Poupança e crédito devem ajudar na retomada econômica pós-pandemia

        


Em 2020, Brasil alcançou o maior nível de taxa de poupança dos últimos cinco anos:  15,03% do PIB

“Em 2021, existem fatores positivos que podem auxiliar a retomada econômica”, avalia Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica do Ministério da Economia. Entre os pontos que devem ser olhados com atenção estão a taxa de poupança alta, o mercado de crédito sólido e a possibilidade de o mercado de trabalho responder com mais dinamismo.

De acordo com Sachsida, o Brasil atingiu o maior nível de taxa de poupança dos últimos cinco anos. Ao contrário das crises de 2019 e 2015-16, a taxa de poupança aumentou no Brasil em 2020. E foi uma alta considerável, passando de 12,53% do PIB em 2019, para 15,03% do PIB em 2020. “Ou seja, tão logo possamos vacinar a população, nós teremos uma poupança mais robusta para auxiliar o consumo e os investimentos”.

Nas crises passadas, o desemprego se deu no setor formal da economia, já na crise atual da pandemia de 2020, o desemprego aconteceu mais no setor informal. Segundo dados da Pesquisa por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), em agosto de 2020, ponto mais negativo da série, a taxa de população ocupada caiu 12,7%, com a contribuição de 8,2 pontos percentuais dos informais. O secretário destacou que o desemprego no setor econômico formal é mais dinâmico, por isso espera-se que após a vacinação em massa os empregos nesse setor sejam retomados.  Além disso, a preservação do setor formal, por ser mais produtivo, é importante para a retomada econômica.

A força dos programas de créditos adotados pelo governo durante a pandemia é um sinal importante e mostra uma diferença em relação a crises anteriores. De acordo com Sachsida, o crédito se expandiu de maneira robusta no Brasil mesmo durante a crise de 2020, dando condições de manter a base produtiva da sociedade funcionando. Em dezembro de 2020, o saldo de crédito deflacionado atingiu R$ 1,933 trilhão.

Também foram destacados tópicos como preço das commodities em alta, taxas de juros internacionais baixas e a variação do PIB em 2020, que ficou em um patamar acima das expectativas do mercado.

Quando o assunto é retomada econômica, a agenda microeconômica - aquela que afeta setores ou temas específicos do país - também deve ser vista com atenção. Segundo Ricardo Sennes, sócio da Prospectiva Consultoria, essa agenda tem avançado de maneira positiva, em comparação com as pautas política e macroeconômica. Pontos importantes como a nova lei das licitações, nova lei das falências, BR do mar, marco regulatório do gás, estão entre os destaques. “É um espaço no qual parece que existem menos divergências na câmara neste momento e que, portanto, deve seguir avançando”, detalhou.

O tema foi discutido no webinar “Plano de Voo”, transmitido pela Amcham Brasil em Curitiba (Câmara Americana de Comércio), na quinta-feira (18), que reuniu interlocutores do setor público e privado para debater a situação econômica e política do País, além de possíveis cenários para 2021.

Comentários