As práticas ambientais, sociais e de governança
corporativa podem ajudar a impulsionar o retorno dos investimentos corporativos
- por Juliana Rebelo
A
sigla ESG vem do inglês Environmental, Social and Governance, que significa
Ambiental, Social e Governança. O termo está vinculado aos 17 objetivos de
sustentabilidade das Nações Unidas, adotados desde setembro de 2015. A
Organização das Nações Unidas espera alcançar esses objetivos mundialmente até
2030, e trabalha focado em ações voltadas para eliminação da pobreza, mudança
climática, meio ambiente, paz, justiça e igualdade social.
Podemos
encontrar outros termos também muito utilizados como sinônimo para ESG:
Responsabilidade Social Corporativa ou Investimento Sustentável. Mas a agenda
de ESG transcende o conceito de sustentabilidade, ela é uma forma de gestão
completamente integrada e alinhada a todos os stakeholders (“partes
interessadas que devem estar de acordo com as práticas de governança
corporativa executadas pela empresa”, fonte Wikipedia).
E
qual a importância desta sigla para as corporações? Empresas de todos os
setores da economia trabalham nos dias de hoje sob a pressão de assumir
compromissos com essas agendas e garantir certificações/credenciamentos ESG.
Investidores ao redor do mundo tem demandado que as empresas onde eles investem
tenham um fluxo de relatórios comprobatórios das ações relacionadas a ESG.
Consultorias de investimento atualmente são contra a aprovação das contas das
empresas que não incluem um relatório de sustentabilidade ou algo semelhante em
seus relatórios e contas anuais, existe um grande risco de mercado em investir
em empresas que não mostram progresso no atendimento aos riscos relacionados ao
clima.
As
práticas ambientais, sociais e de governança corporativa podem ajudar a
impulsionar o retorno dos investimentos corporativos em algumas circunstâncias,
de acordo com uma análise de pesquisa realizada pela consultoria Mercer
(Shedding light on responsible investment: Approaches, returns and impacts,
Mercer, 2009).
Mas
em que frente o RH pode atuar de forma a suportar as empresas nas demandas de
ESG? ESG não funciona apenas para grandes corporações, as pequenas e médias
empresas devem trabalhar com mitigação de riscos e garantir uma boa gestão ao
optar por práticas de ESG, e assim alavancar um crescimento mais sólido. Para
todos os tipos de tamanhos de empresa, as práticas de gestão, o cuidado com os
funcionários e com o entorno das empresas está diretamente vinculado aos
processos e projetos de Recursos Humanos.
Assim
como em outras áreas, o engajamento para práticas ESG nas empresas pela
liderança tem papel fundamental na efetividade para os demais empregados e para
os resultados. A liderança precisa avaliar três pontos importantes: as práticas
ESG serão realizadas por convicção, a empresa realmente acredita no que está
adotando? Em seguida é necessário avaliar se essa opção é apenas relevante para
a empresa estar alinhada ao mercado, ou seja, por conveniência. E por último
avaliar se as práticas serão orientadas com foco apenas no cumprimento de
regras de compliance e conformidade.
E
como traduzir tudo isto para a cultura organizacional? O trabalho da equipe de
Recursos Humanos deve estar orientado inicialmente para sensibilizar a
liderança, garantindo uma visão de longo prazo para as ações de ESG, e em como
as equipes estarão envolvidas nas práticas e nos impactos socioambientais. As
três letras da sigla precisam estar em níveis de importância iguais, numa
cultura que permeie toda a empresa. A liderança e as equipes de RH deverão
atuar de forma transparente na implementação e no acompanhamento das metas ESG.
Algumas
competências profissionais serão fundamentais para o alcance das metas ESG, são
elas: visão sistêmica para construção da estratégia da empresa, habilidade para
inovação, perfil empático, análise de cenários e riscos e capacidade de
antecipação. Sustentabilidade ainda é no Brasil um assunto delicado e
controverso na tomada de decisões das empresas, onde a equipe de liderança tem
diferentes pensamentos sobre sucesso e conduta socioambiental. O RH terá papel
importante para atuar como agente de transformação e disseminação das práticas,
desenvolvendo a base e garantindo crescimento sustentável, a fim de colaborar
para o ganho de todos os envolvidos, empresas, funcionários e ambiente.
Juliana
Rebelo
Consultora
em Soluções de RH na Conexão Talento, Psicóloga, Administradora e com MBA em
Gestão de Recursos Humanos. Experiência Internacional por três anos como
estudante de graduação. Profissional com experiência generalista em Recursos
Humanos, 12 anos de experiência em empresas multinacionais. Sólida Experiência
como Business Partner, com foco de atuação em programas de Performance,
Carreira e Sucessão, Treinamento, Desenvolvimento e Cargos e Salários.
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