A taxa de desocupação dos brasileiros subiu para
12,7% no primeiro trimestre do ano, contra 11,6% no último trimestre de 2018,
totalizando 13,4 milhões de pessoas em busca de emprego. Além disso, o país
bateu recorde de desalentados – desempregados que desistiram de buscar trabalho
–, chegando a 4,8 milhões. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) na última terça-feira (30/4), resultados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
“Não podemos descartar a realidade econômica e
política do nosso país. Há menos vagas do que pessoas em busca de emprego.
Porém, ao mesmo tempo, muitos profissionais não estão suficientemente
qualificados para as vagas que existem”, pontua a psicóloga e professora do
Centro Universitário Internacional Uninter, Elizabeth Nery Sinnott.
Para aqueles que estão com dificuldades em serem
contratados, a professora recomenda elevar a própria empregabilidade, isto é,
aprimorar as características que são atrativas para o empregador. Para isso,
vale prestar atenção nos cinco pilares que ajudam a manter-se empregável:
competências, saúde
física e mental, reserva financeira, idoneidade e rede de relacionamentos.
“Identifique o que gosta de fazer e invista
nisso, faça cursos, aperfeiçoe-se. Investigue o que o mercado procura em um
profissional da sua área”, recomenda. Elizabeth exemplifica que, por vezes, as
empresas buscam algumas habilidades técnicas, como conhecimento avançado do
software Excel e domínio de um idioma além do português. Mesmo assim, demoram
para encontrar alguém qualificado. “Hoje existem cursos gratuitos de computação
e idiomas na internet. Basta ter vontade e disciplina para fazer”, orienta. Com
isso, o desenvolvimento frequente das competências traz resultados positivos na
conquista das oportunidades.
O segundo pilar da empregabilidade, a saúde
física e mental, acaba sendo pouco valorizado por quem está buscando emprego.
“Nós ‘funcionamos’ melhor quando a nossa saúde está bem cuidada, atingimos
melhores resultados. Não é preciso gastar com isso, apenas realizar alguma
atividade física regular. Quanto à saúde mental, o mercado busca pessoas com
autoconfiança e inteligência emocional elevada, que acreditam em si mesmas”,
defende.
Já o critério ‘reserva financeira’ tem dois
objetivos. O primeiro, mais óbvio, é garantir-se em caso de desemprego
repentino. “Não conte apenas com o seguro-desemprego, é sempre bom ter um
dinheiro em caso de emergências. Isso também evita que você aceite uma vaga
qualquer, que não se encaixa no seu perfil, e que se arrependa depois”, diz. O
segundo objetivo é usar esse dinheiro para investir em cursos de atualização,
mantendo-se em dia com o mercado.
O quarto fator é a idoneidade, que reflete um
conjunto de boas práticas do indivíduo, o respeito às regras, aos valores
claros e também ao código de ética da profissão. A professora coloca que é
importante perceber se os seus valores pessoais estão alinhados aos da empresa
para realmente atuar com seu propósito. Quando diante de desafios, entendê-los
como uma oportunidade de aprendizado e crescimento.
Por fim, a rede de relacionamentos se faz cada
vez mais importante. Dessa maneira, redes sociais profissionais, como o
LinkedIn, são extremamente relevantes. Elas são usadas por empresas e
recrutadores para encontrar profissionais, além de avaliar os comentários e
recomendações em seu perfil. “Seja uma pessoa disponível, flexível, aberta.
Isso deixa marcas. Se ainda não tem experiências profissionais, as
recomendações podem vir por parte de professores e colegas de classe, por
exemplo”, coloca.
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