Edição 2020 comemora centenário de Clarice Lispector e terá programação conjunta com a Bienal do Livro de São Paulo
Fórum das Letras celebra 15 anos e parceria com Bienal do
Livro
Edição
2020 comemora centenário de Clarice Lispector e terá programação conjunta com a
Bienal do Livro de São Paulo
O
tradicional Fórum das Letras, evento promovido pela Universidade Federal de
Ouro Preto está de volta, em uma versão online, entre os dias 7 e 18 de
dezembro. A grande novidade desta edição é a programação conjunta com a 1ª
Bienal Virtual do Livro de São Paulo. Este ano o Fórum homenageia Clarice
Lispector, seu centenário e tem como tema o título de sua obra, A Hora da Estrela (1977).
Graças
a uma parceria com o Consulado Geral da França no Rio de Janeiro, o Fórum e a
Bienal apresentam mesas que irão debater os pontos de contato entre a nossa
Clarice e a França, o primeiro país a publicar a escritora, em 1956, com a obra
Perto do coração selvagem.
Nesses encontros serão discutidos pontos de contato entre as obras de Clarice
Lispector, e as escritoras francesas Marguerite Duras e Nathalie Sarraute. As
traduções das obras de Clarice para o francês, bem como os desafios na edição
delas, no Brasil e na França, serão abordados nas mesas do Fórum das Letras que
entrarão na programação da Bienal de São Paulo. Além das mesas em parceria com
a Bienal, o Fórum das Letras de 2020 terá uma vasta programação que irá debater
a obra e a vida de Clarice Lispector, contando com seus tradutores, editores do
Brasil e da França e especialistas como Nadia Batella Gotlib e Teresa
Montero.
Dentre
os convidados deste ano, encontram-se alguns convidados internacionais, como o
pensador Roger Chartier e da literatura nacional, estrelas como Nélida Piñon,
Mario Magalhães, Betty Milan, Ricardo Lísias, Tiago Ferro, entre outros.
Centenário
de Clarice
O
centenário de Clarice Lispector e, especificamente, seu romance mais popular, A Hora da Estrela, é o fio
condutor dos encontros virtuais da edição 2020 do Fórum das Letras. Para
Guiomar de Grammont, Coordenadora Geral do Forum das Letras, “o romance, que
encena o poder da linguagem e as redes de sustentação da existência humana e
dos laços sociais, é potente para pensarmos nossa realidade. Ao expor o
isolamento e a fragilidade da condição humana de uma massa de pessoas
deslocadas e segregadas, o texto continua emocionando os leitores da
atualidade. A história acontece em um estado de emergência e de calamidade
pública, que têm muito a ver com o momento que estamos atravessando, de
pandemia e reflorescimento do autoritarismo e da supressão das liberdades
individuais.”
A
professora Mônica Gama, do Curso de Letras da UFOP, Coordenadora Executiva do
evento, lembra que “Desafiando as categorias do humano e inumano, as palavras
do narrador-escritor se encontram com o silêncio e o apagamento de Macabéa, lá
onde o futuro se faz também presente, onde a dimensão ordinária da existência
grita. Mônica lembra as palavras do narrador: “Trata-se de livro inacabado
porque lhe falta a resposta”, assim como faltam respostas para o presente Ao
fim desse ano de 2020 estranhamente excepcional e revelador do pior em nosso
“normal” social, repor as perguntas de Clarice Lispector continua urgente.
Muita
história, 15 anos de Fórum das Letras
Desde
sua estreia, em 2005, o Fórum das Letras tem festejado o livro e suas mais
diversas faces, promovendo debates sobre literatura, edição, tradução, crítica,
leitura e toda a cadeia produtiva e de circulação do livro. Nesses 15 anos, o
Fórum foi e é palco das principais discussões sobre o Brasil e o mundo por meio
da literatura. Momentos históricos, como o maior crime ambiental de todos os
tempos, ocorrido em Mariana, em 2015 e o impeachment da presidenta Dilma
Roussef, em 2016, foram debatidos nos palcos do Fórum das Letras, às vezes no
calor da revolta, outras, no cansaço da luta, mas sempre com muita disposição
para continuar. Em todos esses anos, grandes nomes do cenário cultural
brasileiro desfilaram pelas ladeiras e salas de Ouro Preto, em programações
sempre críticas sobre a realidade do Brasil e do Mundo. Nomes como Conceição
Evaristo, Adélia Prado, Nélida Piñon, João Ubaldo Ribeiro, Milton Hatoum,
Emicida, Férrez, MV Bill, Adriana Calcanhoto, Leonardo Sakamoto, Paulo Lins,
Mario Magalhães, Paulo Markun, José Miguel Wisnik, Arnaldo Antunes, Tony
Belloto, João Moreira Salles, Elisa Lucinda, Eduardo Jardim, e tantos outros.
Participaram
também grandes autores internacionais, como Jean-Paul Delfino, Roger Chartier,
Asne Seierstadt e portugueses e africanos de língua portuguesa, como Pepetela,
Luandino Vieira, Valter Hugo Mãe, José Luiz Peixoto, Luísa Coelho, Carlos Fino,
Arnaldo Saraiva, Francisco Viegas, entre outros.
O
Fórum das Letras de Ouro Preto tem coordenação geral da escritora e professora
Guiomar de Grammont e é promovido pela Universidade Federal de Ouro Preto
(UFOP). A programação do evento é inteiramente gratuita e será divulgada em
breve no link: www.forumdasletras.com
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