A
participação das mulheres na política brasileira ainda é um desejo muito
profundo das mulheres. Mas não podemos ficar nos iludindo; temos ainda muito
por fazer. E nós estamos fazendo.
Na
noite de 24 de outubro, juntamente com a revista eletrônica aEmpreendedora, o
Instituto Intrepeds Desenvolvimento teve a honra de mediar o 1º Encontro Online
entre Mulheres Candidatas aos Cargos de Prefeita e Vice-Prefeita da Cidade de
Curitiba.
O
debate, guiado pelo CEO da revista, jornalista e empresário Gerson Ricardo
Garcia, contou ainda com a participação da presidente do Intrepeds
Desenvolvimento, a professora Sirley Machado Maciel (colunista da
aEmpreendedora), como uma das entrevistadoras, além da participação da
professora e Doutora em Educação Zita Lago, da advogada Leni de Ataide
(colunista da aEmpreendedora), a cosmetóloga e tecnóloga em Estética Isabel
Piatti, e pela empresária Andressa Prestes (Colunista & Embaixadora da
aEmpreendedora) e presidente do Instituto Ressurgir.
Candidatas
participantes:
As
candidatas que compareceram foram: Ana Moro-Vice-Prefeita-PDT, Camila
Lanes-Prefeita- PC do B, Carol Arns-Prefeita-PODEMOS, Geovana Conti-
Vice-Prefeita-NOVO, Letícia Lanz- Prefeita-PSOL, Professora Sheila Toledo-
Vice-Prefeita- MDB e Soraia- Vice-Prefeita- PV.
Um
evento maravilhoso.
Foi
um momento singular para a apresentação e conhecimento das propostas e como
pensam as mulheres que disputam a prefeitura de Curitiba, seja como prefeita ou
vice-prefeita.
Esse
evento pode ser considerado histórico por ter sido inédito no Brasil e no
mundo, tendo como um de seus principais objetivos, valorizar a participação das
mulheres na política, não somente como candidatas, mas, principalmente,
ocupando cargos eletivos.
A
história das mulheres na luta pela participação política:
A
luta pela participação das mulheres na política começou pela Revolução Francesa
(XVIII) e prosseguiu com o movimento sufragista no final do século XIX e início
do XX, nos países democráticos.
O
primeiro país onde as mulheres conseguiram garantir o direito de voto foi a
Nova Zelândia, em 1893. Em 1906 foi a vez da Finlândia. Em 1918, a Inglaterra.
Em 1920, nos Estados Unidos. Porém, no caso dos estadunidenses, em alguns
estados, as mulheres e os homens negros conseguiram o direito de voto somente
na década de 1960.
No
Brasil, as mulheres conseguiram o direito de votar em 1932. Curiosamente, antes
mesmo de as mulheres poderem votar, em 1928, a potiguara Luzia Alzira Teixeira
Soriano elegeu-se prefeita da cidade com mais de 60% dos votos, apesar de uma
campanha misógina contra ela.
Porém,
a primeira mulher a conseguir o direito de votar foi Celina Guimarães Viana,
após uma ação judicial, na qual, ela comprovou que reunia as condições legais
necessárias para ser eleitora.
Outra
personagem que se destaca na luta pelo voto das mulheres no Brasil é Maria
Ernestina Carneiro Santiago Manso Pereira, mais conhecida como Miêtta Santiago:
primeira mulher a conseguir o direito de votar e ser votada.
Somente
após quase 70 anos, em 1995, por meio da Lei 9.100/1995, as mulheres
brasileiras tiveram um novo avanço em termos de ampliar sua participação na
política já que, historicamente, os mandatos legislativos e executivos
estiveram “reservados” aos homens.
Por
meio dessa lei, que regulamentou as eleições municipais de 1996, 20% das vagas
para os cargos de vereadores deveriam ser ocupadas por mulheres. Por essa lei,
em 1998 o percentual deveria ser de 25% e, em 2002, deveria ser de 30%.
No
entanto, o impacto no aumento do número de mulheres eleitas de 1994 a 2006 foi
muito pequeno: de 6,2% para 8,8% respectivamente. Somente em 2018 houve um
aumento significativo. De 9,95% em 2014, as mulheres passaram a ocupar 16,2%
das cadeiras na Câmara Federal em 2018.
A
título de comparação, a Câmara Federal Americana conta com 22% de mulheres
entre as parlamentares; já na Espanha as mulheres são 42%; na Argentina, 40%;
na França, 39%; na Alemanha, 31% e no Canadá, 26%.
Assim,
podemos concluir que ainda estamos por demasiado atrasados em processos de
igualdade entre homens e mulheres no Brasil, apesar dos avanços adquiridos nos
últimos 30 anos.
De
acordo com a ONU, entre os 11 países da América Latina, ocupamos a 9ª posição
no ranking da paridade política entre homens e mulheres. Para se ter uma ideia
mais próxima, nas últimas eleições bolivianas ocorridas em outubro de 2020, das
36 cadeiras para o Senado, 20 serão ocupadas por mulheres.
Segundo
o filósofo grego Aristóteles, é preciso tratar de maneira desigual os
desiguais, para que possamos encontrar o ponto de equilíbrio, o justo meio numa
sociedade.
Porém,
percebemos no Brasil um movimento inverso. Se no caso das candidatas às vagas
para as câmaras municipais o percentual é de 34% de mulheres, para o cargo
executivo, apenas 10% são mulheres nas eleições municipais de 2020.
Mas,
a situação fica mais triste ao percebermos que, enquanto alguns países latino-americanos
estão discutindo a paridade de gênero nas eleições, por aqui, as mulheres ainda
têm que brigar para que os recursos do Fundo Especial de Financiamento de
Campanha cheguem até elas.
Tudo
isso por conta de que, a partir critério estabelecidos pelos partidos, esse
recurso estar sendo destinado às candidaturas majoritárias que, à moda do
patriarcalismo e coronelismo da política brasileira, dividem os mesmos apenas
com determinadas candidaturas, consideradas pelos mesmos viáveis.
Já
foi conquistado muito, não há como negar. Mas, ainda não chega nem perto de
tudo que desejamos e temos o direito enquanto mulheres e cidadãs.
Por
isso, convocamos todas a conhecerem as mulheres candidatas concorrendo nas
disputas eleitorais em 2020. A mulher precisa conhecer, confiar e acreditar em
mulheres.
Em
2020, vote em mulher!
INTREPEDS – Instituto de Treinamento, Pesquisa e
Desenvolvimento do Ser
Sirley Machado Maciel
Analista comportamental, terapeuta e escritora
Site: www.intrepeds.com
Facebook: Intrepeds.Desenvolvimento
Cel: (41) 99996-7063
Facebook: Sirley Machado Maciel Intrepeds
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