Edipro relança clássico de Erasmo de Rotterdam
publicado como homenagem à Utopia, de Thomas More
Originalmente publicado em 1511, em
Paris, Elogio da Loucura,
de Erasmo de Rotterdam,
foi capaz de abalar as estruturas do racionalismo secular e da escolástica
cristã do século XVI. Até os dias atuais o livro mantém seu frescor,
principalmente pelos apreciadores das ciências políticas e sociais. A obra, que
formou uma das bases intelectuais da filosofia humanista do Renascimento, ganha
uma nova edição pelo Grupo
Editorial Edipro.
No
ensaio satírico, o
filósofo e teólogo holandês faz uma homenagem à Utopia, de seu grande amigo Thomas More. Erasmo de Rotterdam
critica os costumes dos homens daquela época, sem se direcionar a alguém
específico. Quem fala em nome do autor é a própria “Loucura”.
As
ideias de Erasmo abriram espaço para que intelectuais como Lutero ficassem
contra o Papa e lançassem as bases da Reforma Protestante, que aconteceria anos
depois. Ao longo das páginas, a “Loucura” elogia a si mesma como a verdadeira
imperatriz da humanidade. Desta forma, o autor enaltece a natureza humana e
oferece um espelho para que a sociedade possa se divertir e até mesmo rir de si
própria.
Segundo
aponta Fabrina Magalhães Pinto, Doutora em História Social da Cultura e quem
assina a apresentação desta edição de Elogio
da Loucura, os adversários do autor “não o entenderam ou não
admitiram a pilhéria erasmiana sobre temas religiosos tão controversos. Este
passatempo de viagem, no entanto, teve imensa difusão, agitando as multidões,
abalando a Igreja, e contribuindo para incitar vários estados alemães a ouvir
os reformadores. A carta que recebera de Martin Dorpius, em 1515, é um bom
exemplo da recepção negativa do texto entre os teólogos”.
Mesmo
assim, a narrativa de Erasmo, armado com a zombaria, consegue atacar questões
sérias de sua época. Temas morais como a intolerância e a ingratidão não
escapam ao tom humorístico da “Loucura”. Dos reformistas protestantes liderados
por Lutero aos ortodoxos cristãos seguidores do Papa, todos são alvos da ironia
desta obra.
A principal ocupação dos mundanos é acumular
sempre riquezas e contentar em tudo e por tudo o próprio corpo, pouco ou nada
se importando com a alma, cuja existência, por ser ela invisível, muitos chegam
mesmo a pôr em dúvida. Já as pessoas inflamadas pelo fogo da religião seguem um
caminho totalmente oposto e depositam toda a sua confiança em Deus, que é o
mais simples de todos os seres: depois dele e dependendo dele, pensam na alma,
sendo a coisa que mais próxima está da divindade. É assim que não pensam no
corpo e não só desprezam os bens da fortuna como até os recusam. E quando, por
dever, são obrigados, como pais de família, a pensar nos interesses temporais,
por aí enveredam contra a vontade e experimentam um vivo pesar, porque têm como
se não tivessem e possuem como se não possuíssem.
(Elogio
da Loucura, pgs. 155 e 156)
Elogio da Loucura, regado com piadas de Erasmo de Rotterdam, vai
contra as morais católica e protestante e mesmo em desfavor do racionalismo
exacerbado. Uma defesa aberta à tolerância, à liberdade de pensamento, ao mesmo
tempo em que o autor constrói uma das maiores expressões do humanismo, base
ideológica do Renascimento.
Ficha técnica:
Título: Elogio da Loucura
Autor: Erasmo de Rotterdam
Tradução: Paulo M. de Oliveira
Editora: Edipro
ISBN: 9786556600994
Páginas: 160
Formato: 14cm x 21cm
Preço: R$ 49,90
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de venda:
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Sobre o autor: Erasmo de Rotterdam
(1466-1536) foi um teólogo e filósofo holandês. Seminarista agostiniano,
realizou seus monásticos aos 25 anos, mas tornou-se, com o passar do tempo, um
grande crítico da Igreja Católica. Apesar de ter frequentado a Universidade de
Paris e lecionado Teologia na Universidade de Cambridge, optou por tornar-se um
acadêmico independente. Seu livro mais famoso até hoje é o ensaio satírico
Elogio da Loucura, escrito em homenagem ao seu amigo Thomas More.
Sobre a editora: O Grupo Editorial Edipro tem como propósito,
desde 1977, publicar obras que ajudem na evolução do leitor. Edipro é formação,
inspiração e entretenimento. Ao longo dos anos, são mais de 500 títulos
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