Possuímos
em nossa sociedade, uma competição muito acirrada nas frentes de trabalho, e
ainda mais neste período pandêmico. Os postos de trabalho diminuíram com a
crise e fez com que todos buscassem uma criatividade, que até antes, não
adquiriram. São capacidades que se encontravam desativadas, independentemente
de formação acadêmica ou não. Esta inquietação aflorou, nos últimos tempos, a
busca pela religião ou filosofias de vida como uma forma de absorver respostas
diante das intempéries que se instalam em nosso cotidiano. A pandemia é mais
uma destas.
As
confissões de fé também se adaptaram ao longo dos tempos para abranger as mais
variadas camadas da sociedade nos aspectos espirituais, do regozijo e questões
da felicidade. Aliás, o que é felicidade? É a busca do acúmulo de capital para
ter vida boa no presente? É possuir um trabalho saudável e bem remunerado pelo
que faz? É ter uma casa na praia e lá estar em todos os finais de semana? Bem,
acreditar faz parte de nossa vida, é o que mantém as pessoas com as lamparinas
acesas e vivas para dia por dia, perseguir seus objetivos.
Estas
lamparinas (crivo meu) são tratadas pelas religiões de formas diferentes, é um
aspecto que motiva a todos para alcançar a Divindade e se tornar um ser melhor
para a sociedade. Uma corrente que se destaca na atualidade é o Budismo, os
praticantes aprendem que alcançar a iluminação é uma tarefa aberta para todos
os humanos, afinal, se Buda alcançou, está disponível aos praticantes. Alcançar
o nirvana que também significa iluminação, é o objetivo primordial e alcançá-la
é uma bênção enorme e gratificante por demais. Essa prática diária é sustentada
por outras bênçãos e incentivos para chegar ao objetivo final do Nirvana, e um
método para este alcance é através da semente em terra fértil; cultivar e
chegar ao que Buda atingiu, buscando a paz interior e abreviar o sofrimento
nesta terra. Muitos itens se observam no comportamento dos praticantes, e esta
percepção não se vê somente na hierarquia da doutrina praticada pelo bispo,
sacerdote, monge ou monja budista (existem outras denominações), itens como a
calma, percepção, forma de absorver os detalhes e principalmente sua forma de
semear, regar, e também reagir a dificuldades se observam na hierarquia e
também nos praticantes. E aliás, não necessita ser um oriental para ser
budista, existem também os ocidentais praticantes. São figuras da atualidade e
muito conhecidas no Brasil, o Dalai Lama do Budismo Tibetano e também, a Monja
Coen do Zen Budismo.
Muitos
pensam que o Budismo surgiu no Japão, porém, foi na Índia o seu surgimento e se
espalhou posteriormente. Acontecimento este ocorrido por volta de 528 a.C. com
Sidarta Gautama, filho de um rajá, que nasceu em berço de luxo e seu pai o
protegendo sempre. Por volta dos 29 anos, este sai do palácio e ao observar o
sofrimento das pessoas, vai em busca de uma explicação através de sua
peregrinação. Em sua meditação atingiu o Nirvana, o estado de luz. O Budismo
nasce, cresce, se espalha, aconteceram concílios, divisões e outras correntes
surgiram e difundiram seus princípios através das verdades que contribuem para
que o praticante tenha uma vida digna perante a sociedade, possibilitando
assim, o crescimento de uma sociedade permeada por valores éticos e não
prejudicando a coletividade a sua volta.
Autor:
José Carlos Moraes é mestre em Teologia, professor da área de Humanidades na
Licenciatura em Ciências da Religião do Centro Universitário Internacional
Uninter.
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