"Se eu soubesse" é guia para os desafios de ser mãe

Abordagem sincera e sensível escrita por uma médica psiquiatra e mãe experiente, revela os segredos que gostaria de ter descoberto, antes de embarcar na jornada de ter filhos

Enquanto a maternidade é tradicionalmente entendida pela relação consanguínea entre mãe e filho, a “maternagem” é estabelecida no vínculo afetivo do cuidado e acolhimento ao filho por uma mãe. Para entender essas diferenças e aprender as primeiras lições que é se priorizar e ouvir sua “criança interior”, o guia aponta caminhos para mães com menos culpa, capazes de construir melhores momentos com seus filhos e prepará-los para o mundo. 

“Se deposita na mãe uma série de cobranças. Maternidade não é isso. O exercício da “maternagem” é cuidar. E eu não consigo cuidar do outro, sem cuidar de mim. O que mais me chamou atenção nesse tema é como eu posso ajudar: identificar a “criança ferida” dessas mães. Para que elas possam se conhecer, criando assim filhos mais resolvidos”, conta Dr. Mônica Cereser que lançou esse ano seu quarto livro, o primeiro como autora.  

Ela conta que começou sua caminhada há muito tempo, buscando autoconhecimento e em certo momento resolveu colocar em movimento um desejo que tinha de ajudar as crianças e pais que chegavam ao seu consultório com distúrbios emocionais. Ela ficava inconformada em ver como eles perdiam seu brilho, por falta de conexão com os pais, e pelo despreparo de alguns pais em relação a forma de educar os filhos. 

“Esse momento já me acompanha há muito tempo. Cuidar dos pais, antes de cuidar das crianças. Se a mãe não está preparada, fica muito mais complicado. Em algum momento é preciso “empurrar” o filho para vida. Entendi que preciso colocar cada um no seu papel. Você vê muita família com papéis invertidos”, conta a especialista. 

Ela lembra que teria sido uma mãe com menos culpa e desfrutado melhor a “maternagem” sem as cobranças próprias, inseguranças e medos, muito deles fantasiosos, pela pura falta de conhecimento. Segundo ela, a ideia com o livro é que as mães busquem esse conhecimento e entendam como elas funcionam nos seus traços de caráter e  personalidade, como lidam com as próprias emoções. Com esse conhecimento elas conseguem se posicionar, se priorizar, e gerar um modelo para seus filhos.  

“Quando tive meus filhos, eu não tinha as informações que tenho hoje e que, para mim, são muito preciosas, pois não envolvem somente teorias do desenvolvimento, mas sim o que acontece no mundo emocional deles”, conta a especialista que é mãe de três filhos.  

O livro mostra que a mãe pode também desempenhar outros papéis: esposa, amiga, filha, irmã e o de mãe. “Como psiquiatra atendia muitas mães estressadas, depressivas ou ansiosas, pois não sabiam como cuidar do acúmulo de funções que exerciam. Elas priorizam seu entorno, muitas vezes esquecendo de si mesmas, presas na irritação, tristeza, culpa e até ansiedade”, afirma. 

Ela lembra que informações como as que estão no guia poderiam ter sido úteis no passado, quando teve seus filhos, “Desejo que estas mães possam se priorizar e criar filhos mais inteiros emocionalmente, sem ter que se despedaçar para isso”, conta a especialista. 

Unindo a experiência clínica e certa perspicácia pessoal, ela compartilha ‘insights’ valiosos e transformadores. Escrito de maneira leve e objetiva, com testes práticos, o guia é indispensável as mães em todas as fases, oferecendo conselhos reconfortantes para as mães enfrentarem os desafios com confiança e serenidade. 

Sobre a profissional 

Especialista em psiquiatria de crianças, adolescentes e adultos há 30 anos, a Dra. Mônica Geisa Cereser é formada em Medicina pela PUC–Sorocaba e especializou-se em psiquiatria geral na Santa Casa de São Paulo e em psiquiatria da infância e adolescência no Hospital das Clínicas da USP. 

Entre as publicações da psiquiatra estão a monografia "Relação entre estresse, TPM e raiva" e o capítulo “Psicoterapia para adolescentes” do livro Adolescência Normal e Patológica em parceria com o Prof. Dr Francisco Assumpção Jr (HCFMUSP).

A profissional também participou do desenvolvimento do livro infantil “Que dia é Hoje?” em parceria com Maria Luiza Sampaio Góes e ilustrado por Marcos Maya, sobre os feriados do Brasil. Do capítulo “Transtornos Alimentares em adolescentes”, no livro “Adolescência: prevenção e Risco”, da Dra. Maria Ignês Saito. É  coautora do livro “Parentalidade: Educando com equilíbrio “ e no livro educação positiva : entenda o poder formadores emocionais .

É membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, credenciada como Psicoterapeuta pelo Departamento de Psicoterapia da Associação Brasileira de Psiquiatria ABP.

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