Âmbito escolar é crucial para abordar assuntos emergentes e conectar os alunos com o mundo, a natureza e o meio ambiente
Menos
de 30% dos jovens brasileiros discutem frequentemente questões ambientais,
mostra o levantamento “Juventudes, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas” das
redes Em Movimento e Conhecimento Social. O estudo revela que, para essa faixa
etária, o meio ambiente vem atrás de outros temas como qualidade na educação e
direitos das mulheres. Além disso, o resultado não está relacionado à baixa
escolaridade, uma vez que quatro em cada 10 entrevistados já haviam concluído o
ensino superior ou pós-graduação.
Paulo Chagas Dalcheco, mestre em Linguagem e Educação e
orientador educacional nos Anos Finais do Ensino Fundamental da Escola Lourenço
Castanho,
ressalta que a questão ambiental demanda a implementação de políticas públicas
eficazes. Ele destaca a importância de abordar tanto a proteção quanto a
educação ambiental, defendendo uma abordagem pedagógica que inclua a
alfabetização para a sustentabilidade. “Assim como aprendem a ler, escrever e
fazer contas, os alunos deveriam aprender a gerir os recursos, evitar
desperdícios e reaproveitar materiais. A escola deve dar os primeiros passos,
mas o engajamento só é realmente possível com a adesão da comunidade escolar e
da sociedade”, afirma.
O
estudo revela que, apesar das limitações no conhecimento sobre questões
ambientais e climáticas, mais de 70% dos entrevistados estão familiarizados com
termos como "aquecimento global" e "mudanças climáticas".
Dalcheco observa que, embora os estudantes possam entender conceitualmente o
que são mudanças climáticas, ainda existem desafios no ensino dessa temática.
“O grande desafio em qualquer escola é que esses próprios alunos ultrapassem o
mero discurso e consigam perceber que suas ações diárias, seus costumes e modos
de vida também contribuem para o aumento da temperatura no planeta ou a
poluição no rio Tietê, por exemplo. Isso está acontecendo agora, no presente,
mas também trará consequências futuras”, comenta.
Planejamento
O
impacto de uma ação pedagógica pode ser difícil de medir, pois muitas
aprendizagens ocorrem no campo da subjetividade. No entanto, um planejamento
adequado pode permitir a coleta de dados antes, durante e após a implementação
da proposta. “Quando se trata de sustentabilidade, não se mede a aprendizagem
aplicando uma prova ao fim de uma sequência, mas observando as ações diárias
dos alunos e demais pessoas da comunidade escolar, qual seu comportamento em
relação aos ambientes que frequenta, se as atitudes demonstram responsabilidade
para com o meio ambiente”, explica Dalcheco.
Para
alcançar esse objetivo, a escola é crucial para conectar os alunos com o mundo,
a natureza e o meio ambiente. Estudos de campo são um exemplo eficaz, pois
permitem que os estudantes se engajem e aprendam por meio da experiência
prática, gerando resultados positivos no processo de aprendizagem. “Em geral,
as crianças ficam bastante sensibilizadas com a preservação da fauna, com a
poluição do plástico nos oceanos e, certamente, são muito atraídos pela
temática dos desastres naturais. Todas essas coisas parecem ficção científica,
e as crianças se surpreendem quando se dão conta de que é tudo real, e que
também somos responsáveis pelo nosso planeta”, enfatiza.
As
iniciativas devem ir além da teoria e envolver diversos grupos da sociedade,
incluindo as famílias. Os pais podem se voluntariar para projetos escolares,
colaborar com os educadores e contribuir para a promoção da sustentabilidade e
da conscientização ambiental. Essas atividades podem ocorrer tanto na escola
quanto em casa, fortalecendo a integração entre o ambiente escolar e familiar.
“É possível promover algumas ações pontuais, como o ‘dia sem consumo’, o ‘dia
sem lixo’, assim como organizar competições e outros eventos que tematizem o
respeito ao meio ambiente, a promoção e divulgação de ações realizadas. Essas
ações e tantas outras podem partir tanto da escola quanto das famílias. A
responsabilidade é de todos”, conclui Dalcheco.
Sobre Paulo Chagas Dalcheco
Bacharel
e licenciado em Letras e mestre em Linguagem e Educação pela Universidade de
São Paulo (USP), atualmente, Paulo Chagas Dalcheco cursa Pedagogia pela
Faculdade Sumaré. Já atuou como professor no Ensino Fundamental e no Ensino
Médio, e atua como orientador educacional no Ensino Fundamental. Ao longo da
sua história na Educação, tem se aprofundado em temas ligados a todas as faixas
etárias do Ensino Fundamental, desde a alfabetização até a adolescência. Como
educador, acredita na capacidade de transformação do ser humano, e trabalha
para que a escola seja a base de uma sociedade mais justa.
Sobre a Escola Lourenço Castanho
Oferece
um projeto pedagógico inovador, que extrapola o trabalho com os conteúdos
produzidos pelas grandes áreas do conhecimento, investindo também no
desenvolvimento da autonomia e da crítica, na análise da dimensão social
construída pelos estudantes e na vinculação com o saber. Ao longo dos anos, a
Escola mantém o compromisso com seus princípios, consolidando a formação
integral como a base de seu projeto pedagógico-educacional.
Comentários
Postar um comentário