Em semana de Black Friday, especialista explica
os detalhes das diversas formas de comprar e vender pela internet
Em pleno 2021, a maioria das pessoas está familiarizada com o comércio online.
Por conta da pandemia, os brasileiros se tornaram ainda mais adeptos dessa
maneira de adquirir produtos e serviços do que já eram antes. Contudo, alguns
termos populares para se referir aos “estabelecimentos” digitais são
confundidos entre si, principalmente para quem não é da área de tecnologia e
marketing digital. É o caso do e-commerce,
do marketplace
e das lojas virtuais,
por vezes chamadas também de vitrines
virtuais (mas que, na verdade, possuem outro significado).
Mesmo
os compradores mais casuais podem ter lido ou ouvido falar nessas expressões e,
talvez, pensado que todas se tratam da mesma coisa. Mas elas são diferentes, e
fazer essa distinção é importante especialmente para o empreendedor que quer
vender online e não sabe por onde começar.
Victor
Hugo Yuuki Mathias,
IT Manager da agência digital full service Raccoon, explica o significado de cada termo: “Um e-commerce é,
normalmente, um site ou plataforma que comercializa produtos próprios, como por
exemplo a C&A. Nela, o usuário final consegue escolher produtos, adquirir e
definir frete e entrega. Nesse caso, a empresa não divide sua receita com
ninguém, alcançando maiores margens”.
“Marketplace é similar a
um e-commerce em aparência e funções, mas não é exclusivo de uma só marca ou
empresa”, aponta. “Lá são vendidos produtos de parceiros, que pagam uma taxa
por período ou por venda, o que reduz sua margem de receita. O marketplace, por
sua vez, encarrega-se de fazer estratégias de aquisição de usuários para
trazê-los ao site e comprar produtos, retirando do parceiro/seller essa
responsabilidade. É o caso da Amazon e da Americanas, por exemplo”.
Os
nomes “loja virtual” e “vitrine virtual” são os que mais causam confusão. As lojas virtuais são
hospedadas em sites próprios, sem dividir o espaço, mas não necessariamente
vendem só produtos da empresa (como é o caso do e-commerce). Como exemplo
podemos imaginar um pequeno empreendedor que revende itens de marcas diversas,
o que o retira da categoria de e-commerce. Ele pode também ter sua própria
loja, arcando sozinho com os custos, o que o retira da categoria de
marketplace.
Já a
vitrine virtual
pode se referir a dois elementos: uma seleção de categorias e produtos
principais de um e-commerce, marketplace ou loja (com destaques geralmente na
página inicial dos sites); ou uma página criada exclusivamente para expor
produtos e não para comercializá-los. Nesse último caso, trata-se de um site bem
simples, com explicações e imagens dos produtos e indicações externas para a
compra — um número de telefone ou endereço, por exemplo. Também é possível
considerar algumas redes sociais como vitrines virtuais, se não houver a
possibilidade de compra direta.
Qual
é a melhor opção?
Tendo
em mente as diferenças entre os tipos de comercialização online, qualquer
empreendedor vai se perguntar onde é melhor investir. A resposta depende,
basicamente, da fase do negócio e das avaliações de mercado.
“Para
o empreendedor iniciante, o marketplace é, em minha opinião, o melhor caminho”,
sugere Mathias. “Ele permite o foco no produto e na experiência do consumidor,
pensando em qualidade, embalagem e afins. Todo o resto: integrações de
tecnologia, aquisição de usuários, validações de segurança e pagamento, etc.,
fica com o marketplace”.
A
loja virtual é uma opção mais custosa e sem tanta visibilidade, razão pela qual
não é a mais escolhida. A vitrine, no sentido de uma página simples de
exposição, pode ser interessante para negócios de bairro. Já o e-commerce é
ideal para empresas consolidadas e com boa abertura de investimento.
Mas
o especialista faz uma ressalva: “É importante reforçar que esses meios de
venda são ferramentas, e o foco do empreendedor deve sempre ser seu produto e
seu público-alvo. Conhecer bem esses dois fatores, além de ter um bom plano de
negócios, permite que o empreendedor defina o quanto pode investir em
tecnologia a cada fase de sua empresa, e assim escolher de acordo o meio de
venda que cabe em seu bolso”. O profissional também lembra que o mercado é
muito dinâmico, e, por isso, é essencial revisar constantemente e testar se o
meio de venda atual está atendendo as expectativas e desbloqueando o potencial
adequado do produto.
De uma forma ou de outra, a presença digital é imprescindível. “Possuir um desses meios de venda é crucial para todo empreendedor. Hoje, é um risco enorme depender apenas de vendas físicas. Antes da pandemia, já víamos uma crescente na fatia de mercado do virtual, com cada vez mais usuários comprando pela internet. Agora, com tudo que aprendemos, ficou claro que a aquisição de produtos online veio para ficar”, conclui Mathias.
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