[2 de abril] Dia Mundial da Conscientização Sobre o Autismo: saiba como os grupos de habilidades sociais estão ajudando pessoas com autismo
O
dia 2 de abril foi estabelecido, em 2007, pela ONU como uma data voltada para
difundir conhecimento sobre o autismo e conscientizar a população sobre os
desafios das pessoas com autismo em seu dia a dia. “Existe uma diversidade
enorme de variações de sintomas que impactam a socialização, a comunicação e a
linguagem das pessoas com autismo”, explica Filipe Colombini, psicólogo e CEO
da Equipe AT, empresa focada em Acompanhamento Terapêutico. “Dentro do espectro
autista há uma classificação de acordo com o nível de suporte, que vai de 1,
mais leve, até o 3, mais severo”, conclui. “Os pacientes de grau 3 são os que
necessitam de maior suporte terapêutico”, indica Colombini.
Alguns
dos padrões que chamam a atenção da família logo cedo e podem ser sinais do
transtorno do espectro autista são: pouco contato visual, atraso na linguagem,
estereotipias, interesse intenso e específico por um objeto ou assunto,
isolamento social e déficit em habilidades sociais.
Como
consequência, manter amizades chega a ser um verdadeiro desafio para pessoas
com o diagnóstico de autismo. Isso acontece porque uma das maiores
dificuldades destas pessoas está na capacidade de interagir socialmente,
agravada por déficits de comunicação. “Existe uma série de habilidades sociais
que os autistas precisam refinar, como a capacidade de iniciar e manter
conversas, expressar sentimentos, manter contato visual. Esse treinamento pode
ser feito dentro do processo de terapia individual ou também em grupos”, diz o
psicólogo.
Quando
a terapia acontece em grupos, visando uma melhora das interações sociais, as
ferramentas terapêuticas podem envolver jogos, passeios e rodas de conversa,
que acontecem sempre com a mediação de psicólogos especializados. “As atividades
em grupo são muito positivas pois permitem criar conexões verdadeiras entre as
pessoas. Os pacientes são estimulados a manter o contato social e aprendem
técnicas para quebrar o gelo, por exemplo”, afirma Colombini. "Essas
interações permitem que cada paciente tenha contato com pessoas com jeitos,
gostos e falas diferentes, e envolvem situações, muitas vezes, inesperadas.
Tudo isso prepara melhor o autista para conviver com pessoas em seu ambiente
natural”, conclui.
Pensando
nisso, a Equipe AT criou o QG de Rolê, iniciativa que reúne pessoas de idades
variadas em diferentes grupos, visando o treinamento de habilidades sociais. Os
encontros acontecem quinzenalmente.
Tudo começa com uma avaliação inicial, onde o paciente é direcionado para o
grupo que tenha mais afinidade com seu perfil social.
“Usando
estratégias de gamificação, onde as interações sociais acontecem por meio de
jogos com personagens, pontos ou recompensas, as crianças, os jovens e, até
mesmo, os adultos encontram uma motivação adicional para participarem dos
grupos”, pontua o especialista. “Outra tática usada pelo QG do Rolê é oferecer
uma agenda de programas como idas ao cinema, ao parque ou a barzinhos e
baladas, que são sempre mediadas pelos psicólogos”, conclui. “Além de
gerar mais autonomia para que os pacientes se comuniquem melhor em suas
rotinas, aprimorando suas habilidades sociais, o QG do Rolê tem também como
objetivo a criação de grupos de amizades e desenvolvimento de autonomia”, diz o
psicólogo.
Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, fundador e
CEO da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terapêutico (AT) e
atendimento fora do consultório, que atua em São Paulo (SP) desde 2012.
Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e
adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia
da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso
de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e
Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP).
Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação
em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia
Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.
Comentários
Postar um comentário