Pandemia muda comportamento do consumidor e empresas de alimentos criam soluções para se adaptar às novas preferências do cliente

 

Drive-Thru, e-commerce e adoção de novos métodos de compra são potencializados; McDelivery registra crescimento de 150% em 2020

A pandemia da Covid-19 ainda não acabou, mas os reflexos que esse momento trouxe já fazem parte do cotidiano, e mudou, em meses, um avanço planejado para anos. É o caso dos métodos de consumo, como delivery, e-commerce e até mesmo embalagens maiores visando economia e proteção, que ganharam espaço a partir da recomendação de ficar em casa. De acordo com um estudo da Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, que analisou 46 mil usuários entre janeiro e dezembro de 2020, os gastos com os principais aplicativos de entregas de comida cresceram 149%.

As empresas de alimentação sentiram fortemente o impacto que essa alteração no processo de compra e de experiência do cliente poderia causar. É o caso da Arcos Dorados, maior franquia independente do McDonald’s em todo o mundo e que opera os restaurantes da rede na América Latina e no Caribe, que criou metodologias para continuar trazendo diversificação que atenda às necessidades e desejo dos consumidores, mas sempre buscando manter uma conexão com seu público, independente do canal e da maneira.

João Branco, CMO da rede no Brasil, comenta algumas dessas mudanças. “O aprimoramento de recursos digitais, principalmente daqueles que influenciam no desenvolvimento de uma relação mais personalizada com o cliente, foi a nossa grande aposta em 2020 e continua sendo um grande foco em 2021. Nos apoiamos em nossa plataforma denominada 3Ds, englobando Drive-Thru, Delivery e Digital, como um grande diferencial estratégico, que deve alcançar ainda mais essa fatia de mercado que prefere menos contato e se adaptou às refeições fora de restaurantes”, ressalta

“Atualmente, o app do Méqui já atingiu a marca de 50 milhões de downloads na América Latina. Ainda nessa região, em 2020, as vendas por McDelivery cresceram 150% em moeda constante, representando 14% das vendas totais da empresa. Para 2021, a estimativa é que as vendas no segmento representem de 10% a 15% das vendas totais. Também criamos o Méqui Sem Fila que, além de otimizar o tempo do cliente, também evita aglomeração, e investimos em embalagens que atendem várias pessoas, como o Méqui Box, além de diversas outras iniciativas. Todas essas mudanças comprovam que não só o consumidor mudou, mas tivemos que nos adaptar a essa realidade”, reitera o CMO. “Investir em inovação, conveniência e personalização foi fundamental ao longo de todo este período desafiador e essa é uma tendência que deve se manter por bastante tempo”, completa.

O principal traço notado pela Vapza Alimentos, empresa que produz alimentos embalados a vácuo e cozidos a vapor, foi o aumento do e-commerce. Conforme cita o CEO da indústria, Enrico Milani, em comparação com 2019, a venda de produtos via site ou outros canais de compra, aumentou 47%. “Essa alteração foi muito significativa, já que a marca é atuante em todos os estados do Brasil e exporta produtos para 12 países. O food service representa 40% e o varejo 60% das nossas vendas, e é notável que ambos os canais procuraram por recursos online para abastecerem seus estoques, além, é claro, do consumidor final, grande responsável pelo crescimento da Vapza no comércio eletrônico”, afirma o executivo.

O CEO completa dizendo que outras estratégias, como promoções e descontos, também são mais visadas pelo cliente a partir da pandemia. “Com a facilidade de pesquisar mais antes de comprar, é preciso fortalecer a marca, mas também atrair a pessoa que irá comprar pela primeira vez. Por isso, oferecer oportunidades de consumir o produto demonstrando um bom custo-benefício é essencial, ou então outras vantagens que agreguem valor, como realizar entregas no mesmo dia da compra. Tudo isso denota que o consumidor e o mercado estão mudando, e nós, empresas, precisamos estar atentos a essas situações para continuarmos evoluindo e oferecendo soluções eficazes”, finaliza Milani.

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