Entrevista com Albino Ernesto Poli Junior

 Albino Poli - Tergiversando

Autor estreia na poesia com "Tergiversando", lançamento da Editora 7Letras

Albino Ernesto Poli Junior publicou seu primeiro livro recentemente: “Tergiversando”. A coletânea de poemas, lançada pela editora 7Letras, editora reconhecida pela publicação de livros de poesias de alta qualidade. “Tergiversando” traz mais de 70 poemas, que tratam de temas como o amor, a vida e a morte, paralelamente e de maneiras variadas. Albino Poli confessou na entrevista que estes são apenas alguns entre outros tantos já escritos e que podem futuramente compor uma nova coleção.
“A leitura e a paixão pelos livros estão sem dúvida na raiz de minha vontade de escrever”, diz ele. Albino Poli é diplomata na República Tcheca e já atuou também como tradutor de obras literárias, vertendo para o português autores tão diversos quanto Charles Bukowski e Daniel Defoe. A seguir, o autor “Tergiversando” fala sobre seu processo criativo, inspirações e interesses, além de relembrar seu trabalho como tradutor:


Imprensa: O que o inspirou a começar a escrever?
Albino Ernesto Poli Junior: Sempre gostei de poesia e isso se tornou mais forte quando comecei a me interessar por literatura em geral. Passei a lei com mais intensidade. Certamente, as maiores influências foram as afinidades que descobri com determinadas pessoas ao longo da vida, com as quais pude compartilhar e ainda divido sempre que possível o entusiasmo por obras e autores.

Por que os poemas?
A forma poética me parece mais apta a expressar o que tenho de realmente significativo e essencial a dizer.
Como acontece o seu processo de composição de um poema?
Depende do poema. Às vezes, escrevo num rompante, de uma só vez, do início ao fim. Outras, demoro até dias para construir um só poema, que pode ser objeto de infinitas modificações e revisões. Testo ritmos, sonoridades e sentidos até estar satisfeito e não conseguir alterar mais nada.


Quais são as suas inspirações mais recorrentes para escrever?
Tudo pode me servir como inspiração e ser tematizado em um poema. A vida, o amor, pessoas, sociedade, país, mundo, natureza, tempo, livros, ideias ou preocupações.
Também, os sentimentos, angústias, prazeres e até mesmo acontecimentos corriqueiros, do cotidiano. O trivial também me inspira. A lista é infinita.

“Tergiversando” é uma coletânea de poemas. Em que período eles foram escritos?
Alguns poemas foram escritos décadas atrás, porém a maioria é produção recente.
Como foi o processo de seleção dos poemas publicados?
A escolha dos poemas que integram “Tergiversando” aconteceu de forma um pouco aleatória. Selecionei os que pareceram caber mais nessa coleção.

Quais são os seus autores e obras prediletos?
Definitivamente, prefiro os clássicos e os grandes nomes da história da literatura mundial e nacional. A lista é grande e inclui mais de uma centena de autores.

O livro traz referências de mitologia e filosofia. Além da literatura, quais são os seus assuntos de interesse?
Me interesso por mitologia desde jovem. Li vários livros sobre o tema e morei recentemente na Grécia. Inclusive, alguns poemas incluídos em “Tergiversando” foram escritos durante minha permanência em Atenas ou se referem a experiências vividas nesse país.

E com relação à filosofia?
O mesmo acontece com a filosofia. Tenho uma pequena biblioteca com obras dos autores mais representativos de todos os tempos – desde os gregos até pensadores mais contemporâneos.

Você já atuou como tradutor de autores tão diversos quanto Bukowski e Defoe. Quais são os maiores desafios dessa atividade, em sua opinião?
O maior desafio de um tradutor de literatura é manter na tradução a qualidade e a excelência do texto original. Nesse aspecto, o tradutor não pode ser “traidor” como diz o velho adágio “traduttore, traditore”. Cada obra tem sua especificidade. Por exemplo, Bukowski usa muita gíria e sua tradução pode facilmente ficar datada. Defoe, por sua vez, escreveu no inglês do século XVIII, de modo que sua tradução deve ser muito cuidadosa e se valer de um estudo comparativo, uma vez que já foi objeto de inúmeras versões.

Qual livro traduziu de cujo resultado mais gosta? Por quê?
Tenho sempre dificuldade de responder quando me perguntam o que mais gosto, como por exemplo, qual o seu livro preferido, sua comida ou cor predileta, a viagem que mais curtiu, o melhor posto em que trabalhou, e assim por diante. Tive muito prazer em realizar todas as minhas traduções e o resultado sempre foi muito gratificante, tanto em termos de satisfação pessoal com o trabalho realizado, como em razão do “feedback” dos leitores.

De que maneira, em sua opinião, seu trabalho como diplomata impactou a escrita de “Tergiversando”?
Sempre gostei muito de viajar e conhecer outros povos e culturas. Viagens, aventura e descobertas são temas recorrentes nos textos que escrevo. O conhecimento mais aprofundado de outros países e a ampliação dos laços de amizade entre as nações, que fazem parte do exercício da diplomacia, sem dúvida exerceram e continuam exercendo influência decisiva no que escrevo.

Já tem planos para publicar próximas obras? Se sim, pode nos adiantar algo?
Tenho muitos textos não publicados que podem integrar uma nova coleção, mas talvez faça algo mais temático. Em breve será decidido.


SERVIÇO
Tergiversando
Editora 7Letras
ISBN 978-65-5905-324-7
Ano: 2022
Tamanho: 14 × 21 cm
Número de páginas: 136 páginas
Preço: R$ 46,00

Sobre o autor
Albino Ernesto Poli Junior é gaúcho, diplomata e tradutor de obras literárias. Leitor apaixonado dos grandes poetas de todos os tempos, escreve desde a juventude. “O contato com outros povos e culturas é uma fonte inesgotável de inspiração e a atividade poética torna ainda mais interessantes as vivências oriundas da diplomacia”, afirma o autor. Tergiversando é sua primeira publicação autoral.
Instagram: @tergiversando.livro

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