3 dicas de como estender as emoções sem
misturar as peças
Adriana
Gardel, Valéria Rezende e Carolina Vieira (*)
Dia
de lavar roupa. Dentro do cesto há variadas peças com suas texturas, cores e
tamanhos. Tudo vai para a máquina! Que maravilha! A potente e inesgotável
máquina recebe todas as peças e ao toque de um botão, após o processo de sabão
e amaciante, inicia sua operação. Mexe daqui, dali, sacode aqui e acolá e as
roupas vão se misturando, se enroscando e nesse emaranhado de tecidos vão se
limpando e continuam cada etapa até finalizar o processo.
Segue-se
então, para um novo momento, onde retira-se peça por peça, de forma que todas
caibam no varal de forma organizada. Cheiro de roupa limpa, varal cheio e
pronto para a secagem.
Nesse
momento, penso...epa, essa máquina de roupas está parecendo meus muitos
momentos do dia. Confuso? Explico:
Acordei
atrasada, coração batendo mais rápido do que o normal, fiquei nervosa, pois o dia já
iniciava atrapalhado e todos iriam se atrasar. Acordei as crianças, tomamos
café na velocidade master, apressei todo mundo e a agitação rolando solta.
As crianças empolgadas com
a atividade especial da escola e eu
ansiosa para chegar a tempo deles não perderem nada e de eu não
ter problemas no trabalho. No caminho, muita raiva do trânsito, mas na verdade a minha preguiça foi a causadora
de tudo isso. Chegamos na escola, 10 minutos de atraso, mas ainda daria tempo.
Agora rumo ao trabalho, cortei caminho para sair do trânsito e me dei mal,
entrei num beco e fiquei com muito medo
de me perder ali. Fiquei enjoada e com nojo
de pensar que poderia passar mal. Respirei fundo e segui em
frente, até conseguir chegar no trabalho. Envergonhada entrei procurando demonstrar indiferença ao que tinha
acontecido, mas no fundo estava bem frustrada!
O dia seguiu, confesso que em um certo momento do dia senti um pouco de tédio, pois as coisas
estavam muito com a “mesma cara”, bateu saudade
das crianças e uma certa tristeza,
por não ter tido mais tempo para conversarmos pela manhã sobre o nosso dia e o
que aconteceria. Bem, mas toquei em frente e no final do dia ao vê-los tranquilos e alegres me senti grata e menos frustrada, afinal tudo
tinha dado certo!
As
emoções muitas vezes são esse emaranhado, assim como as roupas que batem na
máquina. O importante é que saibamos percebê-las para colocá-las nos seus
devidos lugares, assim como fazemos com nosso varal.
Aqui
vão algumas dicas para você estender suas peças no varal, de forma que as
emoções fiquem organizadas.
Identifique
o que você está sentindo
Esse é um bom exercício
de autoconhecimento. Respire fundo e pense o que está acontecendo com você
naquele momento. Fale sobre como está se sentindo e busque estratégias para
lidar com o momento.
Permita-se
sentir sem julgamento
Todos os sentimentos
são importantes e demonstram que você é totalmente normal. Não é preciso
culpar-se por senti-los. O importante é o equilíbrio, ou seja, como você os
demonstra e em que intensidade. Se estoura com os outros com facilidade ou
guarda tudo demonstrando passividade.
Fale
sobre o que está sentindo
Esse é um hábito que
precisa ser desenvolvido pela maioria de nós, pois não fomos ensinados a falar
sobre nossos sentimentos, mas ele é fundamental para que possamos criar
diálogos e promover a empatia.
Ao
praticar a identificação, se permitir sentir e falar sobre eles, você estará
organizando suas peças e ao estendê-las perceberá o frescor e o cheirinho de
roupa limpa!!!
Que
tal lavar roupa mais vezes?
(*) Autoras
Adriana
Gardel - Apaixonada
pela educação, caminhando pelo universo da pedagogia e psicopedagogia há 38
anos e, sempre curiosa, buscou na neurociência e no Kidcoach mais fundamentação
para entender e atuar na formação dos pequenos. Trajetos em escolas pela
educação infantil, fundamental I, coordenação e orientação educacional, mas
acima de tudo mãe do Gui e do Fred, suas grandes inspirações de vida! Ah, e
vovó do Gabriel.
Valéria
Rezende - Mãe
da Carol, do Augusto e do Vinicius, vó do Gabriel desbravadora quando o assunto
é comportamento e relacionamentos humanos. Acredita na família como base para o
desenvolvimento integral do ser humano melhor. Coach de pais, casais e
adolescentes pela Parenting Coach Brasil, Kidcoach pela ICIJ Rio de Janeiro e
instrutora da Jornada das Emoções.
Carolina
Vieira
- Viajante e curiosa, novos desafios e necessidades de adaptação são o que
mais a motivam. Confia que a chave para um ser humano mais preparado para o
mundo e feliz está na infância e no afeto familiar. Carol é mamãe de primeira
vigem do Gabriel. Comunicóloga formada pela UFJF, especialista em Marketing
pela Ibmec e Neurociências e Comportamento pela PUC-RS. Educadora Parental com
foco em Disciplina Positiva e CNV.
Comentários
Postar um comentário