Reconhecidas pela resiliência, pela energia e o
espírito protetor de seu círculo, mais do que isso, as mulheres negras têm um
legado rico em cultura e tradições. Na obra, grandes representantes
contemporâneas dessa potência, intelectuais e pesquisadoras promovem o resgate
identitário e devocional que legitimam sua relevância histórica.
Sem
esquecer a luta cotidiana e as adversidades que marcam a vida atual das
mulheres negras, as autoras vão buscar na ancestralidade a base para a
construção de um futuro permeado de conhecimento, arte, cuidado e justiça
social. Assim, apelando para a força de mães de outrora, baseiam suas reflexões
em um passado esquecido que, ao se revelar, mostra extrema potência
transformadora. Organizado por Josildeth
Gomes Consorte e
Marise de Santana, o livro Mulher negra e ancestralidade (Selo Negro Edições, 192 p., R$ 84,40)
é o volume 2 da coleção ‘África,
presente! Negritude e luta antirracista’.
As
autoras são educadoras, filósofas, sociólogas, cientistas sociais,
historiadoras e pensadoras brasileiras, além de três moçambicanas. Elas
reuniram suas contribuições com os seguintes artigos:
- A
ancestralidade e a figura da mulher: entre rupturas e continuidades - Teresa
Manjate
- O
papel social da proteção das meninas no contexto dos casamentos infantis
em Moçambique - Ana Piedade Armindo Monteiro
- “Outras
elas”: a cultura pelo olhar das silenciadas -
Sónia André
- Mulheres
negras do Recôncavo da Bahia: identidade étnica, profissão e
ancestralidade - Josildeth Gomes Consorte e
Marise de Santana
- A
feminilidade das zeladoras de legados africanos cabeças de oboró - Marise
de Santana
- Inventando
uma educação para crianças de comunidades Negras -
Vanda Machado
- Mulheres
negras: perspectivas de luta e resistência -
Tatiane Pereira de Souza
- Festa
do Divino Espírito Santo em Mazagão Velho (AP): catolicismo de preto,
legado cultural de fé e devoção comunitária - Piedade
Lino Videira e Delcirene Videira da Silva
A
mais nova coleção da Selo Negro Edições, África,
presente! Negritude e luta antirracista, coordenada pelo
antropólogo e docente da Unesp Dagoberto José Fonseca, reúne reflexões e
análises de pensadores e estudiosos com o objetivo de descontruir
pseudoverdades científicas. Inspirada na coleção História Geral da África,
trabalhada desde 1964 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco), a coleção pretende ser um espaço de produção e
divulgação do pensamento não hegemônico acerca de africanos, afro-brasileiros e
indígenas, construindo assim novas categorias, metodologias e conceitos
autênticos da realidade social. O próximo volume terá o título Racismos, a ser lançado
ainda em 2023.
As
organizadoras do volume:
Josildeth
Gomes Consorte - Baiana
nascida em Salvador, fez pós-graduação em Antropologia nas universidades
norte-americanas Columbia, em Nova York, e de Chicago entre 1953 e 1955, logo
após participar do Projeto Estado da Bahia, da Universidade Columbia, dirigido
por Anísio Teixeira entre 1950 e 1952. Doutorou-se em Ciências Humanas, em
1973, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), na qual
atuou como professora titular a partir de 1964 e foi uma das responsáveis pela
implantação do “ciclo básico” da universidade, nos anos 1970. Hoje aposentada,
tem em seu currículo diversas atividades pioneiras: foi uma das primeiras
bolsistas de intercâmbio internacional da Capes; a primeira mulher negra e
bolsista de estudo da Capes para intercâmbio internacional, orientada pelo
Prof. Dr. Thales de Azevedo, na Universidade Federal da Bahia; e a primeira
pesquisadora contratada, em 1955, pelo Centro Brasileiro de Pesquisas
Educacionais (CBPE), dirigido por Anísio Teixeira no Rio de Janeiro. É
sócia-fundadora da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), criada em 1955,
e Doutora Honoris Causa pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
Recebeu os títulos de Pesquisadora Emérita pelo CNPQ, do Ministério da Ciência
e Tecnologia, em 2021 e de Professora Emérita pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC/SP) em 2022. Tem interesse em diversas áreas do
conhecimento da Antropologia, como Educação, Manifestações Religiosas
Brasileiras e Relações Étnicas.
Marise
de Santana - Graduada
em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Bahia Olga Mettig, em 1994, concluiu
mestrado em 1999 e doutorado em 2004, ambos pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP), sob a orientação da Profa. Dra. Josildeth Gomes
Consorte. Fez seu pós-doutorado na Unicamp, com bolsa da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), tendo como interlocutora a Profa. Dra.
Maria Neusa Mendes Gusmão. Atua como professora nível pleno da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), onde também é coordenadora do Programa
Stricto Sensu em Relações Étnicas e Contemporaneidade e do curso de
Pós-Graduação em Antropologia com Ênfase em Culturas Afro-Brasileiras do
Odeere-Uesb. Na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), é professora
do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Desenho, Cultura e
Interatividade. Tem experiência nas áreas de Educação e Antropologia, atuando
nos temas de Legado Africano; Cultura e Identidade; Cultura Negra; Trabalho e
Formação Docente; Processo Ensino-Aprendizagem; Antropologia das Populações
Afro-Brasileiras; e Educação das Relações Étnicas.
Título:
Mulher negra e ancestralidade – Coleção África, presente! Negritude e luta antirracista
– Vol. 2
Organizadoras:
Josildeth Gomes Consorte e Marise de Santana
Coordenador
da coleção: Dagoberto José Fonseca
Editora:
Selo Negro Edições
Preço: R$ 84,40 (E-book: R$ 50,60)
Páginas: 184 (17 x 24 cm)
ISBN: 978-65-998837-2-9
Atendimento
ao consumidor:
(11) 3865-9890
Site: www.gruposummus.com.br
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