A obra provoca reflexões sobre questões
políticas, sociais e econômicas e como elas se entrelaçam aos movimentos do
corpo
São
Paulo, setembro de 2023
– No dia 5 de outubro (quinta), a partir das 21h, o SescTV exibe gratuitamente
o episódio ‘Cair’
da série documental
Histórias de Gestos, que mergulha nos gestos cotidianos e
revela as complexidades por trás de movimentos aparentemente simples. Com
direção e narração de Elisabete
Finger, cada um dos cinco episódios lança um olhar minucioso
sobre o ficar de pé, cair, sentar, saltar e girar, explorando suas histórias,
transformações e interações em diferentes tempos e contextos. Todos os
episódios já estão disponíveis sob demanda em www.sesctv.org.br/gestos.
O
episódio ‘Cair’ mostra
como a expressão é utilizada para se referir desde a força da gravidade aos
usos da linguagem (cair de moda, cair de valor, cair no esquecimento). Do
acidente à aventura. Na sociedade vertical que construímos, não só o corpo pode
vir abaixo, mas também estruturas, crenças e verdades podem cair por terra. Nas
danças, cair pode ser um constrangimento a evitar, mas também um gesto
coreográfico trabalhado com grande precisão e controle. Os episódios ‘Saltar’ e ‘Girar’ serão exibidos
no canal nos dias 12 e 19 de outubro, respectivamente, a partir das 21h.
Segundo
Elisabete Finger, a obra provoca o espectador a fazer reflexões sobre as
tensões políticas, sociais e econômicas que se entrelaçam aos corpos, além de
fazer leituras críticas e criar conexões que os convidam a pensar alguns gestos
que conhecemos muito bem, mas que raramente interrogamos.
“Essa
série apresenta uma perspectiva sobre os gestos que raramente aparece: a de que
eles têm histórias. Para além de posições anatômicas e processos fisiológicos
eles são construções sociais, culturais, políticas, e sua forma e função variam
e ganham ou perdem sentidos dependendo de cada contexto. “Sentar” por exemplo,
pode ser um gesto de repouso, pode ser uma estratégia para enfrentar longas
jornadas de trabalho, pode ser sinônimo de poder e respeito quando olhamos para
ministros sentados nas cadeiras do STF, pode ser a condição e o modo de estar
no mundo de um corpo com deficiência, pode ser um movimento do funk”, pontua a
diretora.
Baseada
no livro Histoires de
Gestes de Isabelle Launay e Marie Glon, e em uma extensa
pesquisa de arquivos, a produção também combina uma variedade de mídias,
incluindo fotografias, pinturas, desenhos gráficos, memes da internet e trechos
de filmes, vídeos e obras coreográficas de artistas nacionais e internacionais.
Sinopses:
FICAR
EM PÉ
Os
primeiros ancestrais do ser humano capazes de ficar em pé, o gesto dentro do
desenvolvimento motor dos bebês, o homem vitruviano de Leonardo Da Vinci como
modelo de perfeição e harmonia, a eleição do corpo bípede-vertical como corpo
padrão e a exclusão de muitos outros corpos e posturas, bem como as inúmeras
abordagens da verticalidade nas danças, são alguns dos assuntos abordados neste
episódio.
CAIR
Da
Força da Gravidade aos usos da linguagem (cair de moda, cair de valor, cair no
esquecimento). Do acidente à aventura. Na sociedade vertical que construímos,
não só o corpo pode vir abaixo, mas também estruturas crenças e verdades podem
cair por terra. Nas danças, cair pode ser um constrangimento a evitar, mas
também um gesto coreográfico trabalhado com grande precisão e controle.
GIRAR
O
movimento giratório estaria presente na formação da nossa galáxia. Planetas e
corpos celestes permanecem até hoje girando. Do macro ao microcosmos o giro
pode trazer múltiplos significados: retorno ao início, passagem do tempo, fluxo
infinito. Ele está em muitas danças coletivas em diversas sociedades, em
brincadeiras de crianças, ou nas grandes máquinas de girar dos parques de
diversões. O que acontece com o corpo quando giramos, e como muitos e muitas
artistas têm levado ao palco esse gesto, são algumas das questões abordadas
neste episódio.
SENTAR
Muitas
vezes relacionado ao repouso ou ao descanso, o gesto está, no entanto, presente
em diversas atividades da vida cotidiana como comer, beber, assistir, estudar,
dirigir, viajar, trabalhar. É a condição de existência ou de experiência do
mundo para diversos corpos com deficiência, que tem nas cadeiras de roda o
suporte para sua mobilidade. Os diferentes usos do sentar, bem como as
implicações que recaem sobre o corpo de quem senta, são também assuntos
explorados por muitas danças.
SALTAR
A
complexidade e virtuosidade do salto em diversos contextos: nas mitologias, nas
danças, nos esportes, nas lutas. Na língua portuguesa “saltar” se apresenta
como um gesto técnico, enquanto “pular” faz parte do nosso dia a dia: pulamos
para desviar dos buracos e poças d’água, para pegar o ônibus, para passar por
uma porta antes que ela se feche. Pular e saltar estão ainda associados a um
impulso para cima, o que confere ao gesto algumas características simbólicas
que se imprimem em nosso imaginário.
Sobre
a diretora:
Elisabete
Finger é coreógrafa e performer. Estudou Direito no Brasil, Dança e Coreografia
em diversos lugares do mundo, incluindo o programa Essais no Centre
National de Danse Contemporaine d’Angers, na França, e o MA SODA – Solo/Dance/Authorship,
mestrado em dança pela HZT/UdK, em Berlim, Alemanha. Seu trabalho tem sido
apresentado em diversos contextos, abrangendo dança, performance e artes
visuais, com o apoio de instituições brasileiras e internacionais, tais como:
Itaú Cultural, Festival Panorama, FUNARTE, Ministério da Cultura, Sesc,
Instituto Francês, Goethe-Institut, PACT Zollverein, Fabrik Potsdam,
Uferstudios (DE), Weld, Iaspis, Moderna Museet (SE), Le CND (FR), entre outras.
Foi bolsista da Martin Roth Initiative em 2021/2022 e, em 2023, tornou-se
artista residente no Radialsystem, integrando o programa Weltoffenes Berlin.
Vive entre Berlim e São Paulo, mantendo colaborações criativas em diversas
partes do mundo. www.elisabetefinger.com
SERVIÇO:
Histórias
de Gestos
Estreia
do episódio ‘Cair’: 5/10
(quinta), às 21h
Classificação
indicativa: Livre
Duração: Série em 5 episódios
Direção:
Elisabete Finger
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