Teat(r)o Oficina chega a Belo Horizonte com "Esperando Godot"

Com direção de Zé Celso Martinez, a montagem poderá ser conferida nos dias 12, 13 e 14 de maio, no Sesc Palladium. A peça marca o retorno de Alexandre Borges a um espetáculo da companhia depois de quase 30 anos.

Esperando Godot chega a capital mineira para uma curtíssima temporada, de 3 apresentações, no Sesc Palladium. A peça marca o retorno de Alexandre Borges a um espetáculo da companhia depois de quase 30 anos. O ator viveu o Rei Cláudio na montagem de Hamlet, de William Shakespeare em 1993, espetáculo que reinaugurou o Teat(r)o Oficina, com o atual projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi e Edson Elito.

Escrito depois da Segunda Guerra Mundial, esse texto nasce para o mundo mais uma vez, como sempre surgiu, entre guerras, estremecendo nossas inércias e os abismos que nos circundam.

Esperando Godot é uma peça de forte simbologia para a Companhia – foi o último espetáculo de Cacilda Becker (1969), força motriz de criação para muitas gerações de artistas do Teat(r)o Oficina. Esperando Godot marca também a volta de Zé Celso Martinez aos palcos, depois da suspensão imposta pela pandemia. Depois de quase dois anos à espera e à espreita da chegada do grande público, a companhia se prepara agora para receber coros de multidão no teatro do Sesc Palladium, para des-esperar Godot, em teatro.

O Teat(r)o Oficina completou 63 anos de existência. No teatro se encarnam as entidades do mundo que atravessam as épocas, os corpos, as guerras e a peste, criando novos mundos, imaginando, experimentando e interpretando a vida a partir do fogo dos que vieram antes de nós e dos que nos esperam adiante. No Brasil, no mundo, muitas vidas estão agora sob grande ameaça. Estados assumem sua ação em políticas de morte. Todos os povos que neste momento, e desde há muito, pulsam suas existências e se insurgem contra as violências institucionais estão sob a mira da extinção, do apagamento, do desaparecimento forçado. Os povos da cultura, seus operários-criadores, os povos do teatro, das artes, também são foco de extermínio e soterramento. Para atravessar este pântano, será preciso invocar, e ao mesmo tempo encarnar, a sabedoria das alianças e das confluências, como os rios correm juntos em direção aos vales. fazer parentes, fazer-teatro, lutar-junto, criar-junto é agora uma tecnologia política e uma máquina de guerra, contra a guerra. Malditas sejam todas as cercas que nos apartam do poder da nossa força coletiva de ação: só se existe em ATO.

A Árvore que está presente no Beckett é uma personagem muito importante na montagem de 2022, totem das transmutações do tempo, é um sujeito que catapulta ações na cena e fora dela. Tem correspondências diretas com a árvore plantada por Lina Bo Bardi, nos anos 80, nas terras internas do chão do Teat(r)o Oficina: uma Cesalpina; faz ligação direta, ainda, com o abacateiro tombado pela tempestade e que insiste em germinar e dar frutos, na horizontal, mais vivo do que nunca, no último chão de terra livre do centro de SP, entre as ruas jaceguai, japurá, santo amaro e abolição. A Árvore de Esperando Godot é o que insiste e reexiste como força cosmopolítica de insurreição da vida, como o rio Bixiga, que corre a 4m do chão, no epicentro das terras verdes que circundam o Teat(r)o Oficina.

eu abro a porta

não era nada

não é ninguém

Godot não vem

(...)

já esperei

estou no fim

e enfim

cheguei 

Trecho de Cacilda!

Dramaturgia de
Zé Celso &

Marcelo Drummond

 

Sinopse


Estragão (Marcelo Drummond) e Vladimir (Alexandre Borges) são dois palhaços vagabundos que se encontram no fim do mundo, na encruzilhada entre a paralisia e a tomada da ação. Enquanto esperam Godot, embora não saibam quem ou o que é, a dupla se encontra com as personagens que passam pela estrada: Pozzo O Domador (Ricardo Bittencourt), Felizardo – A Fera (Roderick Himeros) e O Mensageiro (Tony Reis), que traz notícias inquietantes que podem determinar a perpetuação da inércia ou a libertação total da paralisia numa reviravolta absurda.

Mas afinal, até quando Esperar Godot?

Ficha Técnica Esperando Godot

de Samuel Beckett
Tradução: Catherine Hirsch e Verônica Tamaoki Direção: José Celso Martinez Correa

Elenco
Estragão – Marcelo Drummond Vladimir – Alexandre Borges Pozzo – Ricardo Bittencourt Felizardo – Roderick Himeros Mensageiro – Tony Reis

Duração: 3H30 (com intervalo de 15 minutos)

Indicação etária: 14 anos

Serviço:

Teat(r)o Oficina apresenta: Esperando Godot, em Belo Horizonte

Datas:  12, 13 e 14 de maio - sexta, sábado e domingo

Local: Grande Teatro do Sesc Palladium(Rua Rio de Janeiro, 1046 - Belo Horizonte)  

Horários: sexta e sábado às 20h e domingo, às 18h

 

Ingressos:

Plateia I
R$ 120 inteira/ R$60 meia

Plateia II

R$100 inteira e R$50 meia

Plateia III

R$80 inteira e R$40 meia

Vendas: Sympla (https://bileto.sympla.com.br/event/82323/d/191791?_gl=1*1ed0c5y*_ga*MTE5NDI5MDgwNS4xNjgxMDk1NTc1*_ga_KXH10SQTZF*MTY4MzE0MjMwMy43LjEuMTY4MzE0MjMwNi4wLjAuMA

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