Galeria Nara Roesler | São Paulo apresenta Abraham Palatnik - Outros Ritmos | Abertura dia 11 de novembro, 11h-17h
Com curadoria de Agnaldo Farias, exposição fica
em cartaz até 10 de fevereiro de 2024
A
Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar Abraham Palatnik – Outros Ritmos, individual do
artista com curadoria de Agnaldo Farias, que reúne uma seleção de trabalhos
nunca antes apresentados, criados em diferentes momentos de sua trajetória.
Abraham Palatnik é uma figura central da arte cinética e óptica no Brasil. Seu
interesse pelas possibilidades criativas das máquinas e a relação entre arte e
tecnologia contribuiu para que desenvolvesse investigações focadas na
experimentação com o movimento e a luz através de diferentes técnicas e
materiais, realizando proposições baseadas no fenômeno visual que tornaram seu
trabalho conhecido ao longo de sete décadas de produção.
Vários
dos trabalhos presentes em Abraham
Palatnik – Outros Ritmos serão apresentados pela primeira vez ao
público. “Abraham Palatnik acabou não mostrando esses trabalhos em vida por
acreditar que os mesmos não compunham com seu corpo de trabalho. Trazê-los
agora é mostrar outras facetas de sua poética, outros ritmos, oferecendo assim
novas possibilidades de olhar e perceber seu trabalho”, pontua Farias.
Um
dos destaques da mostra é um par de relevos do início da década de 1960
executados sobre madeira, um desdobramento menos conhecido de seus Relevos Progressivos, mas
que dialoga com um momento decisivo de sua trajetória, que foi a sua
participação nos ateliês e oficinas de pintura realizados no Hospital
Psiquiátrico Dom Pedro II, coordenados pela Doutora Nise da Silveira, médica
psiquiatra responsável por defender o uso da arte para a manutenção da saúde
mental. Nessas oficinas, Palatnik tomou contato com a produção pictórica de
artistas esquizofrênicos internos do local e, fascinado com sua liberdade
criativa, deu um novo rumo à sua produção. "Foi um impacto que demoliu
minhas ideias e convicções em relação à arte. [...] A partir daí, desencadeei pesquisas
e experiências no campo da luz e do movimento, visando resultados estéticos
fora dos padrões usuais e das técnicas consagradas", disse o artista em
depoimento em 20011.
Outros
trabalhos inéditos presentes na exposição são as pinturas que executou sobre
vidro com tinta sintética nas décadas de 1950 e 1960, exemplares do uso
experimental de materiais diversos pelo artista. O vidro não apenas acentua o
aspecto luminoso e por vezes maquínico dessas composições, como também foi
importante para as criações do artista no campo do design, em especial no
mobiliário, exemplificando como suas pesquisas visuais podem dialogar com
outras formas de criação artística.
Como
grande parte da produção de Palatnik tem o espectador e sua percepção como
aspectos centrais, a mostra reúne também alguns trabalhos que tratam justamente
desta relação, como é o caso de Lúdico
L-5 (2006) em que o espectador é convidado a intervir em uma
espécie de jogo, criando novas combinações e disposições das peças.
Também
está presente um singular conjunto de trabalhos, datado de meados da década de
1990, no qual emprega formas regulares nas composições, em que diferentes
tonalidades de uma mesma cor ou de uma sequência de cores. acentuam o caráter
cinético das obras.
Abraham
Palatnik – Outros Ritmos
busca ampliar a percepção sobre a poética ddo artista, apresentando
desdobramentos pouco conhecidos de sua trajetória, que permitem ao público ter
uma visão mais ampla e completa de sua carreira artística singular.
1Depoimento publicado na revista
Quaternio de 2001 - Grupo de Estudos C. G. Jung / Homenagem à Nise da Silveira.
Sobre
Abraham Palatnik
Abraham
Palatnik (n. 1928, Natal, Brasil - m. 2020, Rio de Janeiro, Brasil) é figura
central da arte cinética e óptica no Brasil. Seu interesse pelas possibilidades
criativas das máquinas evoca a relação entre arte e tecnologia. O artista
formou-se em engenharia, o que contribuiu para que desenvolvesse investigações
técnicas focadas na experimentação com o movimento e a luz, realizando
proposições baseadas no fenômeno visual que tornaram seu trabalho conhecido ao
longo de sete décadas de produção. Destacou-se no cenário artístico a partir da
criação de seu primeiro Aparelho
Cinecromático (1949), peça em que reinventa a prática da pintura
por meio do movimento coreografado de lâmpadas de diferentes voltagens em
distintas velocidades e direções que criam imagens caleidoscópicas. Exibida na
1ª Bienal de São Paulo (1951), essa instalação de luz recebeu Menção Honrosa do
júri internacional por sua originalidade.
As
séries de progressões e relevos que iniciou posteriormente, feitas em materiais
diversos (como madeira, cartão duplex ou acrílico), apresentam efeitos ópticos
e cinéticos criados a partir de um meticuloso processo manual. O resultado são
composições abstratas marcadas por um padrão rítmico que remete ao movimento de
ondas irregulares. Embora a série W tenha incorporado o corte a laser feito por
uma empresa especializada, Palatnik continuou construindo e pintando
artesanalmente cada peça até o fim de sua vida, a fim de compor os quadros
finais.
Abraham
Palatnik participou de diversas exposições no Brasil e no exterior,
incluindo oito edições da Bienal de São Paulo, Brasil (1951-1969), e a 32ª La
Biennale di Venezia, Itália (1964). Seu trabalho foi tema de diversas mostras
individuais, destacando-se: Abraham
Palatnik: O sismógrafo da cor, na Nara Roesler (2022), em Nova
York, Estados Unidos; Abraham
Palatnik - A Reinvenção da Pintura, com itinerância por importantes
instituições no Brasil como: Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH) (2021),
Belo Horizonte; Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-RJ) (2017), Rio de
Janeiro; Fundação Iberê Camargo (FIC) (2015), Porto Alegre; Museu Oscar
Niemeyer (MON) (2014), Curitiba; Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP)
(2014), São Paulo; e Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-DF) (2013),
Brasília. Principais coletivas incluem: Sur
moderno: Journeys of Abstraction – The Patricia Phelps de Cisneros Gift,
no Museum of Modern Art (MoMA) (2019), em Nova York, Estados Unidos; The Other Trans-Atlantic: Kinetic & Op
Art in Central & Eastern Europe and Latin America 1950s - 1970s,
no Sesc Pinheiros (2018), em São Paulo, Brasil, no Garage Museum of
Contemporary Art (2018), em Moscou, Rússia, e no Museum of Modern Art in Warsaw
(2017), em Varsóvia, Polônia; Delirious:
Art at the Limits of Reason, 1950 - 1980, no Metropolitan Museum of
Art (2018), em Nova York, Estados Unidos; e Kinesthesia:
Latin American Kinetic Art 1954-1969, no Palm Springs Art Museum
(PSAM) (2017), em Palm Springs, Estados Unidos. Possui obras em importantes
coleções institucionais como: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
(MAM-Rio), Rio de Janeiro, Brasil; Royal Museums of Fine Arts of Belgium,
Bruxelas, Bélgica; Museum of Fine Arts Houston (MFAH), Houston, Estados Unidos;
William Keiser Museum, Krefeld, Alemanha; e Museum of Modern Art (MoMA), Nova
York, Estados Unidos.
Sobre
a Nara Roesler
Nara Roesler é uma das principais galerias brasileiras de arte contemporânea, representando artistas brasileiros e internacionais fundamentais que iniciaram suas carreiras na década de 1950, bem como artistas consolidados e emergentes cujas produções dialogam com as correntes apresentadas por essas figuras históricas. Fundada por Nara Roesler em 1989, a galeria tem consistentemente fomentado a prática curatorial, sem deixar de lado a mais elevada qualidade da produção artística apresentada. Isso tem sido ativamente colocado em prática por meio de um programa de exposições criterioso, criado em estreita colaboração com seus artistas; a implantação e estímulo do Roesler Curatorial Project, plataforma de iniciativas curatoriais; assim como o contínuo apoio aos artistas em mostras para além dos espaços da galeria, trabalhando com instituições e curadores. Em 2012, a galeria ampliou sua sede em São Paulo; em 2014 expandiu para o Rio de Janeiro e, em 2015, inaugurou um espaço em Nova York, dando continuidade à sua missão de oferecer a melhor plataforma para seus artistas apresentarem seus trabalhos.
Serviço:
abraham
palatnik – outros ritmos
curadoria:
agnaldo farias
De 11 de novembro de 2023 a 10 de fevereiro de 2024
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