Instituto Tomie Ohtake traz debates com especialistas em clima e cultura em diálogo com a COP 30 de 2025
A
primeira etapa do projeto Um rio não existe sozinho acontece de 20 a 23 de
agosto, com mesas de debate e oficina; cientista Carlos Nobre abre a
programação
Criado
e desenvolvido pelo Instituto
Tomie Ohtake para dialogar com os temas urgentes relacionado à 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças
Climáticas (COP 30), que acontecerá em Belém (PA) em 2025, o
projeto Um rio não existe
sozinho tem sua primeira etapa confirmada para ocorrer de 20 a 23 de agosto de 2024,
no prédio que abriga o Instituto, em São
Paulo. A primeira fase, sob o título Diálogos São Paulo,
busca iniciar o objetivo geral do projeto: estabelecer uma rede nacional
de conexões entre profissionais, artistas, pesquisadores, coletivos e
instituições para o compartilhamento de experiências que apontem possibilidades
de transformação em respeito às práticas sustentáveis e, a partir disso,
novos caminhos para enfrentar cenários de destruição tão incisivos e violentos
a partir da mobilização coletiva. Iniciando em 2024, Um rio não existe sozinho
pretende gerar ecos e continuidades a partir de atividades e exposições ao
longo dos próximos dois anos. O projeto tem curadoria de Sabrina Fontenele,
curadora do Instituto Tomie Ohtake, e Vânia
Leal, curadora convidada.
O
projeto expressa a vocação da instituição na articulação de diferentes áreas do
conhecimento, na realização de trabalhos lúdicos, educativos ou políticos e no
estímulo ao diálogo entre diferentes agentes de transformação cotidiana. A
missão do Instituto Tomie Ohtake — de abrir caminhos na arte e na vida — se
vale de projetos como este para articular as questões climáticas e ambientais à
arte, à arquitetura, ao design e aos saberes tradicionais. Esta iniciativa
conta com o patrocínio da AkzoNobel,
através do Ministério da Cultura, via Lei de Incentivo à
Cultura e Governo Federal - Brasil, União e Reconstrução.
1ª FASE – DIÁLOGOS SÃO PAULO
Dividido
em fases, Um rio não existe
sozinho reúne em sua primeira etapa, denominada Diálogos São Paulo,
artistas, designers, arquitetos, mestres de saberes tradicionais, lideranças
comunitárias e pesquisadores, entre os dias 20 e 23 de agosto, em auditório no
mesmo prédio que abriga o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. No dia 21, às
18h, o diretor artístico, Paulo
Miyada, e a curadora, Sabrina
Fontenele, abrem o evento, seguidos pelo renomado professor e
cientista Carlos Nobre,
que profere a conferência de inauguração. Em seguida ocorre a mesa 1
“Abrir caminhos em comunidade”, com a participação de Letícia Grappi, Gabriela Gaia e Jean do Gueto e mediação
de Vânia Leal.
No dia 21, às 19h, ocorre a mesa 2, “Confluência de saberes”, que reúne Levy Cardoso, Cristine Takuá e Rastros de Diógenes, com
mediação de Lilian Kelian.
Encerrando
a primeira etapa, a mesa 3, “Novos começos para o fim”, acontece no dia 23, às
19h, com a participação de Ester
Carro, Pedro
Alban, Emmanuel
Franco e mediação de Sabrina
Fontenele. Paralelamente às mesas, o arquiteto Pedro Alban, um dos
contemplados na nona edição do Prêmio
Arquitetura Tomie Ohtake AkzoNobel, premiação que mapeou nos
últimos anos as produções arquitetônicas de destaque na cena contemporânea
brasileira nos seus mais variados contextos, ministra a oficina Território Material: criar a partir do
que já existe. As atividades são abertas ao público,
mediante inscrição prévia via formulário e gratuitas. Confira a programação.
CLIMA E CULTURA NO INSTITUTO TOMIE OHTAKE
Desde
a sua fundação, o Instituto Tomie Ohtake vem construindo um histórico de
projetos e ações que buscam refletir sobre modos e condições de vida, hábitos,
memórias e visões de mundo. Dentro deste contexto, seu entendimento
programático busca promover a cultura lançando luz à forma como nos
relacionamos com as temáticas do clima, da sustentabilidade e do meio ambiente.
Reforçando
sua missão — de abrir caminhos na arte e na vida —, o Instituto se vale
destas práticas para articular estes temas à arte, à arquitetura, ao design e
aos saberes tradicionais, mobilizando programas educativos ou políticos e
estimulando diálogos entre diferentes agentes de transformação cotidiana.
Projetos de relevo como o longevo Prêmio
de Arquitetura Tomie Ohtake AkzoNobel, cuja trajetória soma 9
edições, são pontos de partida que fundamentam as presentes discussões
propostas para Um rio não
existe sozinho. As edições do Prêmio mapearam, selecionaram e
visibilizaram iniciativas que envolvem dinâmicas ambientais, sustentabilidade e
impacto social.
“O
prêmio de arquitetura, idealizado em conjunto com o Instituto Tomie Ohtake, se
tornou uma referência em programas de premiação da área, então fez sentido
evoluirmos a iniciativa, abraçando uma temática climática urgente. Durante mais
de dez anos criamos uma relação muito próxima com os profissionais da
arquitetura que foram, ano a ano, nos surpreendendo com projetos que aliavam
estética ao respeito à cultura local e preocupação com um legado. E isso está
em total consonância com o que acreditamos aqui na AkzoNobel, que inovação não
pode existir sem sustentabilidade, sem se preocupar com o impacto que trazemos
para as pessoas, as comunidades, o planeta e as futuras gerações”, analisa Karen Watanabe, head de
Comunicação LATAM da AkzoNobel.
Em
2023, em consonância com a 9ª premiação do Prêmio de Arquitetura Tomie Ohtake AkzoNobel, a
sequência de debates denominada Imaginar
Futuros: formas do invisível contou com a presença de
especialistas do Brasil e do mundo para discutir o desafio urgente da crise
ambiental mundial e dos futuros que pudessem haver pela frente. Estas ações
pavimentam o caminho para que hoje o Instituto Tomie Ohtake possa convidar a todos
para pensar coletivamente sobre estes temas, para criar uma rede de reflexões
em diálogo direto com a COP 30 de 2025.
SOBRE A COP 30
A
Conferência da ONU sobre
Mudanças Climáticas (COP), evento anual onde líderes mundiais,
cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil se reúnem para
discutir e negociar medidas para combater as mudanças climáticas, terá sua 30ª
edição realizada no Brasil. A COP 30, que acontecerá em novembro de 2025 em
Belém, no Pará, gera grandes expectativas devido à sua localização na Amazônia,
um dos ecossistemas mais importantes do mundo para a regulação do clima global.
Espera-se que a COP 30 traga uma atenção renovada para a proteção das florestas
tropicais e para os direitos das populações indígenas e ribeirinhas, além de
impulsionar ações mais ambiciosas e concretas para enfrentar a crise climática.
A escolha de Belém como sede destaca a importância da região amazônica nas
discussões globais sobre meio ambiente e sustentabilidade.
UM RIO NÃO EXISTE SOZINHO
DIÁLOGOS SÃO PAULO | PROGRAMAÇÃO
21 de agosto
18h: Abertura
Com Prof. Dr. Carlos Nobre (INPE)
19h: Mesa 1 - Abrir caminhos em comunidade
Com
Letícia Grappi, Gabriela Gaia e Jean do Gueto. Mediação: Vânia Leal
120
vagas - sujeito a lotação
Inscrições
aqui
Sinopse:
Soluções
com poder de transformação dos territórios muitas vezes são encontradas graças
ao intercâmbio de ideias entre participantes com habilidades e olhares diversos
em um processo colaborativo e comunitário. Propõe-se neste eixo refletir sobre
experiências e trabalhos coletivos quem sejam capazes de romper hierarquias
convencionais entre saberes acadêmicos, científicos e populares para
desenvolver alternativas sustentáveis de produção e convivência.
Sobre os participantes:
Letícia Grappi (arquiteta - Bahia)
Arquiteta
pela UFBA, trabalha com projetos e obras de baixo impacto ambiental. Cocriadora
do mapadaterra.org, um mapeamento
colaborativo de construções com materiais naturais. Conselheira da Rede
TerraBrasil. Foi revisora técnica do livro Manual de Construção com Terra, do
Gernot Minke. Compôs a Coordenação do Congresso TerraBrasil 2024. Criadora do
grupo Mulheres na Bioconstrução.
Gabriela Gaia (arquiteta/professora - Espírito Santo)
Arquiteta
e urbanista, professora na Faculdade de Arquitetura da UFBA, em Salvador (BA),
interessada em projetos, pesquisas e práticas criativas interdisciplinares, nas
quais busca aproximar o campo da história da arquitetura e das cidades com os
estudos negros e feministas, atuando em publicações, exposições, projetos
curatoriais, assessorias e formação.
Jean Ferreira (Gueto Hub) (ativista - Pará)
Jean
do Gueto, nascido e criado no bairro periférico Jurunas, em Belém (PA), é um
ativista, engenheiro cartógrafo e produtor cultural. Fundou o Sebo do Gueto em
2018 e o Gueto Hub em 2020, promovendo leitura e empreendedorismo na
comunidade. Aliando a cultura à luta climática, ajudou a criar a COP das
Baixadas para debater justiça climática nas periferias.
22 de agosto
19h: Mesa 2 - Confluência
de saberes
Com
Levy Cardoso, Cristine Takuá e Rastros de Diógenes. Mediação: Lilian Kelian
120
vagas - sujeito a lotação
Inscrições
aqui
Sinopse:
Entre
comunidades que habitam áreas ribeirinhas, sertões, litorais, meios urbanos ou
rurais, os saberes tradicionais demonstram adequação das práticas de produção
aos ciclos da natureza: marés, luas, períodos de plantação, de colheita e de
fabricação. Propõe-se neste eixo apresentar iniciativas e experimentações sobre
a confluência de ciências, culturas e habilidades a partir de metodologias
diversas e atentas ao respeito ambiental.
Sobre os participantes:
Levy Cardoso (1966, Belém-PA)
Ceramista,
recebeu influência na história de antigas civilizações que habitaram a
Amazônia, com base na cultura do barro, objeto da arqueologia e iconografia de
povos originários, uma inquietação de tempo, espaço, movimento, saber fazer,
sentir, descobrir e compreender o Ser pelo caminho da plástica na atividade
cerâmica. Com vivência profissional, na terceira geração em transmissão de
conhecimento, desenvolvimento de processos experimentais e tecnológicos.
Cristine Takuá (1981, São Paulo-SP)
Filósofa,
educadora, aprendiz de parteira, formada em Filosofia pela UNESP. Foi
professora por doze anos na Escola Estadual Indígena Txeru Ba’e Kuai’. É
representante do NEI (Núcleo de Educação Indígena) dentro da Secretaria de
Educação de SP e membro fundadora do FAPISP ( Fórum de Articulação dos
Professores Indígenas do Estado de SP). É diretora do instituto Maracá que está
fazendo a gestão compartilhada do Museu das Culturas Indígenas em SP.
Atualmente é coordenadora da Ação colaborativa Escolas Vivas em parceria com
Selvagem, Ciclo de estudos sobre a vida. Vive na Terra Indígena Rio Silveira,
localizada na divisa dos municípios de Bertioga e São Sebastião.
Rastros de Diógenes (1994, Rio de Janeiro-RJ)
Artista
visual, educadora ambiental e pesquisadora. É fundadora do Terreiro Afetivo,
laboratório de artes e ecologias decoloniais. Apresentou seu trabalho em
mostras, publicações e residências artísticas nacionais
23 de agosto
19h: Mesa 3 - Novos começos para o fim
Com
Ester Carro, Pedro Alban, Emmanuel Franco. Mediação: Sabrina Fontenele
120
vagas - sujeito a lotação
Inscrições
aqui
Sinopse:
Rios
brasileiros sofrem com a exploração desenfreada de seus recursos naturais e
desastres ambientais cada vez mais frequentes. Rejeitos de mineração,
derramamento de óleos, descarte inadequado de resíduos industriais e urbanos e
contaminação de águas afetam severamente flora e fauna das diversas regiões do
Brasil. Em Belém, materiais descartados são utilizados como base para
construções vulneráveis em cima das águas dos rios que se espalham pela malha
urbana. Esta realidade – comum também em outras cidades do Brasil – é o ponto
de partida para pensar ciclos produtivos de destruição, construção, renovação
em realidades bioculturais diversas.
Sobre os participantes
Ester Carro (arquiteta - São Paulo - SP)
Arquiteta
e ativista, presidente do Instituto Fazendinhando, que atua em favelas na
cidade de São Paulo, destaque Forbes Under 30(2023) na categoria design,
doutoranda bolsista em Urbanismo Contemporâneo e professora na Universidade
Presbiteriana Mackenzie, Mestre em Arquitetura e Urbanismo (2019) com ênfase em
planejamento urbano pela FIAM - FAAM Centro Universitário, especialista em
Urbanismo Social (2021) pelo Insper e em Habitação e Cidade (2021) pela Escola
da Cidade.
Pedro Alban (arquiteto – Salvador, BA)
Arquiteto
e artista visual. Seu trabalho envolve a construção e seus processos práticos
ou afetivos: fluxos de materiais, implicações ecológicas, memória. Fez parte do
coletivo Mouraria 53. Foi selecionado duas vezes para a Bienal Internacional de
Arquitetura de São Paulo (2019, 2022) e finalista na Bienal Ibero-Americana de
Arquitetura (2022). Juntamente com Natália Lessa e Fernanda Veiga, coordena
desde 2020 A Arquivo, uma empresa e think tank dedicada a facilitar e
popularizar o reuso de materiais na arquitetura. É arquiteto pela Universidade
Federal da Bahia e mestre em arquitetura pela Universidade Católica do Chile.
Foi consultor de reutilização do projeto do Casarão 28 - primeiro lugar no 9°
Prêmio Arquitetura Tomie Ohtake AkzoNobel.
Emanuel Franco (1952, Belém-PA)
Iniciou
sua produção artística desde a década de 70 participando de exposições, salões
de arte e outras manifestações culturais em Belém e outras cidades do País e
Exterior, como artista selecionado e premiado. Realizou sua primeira exposição
individual em 1982 na extinta Galeria Angelus do Teatro da Paz. Diretor da
Galeria de Arte da UNAMA e Curador do Salão UNAMA de Pequenos Formatos até
2015. Atualmente exerce a direção do Museu de Arte Sacra/ SIM/SECULT-PA.
Oficina: Território Material: criar a partir do
que já existe
Com Pedro Alban
De 20 a 23 de agosto | 16h às 18h
30
vagas - sujeito a lotação
Inscrições
aqui
Sinopse
O
workshop Território
Material: criar a partir do que já existe busca produzir, a
partir de de contatos com a obsolescência em São Paulo, uma nova percepção
do lixo - conceito entendido como crise e possibilidade contemporânea. Através
práticas de investigação urbana, apoiadas nas experiências da Arquivo e do
coletivo Mouraria 53, os alunos identificarão os nós (físicos, econômicos
e culturais) da cultura de obsolescência na construção da cidade e também suas
contrapartes - atores, políticas, e processos existentes ou desejáveis que
se apresentem como soluções para uma cidade menos descartável.
Sobre a AkzoNobel
Fornecemos
tintas e revestimentos sustentáveis e inovadores nos quais nossos clientes,
comunidades – incluindo o meio ambiente – demandam cada vez mais. É por isso
que tudo o que fazemos começa com Pessoas. Planeta. Pintura. Nosso portfólio de
marcas de classe mundial - como Coral, International, Sikkens e Interpon - tem
a confiança de clientes em todo o mundo. Atuamos em mais de 150 países e
buscamos nos tornar líderes globais da indústria. É o que você esperaria de uma
empresa de tintas pioneira que está comprometida com metas baseadas na ciência
e tomando medidas genuínas para enfrentar os desafios globalmente relevantes e
proteger as futuras gerações. Para obter mais informações, visite www.akzonobel.com. © 2022 AkzoNobel N.V.
Todos os direitos reservados.
Sobre o Instituto Tomie Ohtake
O
Instituto Tomie Ohtake, fundado em 2001, é o único local da cidade dedicado às
artes plásticas, arquitetura e design, com projeto arquitetônico especialmente
desenvolvido para abrigar essas três expressões das artes visuais. Assim como
nas outras áreas, no campo da arquitetura produz exposições, publicações e
debates. Já fizeram parte de sua programação nomes como Álvaro Siza, Gaudí,
Oscar Niemeyer, Ruy Ohtake, Soto de Moura, SANAA – Sejima + Nishizawa, Thom
Mayne e Vilanova Artigas.
Serviço:
Um rio não existe sozinho | Diálogos São Paulo
Curadoria: Sabrina Fontenele e Vânia Leal
De
20 a 23 de agosto de 2024
Auditório
– 2º andar
Instituto Tomie Ohtake
Av.
Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropé, 88) - Pinheiros SP
Metrô
mais próximo - Estação Faria Lima/Linha 4 – amarela
Fone: 11
2245 1900
Site: institutotomieohtake.org.br
Facebook: facebook.com/inst.tomie.ohtake
Instagram: @institutotomieohtake
Youtube: www.youtube.com/@tomieohtake
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