Exposição
reúne 32 obras que retratam a floresta como uma entidade viva e discutem a
relação entre natureza e humanidade a partir de 14 de setembro
José Roberto Aguilar, Flores
da Permissão (2023)
José Roberto Aguilar mergulha nas dimensões
físicas e simbólicas da Amazônia por meio da pintura, retratando a floresta
como uma entidade viva, repleta de cor e movimento. A mostra "Amazônia Vida",
em cartaz na DAN Galeria
Interior, em Votorantim, a partir de 14 de setembro, explora
a relação entre a natureza e a humanidade, os ciclos da vida, o conceito de
tempo e a impermanência. Com curadoria de Fabio Magalhães, a exposição reúne 31
telas e a instalação "Guardiões das Águas".
“Tentar
categorizar a arte de Aguilar é correr atrás do vento”, escreve o jornalista
Leonor Amarante. José Roberto Aguilar entrou na cena artística brasileira no
início dos anos 1960, quando foi selecionado para participar com três pinturas
na VII Bienal São Paulo. A partir daí integra as mais importantes manifestações
artísticas do país. Seus trabalhos e intervenções ao longo de seis décadas vão
desde a pintura – passando por videoarte, videoinstalação, performances – à
liderança da Banda Performática.
Aguilar
participou de várias edições da Bienal de Arte de São Paulo e realizou inúmeras
exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior – Japão, Paris,
Londres, Estados Unidos e Alemanha. Suas pinturas estão presentes no acervo de
museus no Brasil e no exterior (Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro, Museu
de Arte Contemporânea – São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de
Arte Contemporânea – Niterói, Museu de Arte Brasileira -SP, Hara Museum-Japan,
Austin Museum of Art-US) e também integram importantes coleções particulares
(Gilberto Chateaubriand, João Sattamini, Haron Cohen, Greg Ryan, Joaquim
Esteves, Jovelino Mineiro, Miguel Chaia, Roger Wright, Ricardo Akagawa, João
Carlos Ferraz entre outros). Em meados nos anos 1990 tornou-se diretor da Casa
das Rosas, dinamizando aquele espaço cultural com grandes exposições sobre
cultura brasileira (1996-2002) e iniciativas pioneiras com arte e tecnologia. O
seu trabalho como gestor cultural fez com que fosse convidado pelo então
Ministro da Cultura, Gilberto Gil, para ser o representante do Ministério da
Cultura em São Paulo (2004-2007). Atualmente, Aguilar concentra em seu acervo
importantes obras e documentos da história da arte e da cultura no Brasil.
Compreende quadros, instalações, fotografias, documentos, livros, entre outros.
Para
o curador, “Aguilar sempre pintou como um lutador. O embate entre tintas e tela
e a coreografia gestual, são atores importantes na construção da sua poética
visual. Isto é, o artista desenvolve um verdadeiro corpo a corpo com a tela,
numa relação veloz entre pensamento e ação. Basta visitar seu ateliê para
perceber que nesses embates pictóricos seus golpes de tinta extravasam, em
muito, os limites da tela.”
Desde
2004, o artista se divide entre São Paulo e Alter do Chão, no Pará, onde mantém
casa ateliê e uma forte relação com a Floresta Amazônica e a comunidade
ribeirinha local.
"O
bioma amazônico acende uma nova poética no meu trabalho, onde as forças
indomáveis da floresta tropical confrontam a sensibilidade urbana. Em Alter do
Chão, mergulho na vastidão do ecossistema amazônico, onde a luz de cada manhã e
o matiz de cada pôr do sol revelam a vida oculta da floresta. Aqui, entre as
vinhas, os pássaros e a sabedoria dos xamãs, encontro um mundo onde tudo está
conectado, onde a vida e a morte dançam em um ciclo contínuo de
renovação.", diz José Roberto Aguilar
“Como
diretora da DAN Galeria Interior, é uma grande honra poder produzir a exposição
‘Amazônia Vida’ de José Roberto Aguilar. Esta exposição, que conta com
curadoria de Fabio Magalhães, inaugura a representação do artista pela galeria.
O trabalho de Aguilar continua a ser relevante e influente na arte
contemporânea assim como seu espírito inovador que deixou uma marca indelével
no cenário artístico brasileiro. A curadoria sensível de Magalhães conseguiu
comprovar porque Aguilar é uma figura central na história da arte brasileira,
atravessando o tempo com mais de cinco décadas de produção artística”, diz
Cristina Delanhesi
Sobre o artista
José
Roberto Aguilar (São Paulo SP 1941)
Pintor,
videomaker, performer, escultor, escritor, músico e curador.
A
partir dos anos 1950, José Roberto Aguilar realiza obras que possuem um caráter
mágico-expressionista, em diálogo com a abstração, caracterizadas pela
espontaneidade na pintura, obtida pela aplicação rápida da tinta. Autodidata,
integra o movimento performático-literário Kaos, em 1956, com Jorge Mautner
(1941) e José Agripino de Paula. Em 1963, expõe pinturas na 7ª Bienal
Internacional de São Paulo. Considerado um dos pioneiros da nova figuração no
Brasil, participa da mostra Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de
Janeiro - MAM/RJ, em 1965. Na Série Futebol 1 (1966), emprega manchas de cor e
tintas escorridas, em cores contrastantes, causando grande impacto pelo caráter
fantástico das figuras disformes. Por volta de 1963, sua obra passa a revelar
preocupações político-sociais. O artista realiza experiências com pinturas a
spray e pistola sobre grandes superfícies de tela. Por meio dessas técnicas,
obtém efeitos originais, captando a atmosfera dos luminosos em néon, típica das
metrópoles atuais.
Nessa
época, passa a pintar com spray e pistola de ar comprimido. Vive em Londres,
entre 1969 e 1972, e em Nova York, entre 1974 e 1975, época em que inicia suas
experimentações com vídeo. Volta a morar em São Paulo em 1976. No ano seguinte,
participa da 14ª Bienal Internacional de São Paulo com a instalação Circo
Antropofágico Ambulante Cósmico e Latino-Americano Apresenta Esta Noite: A
Transformação Permanente do Tabu em Totem, em que expõe 12 monitores de TV no
palco do Teatro Ruth Escobar. Em 1981, além da Banda Performática, lança o
livro A Divina Comédia Brasileira. Em 1989, realiza a performance Tomada da
Bastilha, com a participação de 300 artistas, assistida por cerca de 10 mil
pessoas em São Paulo. Nos anos 1990, faz pinturas em telas gigantes e esculturas
em vidro e cerâmica.
Em
2002, na exposição Rio de Poemas, Aguilar realiza uma série de telas inspiradas
em textos literários, como o conto A Terceira Margem do Rio, de Guimarães Rosa
(1908 - 1967). A atração pela literatura e pela mitologia são constantes na
produção do artista. Ele apropria-se da escrita e dos signos gráficos,
tornando-os elementos integrantes de suas telas. Em suas pinturas, apresenta
uma dinâmica multidirecional e revela a articulação de emoções. Nas telas da
série Rio de Poemas, o artista diminiu a gestualidade, produzindo pinturas
quase diáfanas.
Sobre a DAN Interior
A
DAN Interior é um espaço que abrange obras de grandes formatos e que funciona
como um espaço mediador entre o interior e a capital. Sua infraestrutura conta
com reserva técnica para armazenamento de seu acervo e dispõe de um heliponto.
O setor educativo da instituição proporciona atividades e ações de cunho
sociocultural, como visitas mediadas e debates entre artistas representados
pela DAN Galeria e outros artistas da região metropolitana da região de
Votorantim e Sorocaba, criando uma interface mais atrativa também para o
público local.
Serviço
DAN Galeria Interior
Amazônia
Vida - José Roberto Aguilar
Curadoria de Fabio Magalhães
Abertura no dia 14 de setembro das 10h às 16h
Período expositivo: de 14 de Setembro de 2024 à 14 de janeiro de 2025
Av. Ireno da Silva Venâncio, 199 - Protestantes, Votorantim
Galpão 20 A
De segunda a sexta-feira das 10h às 18h e sábados das 10h às 13h
Agendamentos no WhatsApp – 15- 99136 0301
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