Para diretora da Catapulta Editores, o período de pandemia contribuiu para a chegada do livro em casa
O
último levantamento da pesquisa Retratos da Literatura no Brasil, realizada
pelo Instituto Pró-Livro, identificou um aumento no número de leitores entre 5
e 10 anos. Desde março, mês em que a COVID-19 foi enquadrada como pandemia pela
OMS (Organização Mundial da Saúde), as crianças têm estado fisicamente
distantes da escola. Para a diretora da Catapulta Editores no Brasil Carmen
Pareras, esse é um movimento que acompanha a chegada do e-commerce mais próximo
do dia a dia das famílias.
“Todos
nós tivemos de nos reprogramar para transformar nossas casas em escritórios
digitais, refeitórios, escolas de ensino à distância e salas de lazer”, explica
Pareras. Nesse sentido, a diretora da Catapulta Editores entende que o livro
infantil pode ter ganhado um espaço especial nas atividades em casa, entre pais
e filhos.
As
medidas adotadas para conter a pandemia do novo coronavírus envolveram o
isolamento social em diversas regiões do país. Com isso, lojas em diferentes
áreas do comércio se mantiveram fechadas e distantes do público, principalmente
entre os meses de março e julho deste ano. “Dessa forma, tivemos de acelerar o
processo de comercialização por meio de canais eletrônicos. As mídias online
nos aproximaram do nosso público, oferecendo um canal de comunicação que nos
permite ouvir suas opiniões e sugestões”, explica Pareras.
Dia
a dia em casa
A
diretora da Catapulta Editores ressalta a quantidade de pais que relataram a
mudança no comportamento infantil no período em casa, sob isolamento social.
“Esse foi um dos momentos em que nós, inclusive, lançamos títulos no mercado
literário, que têm tido boa aceitação”, acrescenta Pareras.
Um
dos lançamentos foi a coleção Timóteo, composta por quatro livros. Indicadas
para crianças a partir de quatro anos, as obras apresentam temas do cotidiano e
rotina de maneira bastante lúdica. Ao final de cada título, há um jogo para que
os pequenos memorizem o que a narrativa os mostrou.
Receber
itens de compra em casa se tornou mais comum no período da pandemia. Segundo
Pareras, esse é um dos fatores que aproximou toda a família aos livros
infantis. “Anteriormente, as crianças se isolavam e ficavam concentradas em
jogos eletrônicos. Quando se cansavam, mostravam-se irritadiças e passavam às
travessuras, tentando atrair a atenção dos pais. Com a facilidade de
receber nossos livros em casa, pais e filhos se aproximaram e melhoraram a
interação. ”
Obras
interativas
A
boa aceitação do e-commece durante a pandemia indica que a editora segue no
caminho certo. “O objetivo da Catapulta Editores é promover a participação da
família e estimular as crianças a reconhecer os livros como um meio de
informação divertida, desde a idade mais tenra”, acrescenta Pareras.
Cores
vibrantes, texturas relevos e sons fazem parte do acervo de títulos da editora.
São obras que aguçam o tato, a visão e a audição – o que contribuem para o
aprendizado infantil. “Além de estimular e desenvolver a coordenação motora, ao
promover a curiosidade e prender a atenção”, afirma Pareras.
A
coleção Abremente é a mais importante da Catapulta Editores. Os livros que a
compõem foram desenvolvidos por psicopedagogas e já venderam mais de 50 milhões
de cópias pelo mundo. “Por conta do conteúdo das obras, elas foram incorporadas
a listas de livros paradidáticos. A coleção tem oito livros, que abrange
crianças de 3 aos 11 anos”, celebra a diretora.
O
período em casa, devido a pandemia, exige que adultos se reinventem para manter
as crianças entretidas e se desenvolvendo. A Catapulta Editores oferece alguns
títulos voltados para a culinária infantil, como o Chef Mirim, que apresenta
receitas de diversos países. São pratos simples de serem elaborados e promovem
um momento de interação entre a família.
“Outro
ponto positivo é ajudar as crianças a entender sobre a importância de organizar
tarefas passo a passo. Com a obra, os pequenos a partir de oito anos têm acesso
a utensílios de cozinha, como batedor de metal, fôrma para tortinhas e pão
duro, que acompanham o livro”, finaliza Pareras.
Qualidade
das atividades em casa é uma característica percebida pela diretora da Catapulta
Editores e que encontra outro dado da pesquisa Retratos da Literatura do
Brasil. Além do aumento de leitores entre 5 e 10 anos, o levantamento aponta a
boa variedade, a qualidade da literatura infantil no país e o investimento das
famílias na mediação do livro com os filhos.
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