Rates faz de Os Diálogos de Uma Cena de Crime
um verdadeiro exercício criativo. Com muita perspicácia, a obra responde
questionamentos inerentes do gênero policial como “Quem é o assassino?”, mas
alcança o terreno do extraordinário ao elucidar a grande pergunta: “Como as
evidências criaram vida?”.
Mesmo
lúdica e bem-humorada, a narrativa explora temas relevantes como a ineficiência
do sistema policial e a falta de recursos para a investigação e resolução de
crimes violentos como os assassinatos. O livro também expõe os padrões de
terceirização da culpa para aliviar os criminosos responsáveis.
Ficha
técnica
Título: Os Diálogos de Uma Cena de Crime
Autor: Diego
Rates
Editora: Flyve
ISBN/ASIN: 978-6500382365
Páginas: 88
Preço:
R$ 34,00
Onde comprar: Amazon
Sobre o autor
Técnico
de Informática, Diego Rates, 22 anos, é um apaixonado por literatura. Inspirado
pela obra de Machado de Assis, especialmente “Memórias Póstumas de Brás Cubas”,
escreveu seu primeiro livro “As Últimas Memórias de um Morto-Vivo”. Ele lança
agora seu segundo título, “Os Diálogos de Uma Cena de Crime”, e prepara a
publicação do inédito “O Homem e a Cópia”.
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