Tecnologias ajudam a oferecer serviços mais
adequados à demanda da sociedade por conhecimento
No
mês em que se comemora o Dia do Bibliotecário, 12 de março, o Conselho Federal
de Biblioteconomia (CFB) chama atenção para a relação desses profissionais com
as tecnologias da informação e comunicação.
A
presença da tecnologia no cotidiano da vida pessoal e profissional dos
indivíduos é uma realidade. No campo da Biblioteconomia essa constatação é mais
contundente, uma vez que dados, informação e conhecimento se constituem em
matéria-prima para a atuação do bibliotecário.
As
tecnologias de informação e comunicação em constante evolução possibilitam ao
profissional desenvolver novos processos, serviços e produtos, envolvendo
várias práticas biblioteconômicas no contexto digital/eletrônico.
Segundo
a professora Marta Valentim, mestre em Biblioteconomia e doutora em Ciências da
Comunicação, dentre estes processos pode-se mencionar a elaboração, prospecção
e monitoramento de fontes de informação; o tratamento, organização e
armazenamento da informação, gestão da informação, mediação da informação,
recuperação e disseminação da informação, bem como elaboração e implantação de
bancos/bases de dados e repositórios.
“A
Biblioteconomia, enquanto campo científico e profissional, sempre enfrentou os
desafios impostos pela evolução das novas tecnologias e continuará enfrentando,
pois faz parte de sua ação profissional”, diz Marta.
Para
o bibliotecário Oswaldo Francisco de Almeida Junior, mestre e doutor em
Ciências da Comunicação e professor permanente do Programa de pós-graduação em
Ciência da Informação da Unesp, as tecnologias atingem todas as áreas e espaços
de atuação, transformando muitas das ações e até mesmo das concepções dos
vários segmentos do conhecimento humano.
“Isso
é válido tanto para os fundamentos teóricos como para as práticas. A Biblioteconomia
se vale das tecnologias e, na medida do possível e das estruturas dos
equipamentos informacionais, as implanta com o objetivo de melhor entender o
mundo e melhor atender as necessidades informacionais dos seus usuários”,
afirma o bibliotecário.
Diferentes
realidades
Para
Oswaldo, um rápido olhar sobre a história, em especial do século XX,
possibilita a confirmação de que a Biblioteconomia sempre utilizou tecnologias
e que essas tecnologias sempre auxiliaram os bibliotecários e trabalhadores das
bibliotecas a oferecerem serviços mais adequados à demanda.
“A
tecnologia mais atual – a computadorizada, informatizada, virtual –
transformou, dentro de limites, o fazer dos que atuam nos equipamentos
informacionais – tais equipamentos vão além das bibliotecas, abrangendo
arquivos, museus, centros de documentação, centros de informação etc.”, diz o
bibliotecário.
No
entanto, nem sempre a tecnologia existente está acessível aos profissionais, às
instituições e à população. De acordo com Oswaldo, existe, hoje, a ideia de que
todas as bibliotecas, em qualquer parte do Brasil ou fora dele, estão equipadas
com suportes tecnológicos. Ou que todas têm seus acervos informatizados, com
sistemas de acesso e novas tecnologias implementadas. “Isso, infelizmente, não é
verdadeiro. A maioria das bibliotecas não possui essa estrutura. Boa parte
delas nem mesmo conta e oferece acesso à internet e as antigas fichas ainda são
realidade”.
Em algumas bibliotecas, segundo Oswaldo, o emprego de computadores ultrapassados é a única alternativa para se vincular, um mínimo, às tecnologias. “No momento em que se fala em bibliotecas híbridas, que mesclam acervo físico e digital; que se fala no crescimento dos e-books; de acesso a podcasts; de trabalho na ‘nuvem’; de repositórios; de periódicos de acesso livre, enfim, de muitos novos recursos para acesso e apropriação da informação, muitos dos nossos equipamentos informacionais estão excluídos desse uso”, lamenta o profissional.
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