Harmonia Divina: YHVH e as Palavras Poéticas das Escrituras

Explorando As Profundezas Das Sagradas Escrituras - No Livro 'YHVH' Mateus Ma'ch'adö Tece A Essência Entre O Sagrado E A Poesia

Mateus, tão moço, já alcançou o que um artista da palavra só consegue com perseverante trabalho: um idioma próprio, um jeito de dizer que é só dele. Só convido a sua atenção para o encanto singular das metáforas deste poeta”.

O que o poeta Thiago de Mello escreveu sobre o autor, no prefácio do seu primeiro livro, Origami de Metal, vale para o atual livro de poemas, YHVH, inspirados nos livros bíblicos. O mais recente trabalho de Mateus Ma’ch’adö apresenta uma nova maneira de experimentar os trechos das escrituras com uma proposta ousada e provocativa para o cenário poético contemporâneo. Usando uma roupagem diferente, original, embora boa parte da obra apresente poemas na tradicional forma de sonetos, sua interpretação traz uma perspectiva única.

Mateus Ma’ch’adö já foi apreciado por poetas importantes como Thiago de Mello; que apadrinhou e prefaciou o seu primeiro livro, pelo acadêmico da ABL, o poeta Carlos Nejar, que o saudou: Amigo-Poeta Mateus Machado: Gostei muito de seu livro A Mulher Vestida de Sol – com sotaque pessoal. Você tem uma imaginação poderosa, fecunda. E às vezes entranhada no mistério. Além do citarista, filósofo e escritor Alberto Marsicano, que prefaciou o seu terceiro livro. Vencedor de vários concursos literários e com quatro livros de poemas já publicados, dois romances e um livro de ensaios sobre a obra de James Joyce, além de manter um canal de literatura no youtube, chamado Biblioteca D Babel.

YHVH, famoso tetragrama, também conhecido como o nome de Deus, é uma obra inquietante e provocativa, chegando inclusive a tocar em assuntos sensíveis e atuais como a questão do aborto. O livro abre com o capítulo intitulado O Vale dos Abortados, em que o autor dialoga diretamente com Dante Alighieri. Jonas, o segundo capítulo, é uma pequena epopeia dividida em 15 cantos, sobre a história do profeta. Verbo & Palavra, terceiro capítulo, explora versículos tanto do antigo quanto do novo testamento. E o capítulo Adoração é, talvez, o mais singular de todos, revelando que a majestade de Cristo reverbera também entre a vida selvagem:

E o arisco Maracajá atrás das câmeras,

tal como o feneco cheirando as Tâmaras

ou na areia escaldante o majestoso avestruz

reflete a glória do Cristo morto na cruz.

Tal glória se vê no evangelho de Mateus

ou no macho, o garboso ibex dos Pirineus.

Ou pela vida do último tilacino.

 

O capítulo quinto, curiosamente intitulado com uma sequência de números, 10 5 6 5, traz como destaque os poemas Iscariotes, O testemunho de Dimas e O jardineiro, com os seguintes versos:

No inferno Ele plantou sua semente,

pisou na cabeça da serpente

e bem no meio do estrume de satã,

tal semente brotou coisa boa e sã.

Hoje Ele tem plantado um jardim,

cultivado com o próprio sangue.  

O sexto e último capítulo, intitulado Apócrifo, faz um diálogo com outras obras literárias, tais como o enigmático Finnegans Wake, de James Joyce, com poema Finnegans Wake (Segundo Carta aos Romanos II), e Moby Dick de Herman Melville, com o poema metalinguístico Jonas + Jesus Cristo + James Bartley + Mateus Machado + Moby Dick. O último poema, A matança dos meninos, faz ressonância com as Canções da inocência e Canções da experiência de William Blake, e com o primeiro capítulo O vale dos abortados, fechando o ciclo poético. Mas o livro finaliza mesmo com o posfácio O Nome de D’us, sobre a origem e o significado do Tetragrama YHVH.

Curiosidade:

Você pode estar se perguntando: Não sou religioso. Por que eu deveria ler um livro de poemas inspirados nas escrituras bíblicas? – Mateus Ma’ch’adö, autodenominado “antipoeta” – responde:

Dentro de uma perspectiva literária, as escrituras bíblicas fazem parte do cânone literário ocidental, tão ou mais importante que a tradição greco-latina; sentença afirmada pelo próprio William Blake. Você não precisa ser religioso para apreciar a arte sacra. Muitos dos grandes escritores e poetas tiveram suas obras inspiradas nas escrituras. Não é à toa que a bíblia é o livro mais vendido e lido em todo o mundo.

O livro pode ser encontrado e adquirido pelo site da Uiclap e também pela Amazon:

https://loja.uiclap.com/titulo/ua38965/

https://www.amazon.com.br/YHVH-Mateus-Machad%C3%B6/dp/6500766113/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=IZOGLQ8ZVFRG&keywords=YHVH&qid=1696212953&sprefix=yhvh%2Caps%2C999&sr=8-1

Créditos

Mateus Ma’ch’adö. Formado em Gestão Ambiental. Produtor de conteúdo no canal Biblioteca D Babel (Youtube). Autor dos livros de poemas: Origami de metal (Pontes Editora, 2005), A mulher vestida de sol (Ibis libris, 2007), A Beleza de todas as coisas (Ibis Libris, 2013), Nerval (Editora Caravanas, 2022). Romance: As hienas de Rimbaud (Editora Desconcertos, 2018). Ensaio: 17 de junho de 1904 – O dia que não amanheceu; sobre a obra de James Joyce (editora Caravanas, 2022). Está lançando o quinto livro de poemas, YHVH, neste mês de Outubro de 2023.

 


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