CATS - Coletivo de Artistas Transmasculines promove live musical com artistas transmasculines pretes

 Léo Moreira Sá

Em parceria com o grupo de pesquisa Yorubantu, da Universidade Federal da Bahia, integrantes do CATS participam da mesa "Transmasculinidade Negra"

No próximo dia 27/11, a partir das 19h, o CATS - Coletivo de Artistas Transmasculines , irá promover uma live musical com artistas transmasculines pretes, fechando o mês em que se celebrou o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, data da morte de um dos maiores líderes negros do Brasil: Zumbi dos Palmares.

As lives musicais serão realizadas com es artistas pretes Seu Vérciah – cantando a capella composições autorais mescladas com outres artistas da cena da música preta brasileira -, a transcentrada, profana, anticolonial e intencionalmente agressiva banda Apocalypse Cùir e o rapper e multiartista Tiely e o DJ de tecno downtempo DJ OBRUN.

Para se dimensionar a letalidade do racismo que permeia todas as estruturas socioculturais no Brasil, às vésperas do Dia da Consciência Negra, João Alberto Silveira Freitas, negro, 40 anos foi espancado até a morte por seguranças do supermercado Carrefour de Porto Alegre. Não é a primeira vez que isso acontece e infelizmente não será a última. O genocídio do povo preto tem acontecido todos os dias em espaços públicos e privados, de forma sistemática e perene.

As transmasculinidades negras, que carregam ainda mais uma camada de opressão em seus corpos, existem, resistem e se fazem visíveis, rompem silêncios históricos, anunciando um pertencimento através da arte, da música, da dança, da voz e do tom que ecoam uma existência ancestral.

O Coletivo de Artistas Transmasculines – CATS, é um verdadeiro ‘aquilombamento’ de artistas transmasculines, quando se propõe a construir um espaço afetuoso de resistência e luta por visibilidade.

‘Aquilombar-se’ é resgatar nossa história e refletir sobre o passado para construir um futuro de liberdade para nossos corpos e mentes, lembrando que preto também é o berço de um movimento nacional transmasculine.

Deste modo, a consciência negra continuará pulsante em memória de Zumbi, através da potência dos corpos, intelectualidades e espiritualidades de pessoas transmasculinas pretas, celebradas pelo CATS neste mês de novembro do ano pandêmico que expõe as fragilidades de um sistema branco colonialista perpetuado na ideologia do ocidente.

O CATS também irá integrar o "Novembro Negro Yorubantu Giros" em parceria com o grupo de pesquisa Yorubantu, da Universidade Federal da Bahia na mesaTransmasculinidade Negra em Pauta”, que acontecerá no dia 28/11, a partir das 14h, no canal do YouTube do grupo. Será uma gira com homens trans pretos, num diálogo que nos leva a pensar, dentre outros assuntos, o sistema carcerário, o movimento de pessoas trans e a saúde do homem trans/transmasculino (no âmbito do novembro azul). O papo tem as participações des transmasculines pretes Dann Santos, Leonardo Peçanha e João Hugo, com a mediação de Vércio Gonçalves.

 

Live musical com artistas transmasculines pretes

27/11 (sábado), às 14h

Seu Vérciah, banda Apocalypse Cùir, o rapper e multiartista Tiely e DJ OBRUN

Acesso gratuito

LINK DO ZOOM

 

Mesa: Transmasculinidade Negra em Pauta

Com Dann Santos, Leonardo Peçanha e João Hugo, com mediação de Vércio Gonçalves.

28/11, a partir das 14h

Acesso gratuito

Canal do grupo de pesquisa Yorubantu, do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia: https://www.youtube.com/channel/UCjAcsIUVyBBaSNnBFWjPuiw/featured

 

Sobre os artistas

Bruno Thadeu aka OBRUN é dj de techno downtempo, seus sets são compostos por elementos orgânicos e influências nacionais levando a uma atmosfera  ácida e densa.

Larga essa Capela é o projeto que foi tocado por Seu Vérciah, no formato lives, durante a quarentena.  A proposta do artista foi apresentar lives temáticas, recebendo convidados, cantando, conversando e gerando um clima de descontração. O projeto chegou ao fim no dia 22 de novembro, mas ainda por conta do distanciamento social, Seu Vérciah apresentará uma edição especial do projeto, cantando “acapella” composições autorais mescladas com músicas de outros artistas da cena da música preta brasileira, marcando o mês da consciência negra.

Tiely é multi-artista e cria da Zona Leste de São Paulo, considerado o primeiro HomemTrans do rap nacional e vem desde o início da sua carreira, em 1989, colecionando atuações importantes nas artes em geral. De cineasta a rapper, de escritor a historiador, até jogador futebolístico da várzea, tudo vem somando à sua trajetória de maneira intensa, responsável pela publicação de artigos, romances e poesias em blogs, sites, coletâneas e publicações acadêmicas. Nos anos 90 Tiely iniciou seus trabalhos como ator e fotógrafo em cursos públicos e como rapper junto ao extinto grupo de rap “Tribo Cerebral”. Com o tempo, participou do Grupo “Fator Ético” um dos grupos pertencentes da Aliança Negra Posse  como rapper e produtor. Em sua atuação em projetos culturais, sociais e esportivos, busca sempre pautar as violências contra LGBTQIA+s, mulheres, direitos, gênero e cultura. Atualmente, coordena o Ponto de Cultura Hip Hop Mulher, em 2019 apresentou o Programa de rádio Soul Hip Hop e vem produzindo novos trabalhos musicais ao tempo em que amplia suas pautas de luta em seus projetos, firmando parcerias, trazendo ainda mais relevância e legitimidade na busca por respeito às diferenças e visibilidade.

Banda Apocalypse Cùir: Transcentrada, profana, anticolonial e intencionalmente agressiva.

 

 

#transmasculinidadenegra

#papotransmasculino

#homemtransemdebate

#transmasculinidadeecárcere

#saúdedohomemtrans

#movimentodoshomenstrans

#CATS

#Yorubantu

Comentários