Além
dos concertos tradicionais, o Festival Internacional de Música de Santa
Catarina teve apresentações de concertos sociais e músicos em hospitais, asilo,
presídio, shopping e bares da cidade
Femusc leva música erudita ao público com apresentações no shopping l Crédito: Diego Redel
A 19º edição do Festival Internacional de Música de Santa Catarina (FEMUSC) ampliou a inclusão musical espalhando apresentações por toda cidade de Jaraguá do Sul. Este ano foram realizados mais de 50 concertos sociais, quase metade da programação do festival, com música erudita em hospitais, asilo, penitenciária, fábricas, shopping center, praças públicas e bares.
"A música traz alegria e paz. Principalmente para as crianças é uma distração, porque ficar dentro de um quarto de hospital vários dias é desgastante", disse Gabriela Leoni, que assistiu um dos concertos e estava com a filha Helena, de apenas 2 anos, internada com pneumonia no Hospital Jaraguá.
A enfermeira Jenifer Speck também apreciou ouvir a música erudita na unidade de saúde. "Essa iniciativa é bem legal porque traz uma leveza para o ambiente hospitalar, mesmo para os próprios pacientes que não estão vendo, mas estão ouvindo."
Outro palco do FEMUSC foi o Partage Jaraguá Shopping, no Centro de Jaraguá, que tinha apresentações diárias na praça de alimentação.
Os olhos atentos do Joaquim, de 1 ano, não desviavam um minuto sequer dos músicos do festival durante a apresentação no shopping.
O casal Rafael Junkes e Patrícia Kienen foram ao Partage Shopping para acompanhar os músicos do festival
"A gente gosta de música, tem uma paixão por tudo isso e realmente adoramos o FEMUSC e todo o envolvimento dos músicos. E o Joaquim está adorando também", disse o analista de vendas Rafael Junkes. Ele estava acompanhado pela mulher Patrícia Kienen e acha que a paixão pela música é hereditária, já que a mãe do bebê participou por alguns anos do coral do FEMUSC.
"Essa
edição teve capilaridade na cidade. O que fica é a parte social, foi muito
importante a gente ir até o público com as apresentações em hospitais,
shopping, Via Verde e em alguns bares. Isso foi muito importante e o FEMUSC
deixa mais uma vez uma marca", disse Ary Carlos Pradi, presidente do
Instituto FEMUSC.
Fenísio Júnior, diretor-executivo do FEMUSC, concorda que a diversificação do público foi o ápice do festival. "O FEMUSC 2024 fica marcado pela inclusão, foi a edição em que espalhamos música pela cidade, levamos o FEMUSC a novos públicos, proporcionando para várias camadas da população o acesso a música erudita com nível de qualidade internacional, isso foi fantástico."
Já o maestro Alex Klein, idealizador e diretor artístico do evento, fala sobre a importância de retribuir à comunidade de Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina, o acolhimento que o festival recebe todos os anos da população da cidade.
"O plano para o próximo ano é aumentarmos o programa de ensino completo para os moradores de Jarguá com o Femusckinho, para as crianças, o Femusc Jovem e o Femusc para amadores também", destacou Klein.
Neste
ano, o FEMUSC contou com a participação de alunos e profissionais de 19 países.
Foram 110 apresentações gratuitas e com transmissão pela Internet dos Grandes
Concertos. A última apresentação ocorreu neste fim de semana.
FEMUSC 2024
O festival que estava previsto para começar em 10 de janeiro teve a data adiada para o dia seguinte após uma falha na linha de transmissão da Celesc afetar o fornecimento de energia de toda a cidade.
A abertura do FEMUSC 2024 ocorreu na Igreja Luterana com a apresentação do Hino Nacional pelo Quarteto Essence e o professor de contrabaixo Gustavo d'Ippolito, seguido do Concerto das Nações, onde os alunos mostraram a cultura dos países que representaram.
Durante os dez dias de apresentações, o festival teve vários momentos de destaque como a exibição do projeto Serioso, formado pelos melhores alunos de cordas, e orquestras formadas por professores.
O improviso provocado pela chuva que impediu uma apresentação nas escadarias da Igreja Matriz São Sebastião, no Centro de Jaraguá do Sul, tornou o espetáculo ainda mais especial com a orquestra de alunos, regida pelo maestro Alex Klein, mais próxima do público no salão paroquial.
A violoncelista Bianca de Souza, do Quarteto Essence, formado por jovens de São Paulo, que participou pela primeira vez do festival, disse que o FEMUSC é memorável.
"Participar do FEMUSC 2024 foi um presente para mim e para os meninos do quarteto Essence. Foram 10 dias intensos, de muito estudo, ensaios, música, respeito acima de tudo e carinho com os novos colegas que pudemos conhecer e os professores. Começamos o ano motivados a estudar ainda mais e a levar a nossa música para todos que precisam ouvi-lá."
Ensaio orquestra de professores do FEMUSC l Crédito: Diego Redel
O professor de flauta Curt Schroeter, que integra a equipe de docentes há vários anos e nasceu na região Sul do país, diz que participar do festival é uma forma de retribuição à sua formação como músico.
Curt conta que começou a tocar flauta doce em uma escola infantil e depois foi estudar na Escola de Música Carlos Gomes, em Blumenau, cidade vizinha a Jaraguá do Sul.
"Além de trazer boas recordações, pois me vejo nessas crianças que participam do Femusckinho, eu tenho uma sensação de retribuição do que foi investido em mim, e voltar para o FEMUSC é continuar essa corrente. O que eu recebi, agora eu posso dar para os alunos", afirmou Curt.
"Estou
impressionada com a beleza deste festival e apresentações, e poder ver músicos
qualificados tocando de tão pertinho é um privilégio", disse Letícia
Santos, moradora de Jaraguá do Sul, que assistiu dois concertos do festival.
Patrocínio e apoio
Através da Lei Rouanet, o maior festival-escola da América Latina tem o Banco Itaú como patrocinador pela primeira vez, além da WEG, Duas Rodas e Zanotti, que apoiam o evento desde a primeira edição. O FEMUSC também renovou, pelo terceiro ano, o apoio do Komprão Koch Atacadista e da Diamante Energia.
Patrocinadores e apoiadores têm papel crucial na sustentabilidade de eventos como o FEMUSC, uma vez que contribuem para a promoção e preservação da herança cultural do país", afirmou o diretor-executivo do festival, Fenísio Pires Júnior.
O
festival também teve outros apoiadores como o Centro Cultural Scar, Comunidade
Apóstolo Pedro, Paróquia São Sebastião, Instituto Federal - IFSC, Sociedade
Educacional de Santa Catarina (UNISOCIESC), Instituto Martinelli, Ambiental,
BMP, OCP, Monitor e Rádio Super Nova 101.9.
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