As
polêmicas em arbitragem no futebol se confundem com a sua história. É
praticamente impossível em uma roda de discussão sobre o tema não aparecer o
assunto arbitragem e seus resultados e, ao final da conversa, possivelmente não
haver consenso sobre o tema, principalmente entre os torcedores mais
apaixonados. Mas agora, vejam só, temos uma novidade!
Um sistema inovador: a
solução para reafirmar e corrigir as dúvidas e questionamentos que permeiam o
meio futebolístico. Pautado pela lógica de diminuição de conflitos e para que
se estabeleça o critério mais justo possível nos resultados, o campeonato
brasileiro de futebol tem se utilizado de uma nova tecnologia, que visa
elucidar as possíveis dúvidas e correções de erros: o árbitro assistente de
vídeo, o já popular VAR. Sistemas de alto custo que são os olhos que os
árbitros não têm e que já eram utilizados em vários lugares ao redor do mundo
agora operam em terras brasileiras.
A Confederação Brasileira de Futebol, em
parceria com os clubes participantes do campeonato brasileiro, implementou este
ano a nova medida. Vale dizer que toda uma estrutura logística, de capacitação
e muito treinamento acompanham o pacote.
A
partir de agora, as discussões acaloradas serão mais amenas? Muitos chegaram a
acreditar que os problemas acabariam como num passe de mágica. Grande ilusão!
Pelo que parece, os problemas continuaram e até mesmo se intensificaram. Depois
de algumas rodadas com o sistema em operação, o que era só empolgação passa a
ser para alguns um tanto de frustração, incluindo aí torcedores, jogadores e
técnicos. Já é tempo suficiente para uma avaliação, mesmo que inicial, de como
o público do futebol tem recebido a novidade, assim como as avaliações feitas
por técnicos e jogadores. Pelo que se percebe, a melhoria das respostas de
arbitragem, mesmo com toda essa tecnologia, ainda tem sido pequena e deixado a
desejar, pelo menos do ponto de vista do torcedor.
O
esporte, com suas caraterísticas próprias, carrega em sua essência a motivação
nas pessoas em defender, criticar, opinar e até propor mudanças no sistema de
jogo, nas escalações e inclusive na escolha de técnicos, com a capacidade de
ver falta, pênalti, impedimentos e gols onde existiu e também onde não existiu.
Em se falando de futebol, isso se dá de forma muito mais intensa, pois além de
envolver a prática esportiva em si, as discussões vêm permeadas das paixões
compostas pelas cores de seus times.
O momento agora é de acompanhar os
próximos passos para então avaliarmos se a tecnologia vai mesmo acalmar os
ânimos e efetivamente cumprir o que se propôs. Ou se os árbitros, utilizando
dessa ferramenta, vão continuar os mesmos, decidindo por sua conta e risco e
com seus próprios olhos, aqueles mesmos que não veem. Assim como os torcedores
que, vendo o que a imagem não mostrou, seguirão na defesa de seus times,
mantendo assim a grande mágica do futebol: a paixão e a defesa incontestável
das cores de seu pavilhão.
Autor:
João Antonio Rufato é professor especialista nos cursos de Licenciatura e
Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário Internacional Uninter.
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