Exposição
explora a presença da signo gráfico, da letra e da palavra na obra de uma das
artistas mais significativas da arte brasileira do século XX
25 de outubro de 2024 a 2 de fevereiro de 2025
Ministério da Cultura, Nubank e Instituto Tomie Ohtake
tem o prazer de anunciar Mira
Schendel – esperar que a letra se forme, exposição com
curadoria de Galciani
Neves e Paulo
Miyada, que explora a presença dos signos gráficos, da letra e
da palavra linguagem na produção artística de Mira Schendel (1919–1988).
Reunindo mais de 250 obras, entre pinturas, monotipias, desenhos, cadernos,
objetos gráficos e uma instalação, a mostra é dividida em sete núcleos,
convidando o público a imergir na presença da palavra na produção artística de
Mira e suas interligações. A exposição será inaugurada no dia 24 de outubro,
concomitantemente à exposição Carlito
Carvalhosa – A metade do dobro.
Mira Schendel – esperar que a letra se forme integra o programa
semestral palavra palavra
palavra, iniciado com o projeto Poesia em presença – Entre cenas, slam, spoken word e rap, e que contará ainda com o
lançamento da publicação Caderno-ensaio
2: Palavra. Esta exposição conta com o patrocínio do Nubank, através do
Ministério da Cultura, via Lei de Incentivo à Cultura, Programa Nacional de
Apoio à Cultura e Governo Federal - Brasil, União e Reconstrução.
Reconhecida
como uma das artistas mais significativas da arte brasileira do século XX, Mira
Schendel nasceu em Zurique, na Suíça, com ascendência judaica, tcheca, alemã e
italiana. Devido à perseguição antissemita, fugiu para o Brasil em 1949, onde
viveu e produziu grande parte de sua obra, dialogando com a Poesia Concreta, o
Neoconcretismo e as experimentações artísticas das décadas de 1960 e 1970.
Neves
e Miyada assinalam que Schendel desafiava a si mesma buscando formas de
atribuir sentido ao efêmero. Foi em um manuscrito da artista, por exemplo, que
os curadores encontraram o título da exposição, “esperar que a letra se forme”
e de lá extraíram também o trecho a seguir, presente no texto curatorial: “A
sequência das letras no papel imita o tempo, sem poder realmente representá-lo.
São simulações do tempo vivido, e não capturam a vivência do irrecuperável, que
caracteriza esse tempo. Os textos que desenhei no papel podem ser lidos e
relidos, coisa que o tempo não pode. Fixam, sem imortalizar, a fluidez do
tempo”.
A
curadoria pensou a montagem em sete núcleos sustentados de maneira fluida na
cronologia da artista. Em “Chegada
ao Brasil e à palavra”, núcleo que abre a exposição, o público
confere o percurso de representações esquemáticas de objetos para composições
abstratas e experimentos com elementos gráficos. Destaque para as obras dos
anos 1960, quando Mira integra rótulos e textos em seus trabalhos, trazendo a
palavra escrita para o centro de suas composições. Em “Escritura-desenho estruturando espaços”,
estão desenhos feitos com nanquim e carvão que trazem a relação entre palavra e
espaço, combinando letras, signos gráficos e gestos caligráficos. Segundo a
curadoria, Haroldo de Campos descreveu essa "arte-escritura" de Mira
, na qual o signo gráfico se torna uma questão estética e uma forma de
fabulação de espaços.
Em
“A palavra em espiral”,
estão trabalhos que trazem palavras em diferentes idiomas, sobretudo italiano e
o alemão, línguas que a artista herdou dos pais, que aparecem junto ao
português, língua oficial do Brasil. Para a curadoria, “Essa diversidade de
expressões e pronúncias efetiva a palavra no trabalho da artista como uma
espécie de acontecimento de enunciação de algo, como se escrever/desenhar as
letras e a sua decodificação fizessem realizar o que ali está posto. A palavra
instaura, assim, uma situação”, completam.
O
núcleo seguinte, “Arte:
encontro com o corpóreo”
destaque para os Toquinhos,
tanto os feitos em papel de arroz, como os em acrílico. Entre as séries
homônimas, os decalques de letraset são o elemento comum. Já em “Refluir de páginas fechadas e abertas”,
estão os cadernos de Mira Schendel. A curadoria aponta que “Essas obras –
feitas, em sua grande maioria, no ano de 1971 – são exercícios de composição em
papéis encadernados, perfurados, grampeados ou colados, como brochuras ou
simples aglomerados de páginas. A artista usufruiu de centenas de conjuntos de
folhas, de muitas dimensões, que, compreendidas em sua sequencialidade, formam
um percurso no tempo e no espaço”.
Completam
a exposição “Monotipias e
objetos gráficos”, duas das mais conhecidas séries da artista e “Ondas paradas de probabilidade, um
sussurro”, que, como o nome já entrega, apresenta a instalação “Ondas Paradas de Probabilidade”,
sua obra de maior dimensão.
Paralelamente
à mostra de Mira Schendel, o Instituto Tomie Ohtake inaugura Carlito Carvalhosa – a metade do dobro,
a primeira retrospectiva de fôlego sobre a produção artística de Carlito
Carvalhosa (1961–2021). Com cerca de 150 obras que datam de 1984 a 2021, a
mostra tem curadoria conjunta de Ana
Roman, Lúcia Stumpf, Luis Pérez-Oramas e Paulo Miyada.
Programa Público
A
estas exposições soma-se um programa público de encontros, oficinas e
vivências, com programação atualizada pelo site e redes sociais do Instituto ao
longo do período expositivo. Na abertura, dia 25 de outubro, realiza-se
programação concebida para professores das redes pública e privada, e também
para profissionais das artes com a participação dos curadores da exposição e os
educadores da instituição. No dia 26 de outubro, o público é convidado a
assistir performance do duo
Teia, parceria musical entre Inês Terra (voz) e Júlia Telles (teremin).
O duo pesquisa a relação entre os primeiros dispositivos eletrônicos e vozes,
em processos improvisados e composicionais. Teia transita entre sons harmônicos
e ruidosos, explorando as possibilidades do corpo por meio de intervenções,
partituras gráficas e gravações de campo. No dia 1 de novembro, o público em
geral é convidado a participar da mesa de debate Os ecos da palavra, com
a presença das artistas Livia
Aquino, Lenora
de Barros e da pesquisadora Maria Carvalhosa. No dia 2 de novembro
serão três oficinas de diferentes gêneros de texto: Menus inventados, com a
participação da jornalista e crítica gastronômica Luiza Fecarotta; Dedicatória de livro - Livros que me
fazem lembrar você, com a participação da pesquisadora Rosa Couto e Técnicas de Comicidade e nossa
responsabilidade com as Palavras, orientada pela atriz e
comediante Karina Sbruzzy.
Haverá também no dia 21 de novembro a oficina de audiodescrição Da palavra a imagem com
a artista DEF Isafora
Ifanger e no dia 14 de janeiro a oficina de zines O diário de Mira Schendel conduzido
pelo artista e educador Léo
Daruma. A participação nos eventos se dá mediante inscrição
prévia, via o site do Instituto e sujeito a lotação.
Programa amigos
O
Programa de Amigos do
Instituto Tomie Ohtake quer aproximar o público de um dos
espaços de arte mais emblemáticos da cidade de São Paulo. Além de apoiar, o
Amigo Tomie fará parte de uma comunidade conectada à arte, contará com
benefícios especiais e experiências únicas. São três categorias de apoio,
contribuindo com novas exposições, programas educativos, orçamento anual e
manutenção do Instituto. E uma novidade para os usuários do Nubank, patrocinador da
exposição Mira Schendel –
esperar que a letra se forme: Os clientes da instituição têm 25% de desconto em
qualquer categoria de apoio, enquanto os clientes ultravioleta têm 50%.
Mira Schendel – esperar que a letra se forme
Abertura:
24 de outubro, às 19h
Em
cartaz de 25 de outubro de 2024 a 02 de fevereiro de 2025
De
terça a domingo, das 11h às 19h – entrada franca
Instituto Tomie Ohtake
Av.
Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropé, 88) - Pinheiros SP
Metrô
mais próximo - Estação Faria Lima/Linha 4 – amarela
Fone:
11 2245 1900
Site:
institutotomieohtake.org.br
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Instagram:
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Youtube:
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