Por Rodrigo Gerardi, especialista em Bens de
Consumo da AGR Consultores
Nos
últimos anos, a tônica do mundo dos negócios tem sido a necessidade das
empresas de se reinventar, quebrar paradigmas e repensar suas estratégias de
crescimento, posicionamento e comunicação com os clientes, dadas as constantes
mudanças nos hábitos de consumo dos clientes, cada vez mais exigentes,
conectados, bem-informados e, também ansiosos.
Com
base nessas alterações de hábitos de consumo, um modelo de negócios que
despontou como algo que veio para ficar é o chamado “D2C” (“Direct-to-Consumer”), um
canal direto entre as empresas e o consumidor final. Vender por esse modelo
ajuda a diversificar, possibilitando captar mais clientes e potencializar as
vendas, com um fluxo de receita adicional e recorrente, o que é ótimo para
qualquer negócio. O modelo “D2C” permite à empresa criar um relacionamento mais
próximo com o consumidor final, tendo insights importantes sobre suas experiências
de compra e de consumo, podendo respaldá-lo quanto às suas necessidades, seja
rastreabilidade de produtos, dados sobre a origem e etapas do processo de
fabricação/produção dos bens, ou simplesmente ao descomplicar ações “chatas”
para os clientes. Trata-se de um novo modelo de negócios e não apenas mais um
canal de vendas. A relação direta com o consumidor demanda um modelo próprio,
apartada da gestão com os tradicionais canais de distribuição. Como dizemos
aqui na AGR, “é diferente, simples assim.”
Como
exemplo, podemos citar a Burrow, startup norte-americana que fabrica e
comercializa sofás modulares, fáceis de mover e adaptáveis a ambientes
diversos, pela sua plataforma online direto ao consumidor final. Os sofás
costumam ser uma “dor de cabeça” para os consumidores pelo difícil manuseio,
transporte (se cobrado, o frete pode ser mais caro que o próprio produto) e
pela dificuldade de encontrar um produto específico em pronta entrega ou para
entrega rápida. Na Burrow, os sofás são despachados no máximo em uma semana,
chegam direto na casa do consumidor sem custo adicional e em caixas com
instruções simples de montagem e sem necessidade de ferramental. E se o
consumidor não gostar, o processo de devolução ou troca é simples e rápido.
Além disso, eles oferecem aos consumidores um período de teste de 100 dias.
Outro
exemplo é a Hungry Root, que oferece aos clientes alimentos saudáveis com
receitas simples, com apenas um clique. Os alimentos ofertados são à base de
vegetais, além de serem frescos e nutritivos. Ao cadastrar-se, o consumidor
monta seu próprio plano de alimentação e escolhe entre centenas de produtos
recomendados, além de receitas para saber combiná-los. O envio é rápido e as
embalagens utilizadas são 100% recicláveis, sendo ideal para aquelas pessoas
que buscam uma dieta mais nutritiva, mas não tem tempo para cozinhar, fazer
compras ou mergulhar em sites de nutricionistas para construir a refeição
ideal.
E
para sua empresa, faz sentido atuar no modelo D2C?
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