Atividades gratuitas começam amanhã
(15) em Marmeleiro e depois seguem para Quitandinha, Tijucas do Sul, Rebouças,
Curiúva, Candói, Morretes, Siqueira Campos e Ventania
O projeto cultural que incentiva a leitura,
revitaliza as bibliotecas de escolas públicas e democratiza o conhecimento em
municípios paranaenses com menos de 20 mil habitantes está de volta. Dessa vez,
a segunda edição do Minha Biblioteca Viva – Novos Horizontes vai
percorrer outras dez cidades que ficam em diferentes regiões do estado,
realizar atividades literárias gratuitas e fazer a doação de mil livros de
literatura.
As primeiras ações acontecem amanhã (dia 15),
em Marmeleiro (no Sudoeste e distante cerca de 500 km da capital), e englobam Oficina
de Revitalização da Biblioteca Municipal; Rodas de Leitura que serão
realizadas no Colégio Estadual; Oficina de Voz e Mediação Literária e Oficina de Mediação em Literatura Infantil; ambas no Centro de
Capacitação de Professores, que fica anexo
ao Departamento de Educação e Cultura da cidade.
“Com essa nova edição, vamos
expandir os horizontes de trabalho, visitar novas localidades e pretendemos
alcançar um público direto de mais de sete mil pessoas. E com as ações
continuadas – que são feitas pelos participantes das oficinas – e a doação de 100
livros que faremos em cada município, o intuito é atingir cerca de 20 mil
pessoas indiretamente”, explica o idealizador do projeto,
Cristiano Nagel.
Alcance
Além de Marmeleiro, o Minha Biblioteca Viva
– Novos Horizontes vai
passar por Quitandinha, Tijucas do Sul, Rebouças, Curiúva, Candói, Morretes,
Siqueira Campos e Ventania ao longo de 2024.
Em 2022 e 2023 as ações foram realizadas em
Faxinal, Carlópolis, Tibagi, Carambeí, Bituruna, Chopinzinho, Cerro Azul,
Inácio Martins, Cândido de Abreu, São João do Triunfo e impactaram mais de dez
mil pessoas, grande parte com pouco acesso ao universo literário.
Pontos de atenção
Segundo Nagel, a situação encontrada nos
municípios visitados durante a primeira edição do projeto cultural é
preocupante. “Vimos bibliotecas com boas condições de uso e manuseio, mas sem
acervo mínimo e sem nenhum responsável pelo espaço”, relata.
“Também presenciamos a falta de conhecimento
sobre a existência de um curso de Biblioteconomia, a ausência de Rodas de
Leitura como prática de incentivo à leitura e falta de informações sobre
processos de dinamização de acervo”, complementa.
O produtor cultural ressalta que a “aprender
a ler e a gostar de ler é resultado de um longo processo de interações com
livros, leitores, leituras e a recursos que permitem o acesso aos meios
necessários à aprendizagem. As bibliotecas públicas – em especial as escolares
– são fundamentais para que se inicie o processo do gosto pelo hábito da
leitura”.
Poucas bibliotecas em colégios
públicos
Para Cristiano Nagel, uma biblioteca escolar
estruturada, que desenvolve ações de leitura relacionadas ao projeto político
pedagógico ou currículo escolar, com bom acervo, equipamentos e profissionais
qualificados traz grande impacto positivo na aprendizagem dos estudantes,
amplia a visão crítica e a formação cidadã.
No entanto, segundo um estudo do Ministério Público do Paraná, feito
em 2019 - com base na Lei nº 12.244/2010, conhecida como Lei da
Universalização das Bibliotecas Escolares - apenas 63,09% do total de 9.505
escolas paranaenses tinham bibliotecas ou salas de leitura. Em um levantamento
das escolas nos 399 municípios do Paraná, constatou-se que em apenas 19
municípios todas as escolas possuem bibliotecas. O levantamento também mostrou
que apenas 96 municípios têm suas escolas com bibliotecas ou salas de leitura.
“Infelizmente se tornou comum ouvir notícias
de que - pela falta de estrutura e investimentos nas escolas ou devido ao
número crescente de crianças fora delas - gestores públicos fecham as
bibliotecas escolares para transformá-las em sala de aula. Todos esses dados
importantes nos alimentam cada vez mais de subsídios para discutir questões que
precisam ser melhoradas, tanto na estrutura física, quanto na capacitação dos
gestores e facilitadores que atuam com as bibliotecas”, ressalta Cristiano
Nagel.
Conscientização
O projeto cultural Minha Biblioteca Viva –
Novos Horizontes foi aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à
Cultura / PROFICE da Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado do
Paraná e tem apoio da Copel e da Havan.
As atividades buscam conscientizar a equipe
pedagógica dos colégios que serão visitados sobre a importância de cada vez
mais promover ações que integrem os estudantes, o corpo docente e os
equipamentos físicos disponíveis para criar espaços de leitura e acesso ao
livro.
As Oficinas de Revitalização da Biblioteca em Marmeleiro serão realizadas pela bibliotecária Andressa Santos e pelos mediadores de leitura Cristiano Nagel [que também vai conduzir a Oficina de Mediação em Literatura Infantil e as Rodas de Leitura] e Lilyan de Souza [que vai coordenar a Oficina de Voz e Mediação Literária].
Crédito das fotos
Acervo-Minha Biblioteca Viva
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