Escritor mineiro Tiago Augusto Figueiredo criou
uma história futurista ambientada no fim do mundo e com cunho filosófico
A trama
tecno-futurista de cunho filosófico, O
último coração escrita pelo professor e escritor mineiro Tiago Augusto Figueiredo
gira em torno de Tom Figg, que tinha o sonho de conhecer a vida no futuro. O
cientista consegue realizar o grande sonho, porém, quando alcança, percebe que
ninguém mais sobrou para compartilhar as ambições. Tom já está vivendo em um
mundo na qual a inteligência artificial saiu do controle.
Tiago
é professor de filosofia e escritor de romances de cunho filosófico. O autor
usou a ficção para criar um mundo adaptável, onde a humanidade aprendeu com as
escolhas e como elas geraram consequências que mudaram o curso da vida. “Quando uso “cunho” filosófico,
refiro-me a uma espécie de marca filosófica, pois é uma ficção que faz as
pessoas refletirem. Não é uma obra filosófica, mas pode ser usada em alusão
para comparar diversas teorias”, descreve.
Mais
detalhes sobre a história do autor e sobre suas inspirações para compor a obra
você confere na entrevista abaixo.
Por
que você decidiu ambientar sua obra no fim do mundo?
Gosto
da ideia de pensar no futuro, pois é dessa forma que identificamos melhor nosso
presente. Imaginar como seria o fim do mundo é, basicamente, imaginar o que
estamos fazendo hoje.
Quando
e como surgiu sua paixão pela escrita?
Minha
mãe viajava para cuidar de sua saúde e sempre trazia livros para mim,
incentivando-me a ler desde cedo, ela é a principal responsável.
Posteriormente, fui ampliando minha leitura e lendo um pouco sobre tudo, o que
me incentivou a escrever também. Escrevia muito na adolescência, mas resolvi
escrever obras para publicar mesmo após os vinte anos de idade.
Você
acha que os robôs são capazes de sentir?
A
Inteligência Artificial vem se desenvolvendo ano após ano, gosto muito de
estudar sobre tecnologia e entender um pouquinho, todavia, não creio que uma
artificialidade seja capaz de compreender um sentimento. É tudo programado, não
vejo sentimentos humanos como sistemas automatizados.
Como
surgiu a inspiração para criar este livro? Qual foi a motivação?
Como
trabalho com Filosofia, meus próprios alunos me questionam muito sobre várias
coisas e costumo anotar tudo. Pesquiso e leio muito sobre obras filosóficas,
pensamentos, entrevistas e questões similares, perguntas do dia a dia que
incomodam as pessoas. A inspiração deste livro veio de um conjunto de tudo
isso, que imaginei o que aconteceria se mantivéssemos tão egoístas.
Qual
é a principal mensagem que a obra traz aos leitores?
A
obra busca levar o leitor a se colocar no lugar do personagem principal, é um
pensamento que acredito ser muito profundo: se fôssemos os últimos homens a
viver aqui, apenas nós, isoladamente, o que faríamos? É uma boa forma de pensar
o que estamos perdendo a oportunidade de fazer hoje.
Algum
personagem do livro foi inspirado em sua vivência?
Imaginei
Tom como se fosse eu mesmo, pensando nisso, o que eu faria. Os demais não
necessariamente possuem alguma inspiração em especial. Talvez um jeito ou
outro, mas nada em especial.
Você
fez alguma pesquisa para escrever o livro, qual? Quanto tempo levou para
escrevê-lo?
Sempre
estudo bastante, gosto de ler, saber mais sobre várias coisas. Para escrever
essa obra, estudei alguns pensadores que falam sobre a vida, o que devemos
fazer, o que perdemos no tempo, o sentido da existência e li um pouco sobre as
Inteligências Artificiais e várias teorias sobre como estaria o planeta sem
nós. Em relação ao tempo, várias ideias vagam em minha mente, essa ideia ficou
por, aproximadamente, dois anos, pensando dia após dia sobre como poderia
estruturar a história. A escrita mesmo, na prática, gastou alguns dias.
Você
diz que sua obra tem cunho filosófico, explique sobre:
A
obra tem uma “marca” filosófica, porque ela nos permite pensar um pouco mais, é
uma história que nos faz refletir e pode ser usada em aulas e debates por
escolas, faculdades, grupos diversos e amigos. Quando uso “cunho” filosófico,
refiro-me a uma espécie de marca filosófica, pois é uma ficção que faz as
pessoas refletirem. Não é uma obra filosófica, mas pode ser usada em alusão
para comparar diversas teorias.
Além
desse lançamento, você pretende publicar outros livros ou uma continuação para
a história? Quais são seus próximos projetos?
Com
certeza. Em 2022 mesmo, teremos mais livros por aí, porém, com outras
histórias, outros focos, também com essa “marca” de fazer com que as pessoas
reflitam sobre algo. Não vejo razão para continuar “O último coração”, a
história tem um fim e creio que, caso continuasse, de alguma forma, poderia se
perder na essência da história, então, infelizmente, os fãs da obra ficarão
apenas com esta versão mesmo (rs).
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