Evento acontece no dia 26 de junho e contará com exibição de um episódio da série, bate-papo com o autor
Retratar
com sensibilidade e profundidade um dos últimos povos indígenas da Amazônia, os
Yanomami. Este foi o objetivo do fotógrafo e documentarista Ricardo Martins, ao
registrar o cotidiano de um dos maiores povos indígenas do Brasil. Por isso, no
dia 26 de junho, ele lançará seu 15º livro de fotografia, intitulado “Os
Últimos Filhos da Floresta”, e sua 5ª série documental, “Aventura Fotográfica
Yanomami”, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo.
O
evento gratuito terá início com uma exibição especial do documentário, seguida
de uma conversa com o autor e convidados, onde serão compartilhadas as
experiências e desafios enfrentados durante a expedição à aldeia Yanomami. O
evento culminará com uma sessão de autógrafos do livro, que homenageia os povos
originários e celebra a conexão profunda entre a fotografia e a floresta. Além
disso, algumas fotos serão exibidas no MIS, com a impressão das imagens
realizada pela Canon do Brasil, uma das apoiadoras do evento.
Reconhecido
por seu trabalho visual que exalta a natureza brasileira, Ricardo Martins
mergulhou em uma experiência imersiva na Amazônia, convivendo por dias com os
Yanomami. A aproximação com o povo originário se deu por meio de Regiane, uma
indígena que já havia pertencido à aldeia e facilitou o contato do fotógrafo.
Lá, Ricardo foi acolhido pelo líder Maciel, que lhe disse em sua chegada: “É
seu Ricardo, seu nome ecoou pela floresta e chegou aos nossos corações”, disse
ele.
“O
projeto nasceu enquanto eu sobrevoava a Amazônia e assistia a um documentário
que mencionava os Yanomami como os últimos filhos da floresta. Aquilo me tocou
profundamente. Percebi que era hora de registrar essa história de forma visual,
humana e respeitosa”, afirma o autor.
Durante
a produção, Ricardo dormiu na mata e viveu o dia a dia da aldeia, acompanhando
os rituais, caçadas e rotinas dos indígenas. O resultado é um livro com imagens
potentes e uma série documental que deve chegar em breve a plataformas de
streaming — como já ocorre com outras produções do autor disponíveis no Amazon
Prime, BandPlay e CNBC
Outro
fator importante é que a contrapartida desta produção realizada com o povo
Yanomami será a construção de uma escola na aldeia Hemare Pi Wei, onde tudo
aconteceu. Esse foi um pedido das lideranças feito a Ricardo.
‘Nossos
jovens precisam se orgulhar da nossa cultura e dos nossos costumes. Precisam
ter orgulho de serem indígenas. Também precisam aprender a língua e a cultura
do Napo (homem branco), pois isso será a defesa deles. Esse é o objetivo dessa
escola”, afirma Maciel, umas das lideranças da aldeia Hemare Pi Wei.
“Convivendo
com os Yanomami, vi um modo de vida conectado à terra, onde tudo é respeitado.
Enquanto os povos originários existirem, a floresta estará em pé. Resolvemos
abraçar o projeto, inclusive a construção da escola, que já começou a ser
erguida e será um marco”, afirma Ricardo. Parte da verba arrecadada com a venda
dos livros e da coleção FineArt criada por Martins está sendo revertida para a
construção da escola na comunidade Yanomami, tornando esse sonho uma realidade.
Com
distribuição nacional, o livro poderá ser encontrado nas maiores varejistas do
Brasil e pelo site do autor www.ricardomartins.org
alcançando leitores de todas as regiões após o lançamento oficial.
Serviço
Lançamento
do livro e série "Os Últimos Filhos da Floresta"
Data: 26 de junho de 2025
Horário: a partir das 18h
Local: MIS – Museu da
Imagem e do Som
Av. Europa, 158 – Jardim
Europa, São Paulo/SP
Entrada gratuita
Teaser: https://youtu.be/oydjIyw6GJs?si=l4YlRLvBzMIFbIRc
O
POVO YANOMAMI
Os
Yanomami são um dos maiores povos indígenas relativamente isolados do mundo.
Sua origem remonta a mais de mil anos, nas terras altas da atual Venezuela, e
desde então vivem profundamente integrados à floresta amazônica, distribuídos
entre os territórios do Brasil e da Venezuela. São tradicionalmente caçadores,
agricultores e coletores, vivendo em comunidades situadas na Terra Indígena
Yanomami, no Brasil, e na Reserva da Biosfera Alto Orinoco-Casiquiare, na
Venezuela.
Profundamente
conectados à natureza, os Yanomami compreendem a floresta não como um espaço
inerte ou recurso a ser explorado, mas como uma entidade viva. Para eles, a
“urihi”, a terra-floresta, é um ser pulsante, sagrado, com o qual humanos e
não-humanos compartilham uma dinâmica espiritual e cosmológica contínua. Essa
visão se aproxima da chamada Hipótese de Gaia, formulada nos anos 1970 pelo
cientista britânico James Lovelock, que propõe a Terra como um superorganismo
vivo e autorregulador.
Desde
a década de 1980, os Yanomami enfrentam ameaças crescentes: invasões, garimpo
ilegal, desmatamento, doenças trazidas de fora e episódios de violência. Essa
pressão externa tem colocado em risco não apenas sua existência física, mas
também sua cosmologia e modo de vida.
Como
alerta o líder indígena Davi Kopenawa Yanomami, em um dos trechos mais
emblemáticos de sua luta:
“A
terra-floresta só pode morrer se for destruída pelos brancos. Então, os riachos
sumirão, a terra ficará friável, as árvores secarão e as pedras das montanhas
racharão com o calor. Os espíritos xapiripë, que moram nas serras e ficam
brincando na floresta, acabarão fugindo. Seus pais, os xamãs, não poderão mais
chamá-los para nos proteger. A terra-floresta se tornará seca e vazia. Os xamãs
não poderão mais deter as fumaças-epidemias e os seres maléficos que nos
adoecem. Assim, todos morrerão.”
Proteger
os Yanomami é proteger a floresta. E enquanto eles existirem, a floresta ainda
terá chance de resistir.
Sobre
Ricardo Martins
Ricardo
Martins é um dos principais fotógrafos de natureza do Brasil. Jornalista,
apresentador e sócio-fundador da RM Produções, produtora e editora responsável
por seus projetos, Martins tem suas imagens exibidas em espaços de prestígio
internacional, como a sede da UNESCO, em Paris, e a Galeria Tretyakov, em
Moscou. Seu trabalho reforça seu papel como verdadeiro embaixador das belezas
naturais brasileiras.
É
autor e editor de 15 livros, entre eles A
Riqueza de um Vale, obra reconhecida com o Prêmio Jabuti em 2012,
na categoria Melhor Fotografia — um dos mais importantes reconhecimentos da
literatura nacional.
Na
televisão, é conhecido por suas séries que revelam os bastidores de expedições
por destinos emblemáticos como o Pantanal, Amazônia e a Itália, com produções
exibidas em plataformas como Amazon Prime, BandPlay e CNBC.
Em Os Últimos Filhos da Floresta,
Ricardo mergulha ainda mais fundo: não apenas em paisagens amplas e grandiosas,
mas também nas texturas e detalhes delicados da selva e de seus habitantes. Um
mundo oculto, isolado e vibrante, retratado com a sensibilidade de quem sabe
que preservar é, antes de tudo, enxergar.
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