"A Banda Sagrada de Tebas" é uma ficção que reúne duas décadas de pesquisa de Thiago Teodoro sobre as relações entre mitologia e diversidade sexual
Milhares de anos antes da homofobia
existir, os povos originários do Brasil cultuavam deuses com características
associadas à homossexualidade. No livro A Banda Sagrada de Tebas, o jornalista, pesquisador e músico Thiago Teodoro apresenta teses sobre como Anhangá, o protetor da floresta
que assumia a forma de um veado branco, e Acauã, divindade defensora das mulheres,
eram homossexuais.
Os indígenas contam sobre uma deusa que
tinha asas maravilhosamente coloridas. Embora fosse uma mulher ou um tipo de
fada, ela podia transformar-se em uma ave. Era Acauã, a divindade que protegia
e empoderava as mulheres, levando-as para si quando havia interesse mútuo.
Assim como Diana, Acauã era uma entidade lésbica que corria pelas florestas —
nas florestas protegidas por Anhangá. (A Banda Sagrada de Tebas, pg. 104)
Para conversar com o público jovem sobre a importância da
comunidade LGBTQIA+ na mitologia, ele condensa, na ficção, duas décadas de
pesquisas in loco, documentais e em instituições relacionadas ao tema. No
enredo, Martim Vieira é um sacerdote integrante da Banda Sagrada de Tebas, um
famoso grupo
musical cujo nome faz referência ao batalhão homônimo composto por casais gays
que venceram Esparta na Batalha de Leuctra há 2.500 anos.
Nascido na cidade mineira de Pedro Leopoldo – terra do Povo
de Luzia, os brasileiros anteriores aos indígenas –, o protagonista dialoga sobre
história, ciência e mitologia, enquanto conta a trajetória de sua banda. De
acordo com o personagem, que representa a visão pessoal do autor, os deuses dos
indígenas teriam sido herdados dessa antiga população.
O escritor, porém, não se restringe ao Brasil para tratar
sobre a homossexualidade. Pã, Apolo, Dioniso e
Zeus são algumas das divindades que aparecem na obra e estão relacionadas com
Anhangá e Acauã. Ele também detalha a trajetória de Antínoo, parceiro amoroso
do imperador romano Adriano,
que tornou o companheiro um símbolo divino após
sua morte. Inclusive, o livro apresenta
conteúdos práticos e imersivos sobre a religião
do deus gay Antínoo (no Brasil, o Anhangá) e contém QR codes para os leitores
escutarem músicas temáticas produzidas por Thiago Teodoro exclusivamente para este romance.
A Banda Sagrada de Tebas começou como
um projeto para discorrer sobre as descobertas a respeito do Povo de Luzia, mas
o autor optou por seguir outro caminho com objetivo de destacar que a
homossexualidade era considerada sagrada em diversos períodos da antiguidade,
inclusive no território brasileiro. Segundo o jornalista, a homossexualidade
era mais do que divina, era também necessária. “Trabalhei no livro para que ele
pudesse ajudar outros LGBTQIA+ a terem uma vida mais plena através da paz de
espírito e do empoderamento que o conhecimento histórico e científico traz”,
comenta.
FICHA TÉCNICA
Título: A Banda
Sagrada de Tebas
Autor: Thiago Teodoro
Editora: Publicação independente
ISBN:
978-65-5872-478-0
Páginas: 252
Preço: R$ 19,90 (e-book) e R$ 51,00 (físico)
Onde
comprar: Amazon
Sobre o autor: Escritor,
jornalista e cantor, Thiago Teodoro mora em Pedro Leopoldo, no interior de
Minas Gerais. Na cidade em que nasceu, foram encontrados registros do Povo
de Luzia, ocupação humana mais antiga das Américas.
Com o compromisso de resgatar essa história, iniciou pesquisas há duas décadas
e, como resultado desse processo de investigação, publicou o primeiro livro “A
Banda Sagrada de Tebas”, focado no estudo da homossexualidade.
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