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Nada
é tão atual hoje em dia como a produção artística contemporânea do Brasil dos
anos 60 e 70. E com esse leitmotif que a Galeria Berenice Arvani inaugura agora
a exposição “Pops e Rebeldes”, com curadoria de Celso Fioravante, composta por
obras de uma geração que criou a arte pop brasileira, a Nova Figuração, consagrada
a partir da exposição Opinião 65, no MAM Rio. A mostra fica aberta para a
visitação até o dia 5 de maio de 2025, de segunda a sexta, das 10h às 19h.
“Vejo
a Nova Figuração como um dos movimentos mais intensos da arte brasileira, uma
resposta crítica ao abstracionismo ao mesmo tempo que se manifestava sobre
dilemas sociopolíticos da década de 60. Os artistas ‘Pop e Rebeldes’ da época
marcaram uma identidade visual que influencia gerações de outros artistas até
hoje”, explica Berenice Arvani.
Celso Fioravante, é quem assina a curadoria e acrescenta que os “artistas locais exibiram uma nova imagem do país, um Brasil com sangue nas veias, que grita, moldada a partir de questionamentos a fatos perversos, como a censura, a repressão e a violência impostas pela ditadura de 1964. Além disso, deglutiram movimentos artísticos como o construtivismo, a arte popular e o expressionismo”.
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Uma rebeldia pop que ainda é atual
A
arte produzida por esses artistas considerados pela galerista e pelo curador
como pops e rebeldes é disruptiva e terreno de resistência. Ela protesta e
afirma em seu vocabulário de imagens que amor, prazer, política e arte são
revolucionários e estarão sempre aqui. São eles:
Antonio Henrique Amaral: conhecido por sua
série "Bananas", onde utiliza a figuração para expressar críticas
ácidas ao regime político e à repressão da época.
Décio Noviello: artista e designer gráfico, destacou-se pela
fusão entre a arte e a comunicação visual, criando obras de forte impacto
estético e social.
Glauco Rodrigues: trouxe para suas telas um olhar irônico
e colorido sobre a identidade brasileira, ressignificando símbolos nacionais
com um viés crítico.
Inácio Rodrigues: explorou a relação entre a figuração e
o abstrato, utilizando cores vibrantes e composições dinâmicas para expressar
sua visão de mundo.
Irmgard Longman: trouxe uma abordagem singular para a
arte pop brasileira, combinando elementos geométricos e figurativos para criar
uma estética sofisticada e impactante.
Judith Lauand: transcendeu o concretismo ao incorporar novas
experiências visuais, tornando-se uma das grandes expoentes da arte brasileira.
Maurício Nogueira Lima: um dos grandes nomes
da arte concreta, mas também transitou pela Nova Figuração, explorando a
interação entre cor, forma e comunicação visual.
Nelson Leirner: conhecido por sua ironia e crítica contundente
ao mercado de arte e à cultura de consumo, utilizando ready-mades e objetos
cotidianos em suas obras.
Rubens Gerchman: um dos principais nomes da Nova
Figuração, trazendo para suas obras um diálogo direto com a sociedade, a
política e a linguagem da propaganda.
Teresa Nazar: artista argentina radicada no Brasil,
incorporou elementos surrealistas à sua produção, criando imagens oníricas e
repletas de simbolismo.
Tomoshigue Kusuno: de origem japonesa, imprimiu sua
influência oriental na arte pop brasileira, criando uma estética diferenciada e
de forte impacto visual.
Victor Gerhardt: explorou temas urbanos e sociais em
suas obras, trazendo uma abordagem crítica e inovadora para a figuração
brasileira.
Zélio Alves Pinto: transitou entre a arte plástica e o
cartum, utilizando um traço ágil e expressivo para retratar a sociedade com
humor e perspicácia.
A Nova Figuração Brasileira
Surgido
nos anos 60, o movimento Nova Figuração rompeu com a abstração predominante e
trouxe de volta a imagem figurativa, mas, dessa vez, de forma reinventada,
agressiva e crítica, principalmente à ditatura militar que comandou o país de
1964 a 1985.
Inspirados
pela pop art, pelo expressionismo e pela cultura de massa, os artistas desse
movimento criaram obras vibrantes e provocativas, utilizando colagem e abusando
da apropriação de imagens e iconografia urbana para abordar temas como consumo,
censura, política e identidade nacional.
O
movimento ainda é chamado de Pop Art Brasileira, porém a conexão se limita
apenas a influências de forma, estética e linguagem, pois a versão americana do
movimento tem muito pouco posicionamento político-ideológico, concentrando suas
críticas mais diretamente à sociedade de consumo.
Serviço
Exposição “Pops e Rebeldes”
Curadoria:
Celso Fioravante
Evento
de abertura: 27 de março, quinta-feira, das 19h às 22h.
Exposição:
de 28 de março a 5 de maio.
Dias
e horários de visitação: segunda a sexta, das 10h às 19h.
Local:
Galeria Berenice Arvani
Endereço:
Rua Oscar Freire, 540, Jardins.
Tel.:
(11) 3082-1927.
Site:
www.galeriaberenicearvani.com
Instagram:
@galeriaberenicearvani
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