Pioneira no Brasil no mercado de reformas de baixo custo para moradias insalubres nas periferias, a Vivenda anuncia um programa de homologação e aceleração para negócios e profissionais focados em gerar impacto social no setor de habitação. Seis empresas - dos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul e Minas Gerais - foram selecionadas para o primeiro piloto do programa e passam a integrar a Plataforma de Melhorias Habitacionais da Vivenda. A iniciativa, que conta com a parceria da Artemisia, visa estruturar um novo ecossistema de melhorias habitacionais para a população em situação de vulnerabilidade. Mais informações: http://bit.ly/PlataformaVivenda
O
potencial da iniciativa, que busca trazer escala para o modelo de negócio da
Vivenda, dialoga com a importância de apoiar empreendedores para que possam
colaborar com a redução da insalubridade das habitações no país.
A moradia digna está diretamente associada à possibilidade de uma vida melhor.
As condições e a localização da casa têm impacto direto na saúde, na qualidade
de vida e no acesso a oportunidades de desenvolvimento na formação educacional
e empregabilidade. Como direito humano fundamental, morar tem uma abrangência
bem maior do que ter uma residência; interfere, diretamente, na relação do
cidadão com a cidade. No Brasil, muitas residências não têm ventilação ou
iluminação natural; as paredes e ambientes apresentam excesso de umidade; o
sistema de saneamento e banheiro são inexistentes ou precários.
Para
mudar essa realidade e apoiar a redução do déficit
qualitativo habitacional do país, os jovens empreendedores Fernando
Assad, Marcelo Coelho e Igiano Souza criaram a Vivenda, em 2014, com a proposta
de realizar reformas de baixo custo e com condições especiais de parcelamento
em casas da comunidade do Jardim Ibirapuera, zona sul da cidade de São Paulo.
Passados seis anos – e após se tornar inspiração para empreendedores de todo o
Brasil – o negócio de impacto social inova mais uma vez. Em uma nova fase, a
empresa passa a ter uma atuação mais ampla, tornando-se um agente integrador do
ecossistema de melhorias habitacionais no Brasil. Na busca por descentralizar e
escalar o impacto social que gera, passa a apoiar uma nova geração de
profissionais do setor e empreendedores de impacto dedicados a enxergar a
questão habitacional pela lente da estruturação de um mercado para combater o déficit qualitativo.
Dentro
dessa estratégia, a Vivenda desenhou uma iniciativa que irá certificar e
acelerar negócios de impacto social em habitação, contando com a parceria da
Artemisia – organização sem fins lucrativos responsável pela aceleração da Vivenda
no início da trajetória da empresa. Os negócios apoiados passam a integrar a Plataforma de Melhorias Habitacionais da
Vivenda, criada para ofertar soluções de arquitetura, crédito,
material e mão de obra de forma descentralizada pelo Brasil. A iniciativa é
pontuada pelo triplo objetivo de estruturar o ecossistema de melhorias
habitacionais para a periferia; certificar negócios de impacto e profissionais
do setor como arquitetos e engenheiros – que hoje estão pulverizados – a operar
com as tecnologias e mecanismo de financiamento da Vivenda; e dar acesso aos
moradores de outros Estados a reformas acessíveis de baixa complexidade e alto
impacto social.
Após
um processo minucioso de seleção, foram selecionados os seis primeiros negócios
que integram o piloto da iniciativa, sendo quatro negócios do Recife (ABRA,
Arquitetura Faz Bem, Construnir e DonaObra); um de Pelotas (Eficiobra); e um de
Belo Horizonte (Arquitetos da Vila). Os empreendedores passam a fazer parte do
processo de homologação e aceleração – que tem como foco a estruturação de
processos, gestão interna, acesso a crédito, vendas e relacionamento com
cliente. Ao longo da jornada, a expectativa é que as empresas se tornem
parceiras da Vivenda e aptas a operar no mercado com metodologia e ferramentas
necessárias para ter tração e atingir as próprias metas.
Na
análise de Fernando Assad, cofundador da Vivenda, a importância da iniciativa
se dá para os dois lados envolvidos: tanto para a empresa, quanto para os
negócios homologados. “Por um lado, a Vivenda garante ao ecossistema que mais
empresas, em um futuro próximo, estarão aptas a operar neste mercado de maneira
estruturada e profissional, inclusive, inserindo-as na utilização das nossas
próprias estruturas. Por outro, é importante para os empreendedores, porque se
qualificam e se profissionalizam de maneira muito rápida, pois superar o
desafio de acessar uma estrutura de financiamento adequada e tecnologias de
ponta para operar neste mercado é o que estes negócios esperam e é o objetivo
final deste processo”, afirma Assad.
Marcelo
Coelho, cofundador da Vivenda, detalha que a iniciativa é parte de um processo
maior de estruturação da plataforma da empresa que passa, agora, a dialogar com
a proposta de construção de um ecossistema robusto voltado a fomentar negócios
de impacto social e profissionais do setor que buscam endereçar os desafios da
população de menor renda em relação à habitação. “A iniciativa vem para
capacitar o empreendedor com conhecimentos relacionados a pontos críticos para
gestão do negócio. Na prática, a finalidade é homologar o negócio para que
opere a partir de um ‘padrão Vivenda’, que inclui práticas testadas e validadas
de relacionamento com clientes e beneficiários, tecnologia específica para os
desafios de reformar na periferia e, especialmente, controle de finalidade do
crédito”, detalha Coelho, salientando que se trata de um processo rápido,
eficiente e customizado, já que cada empresa selecionada está em um estágio de
maturidade. “O objetivo é qualificar todas as iniciativas para reduzir as
complexidades operacionais e criar um padrão escalável de operação”, afirma.
Para a Artemisia, a iniciativa está em sinergia com a
estratégia de criação de ecossistemas de impacto em setores estruturantes, com
arranjos que potencializam a proposta de escalar as soluções e os impactos
gerados. Segundo Maure Pessanha, diretora-executiva da organização, o projeto é
bastante inovador, sobretudo, porque fomenta e cria pipeline para trazer inovação ao campo da
habitação. “Na visão da organização, muitas das nossas ações são conduzidas
para fomentar novos setores que estejam a serviço das pessoas afetadas pela
desigualdade de acesso. Há uma década, passamos a estudar o setor de habitação
e a liderar um movimento que enxerga a moradia digna como uma faísca para a
transformação social; há três anos – por meio de uma coalizão em prol do
empreendedorismo de impacto em habitação – temos realizado Labs para apoiar
essa nova geração de negócios e já chegamos à marca de mais de 50
empreendedores apoiados no tema. Essa parceria com a Vivenda é uma maneira de
continuarmos a acompanhar e apoiar empreendedores dedicados a um tema que
julgamos ser crítico para a melhoria das condições de vida da população. A
jornada do empreendedor é complexa e ele precisa de diferentes apoios ao longo
da sua trajetória”, afirma a executiva, acrescentando que a organização tem
apoiado a iniciativa com aporte de conhecimento e mentorias em temas-chave para
os empreendedores no processo de aceleração.
Processo
de seleção
Para
chegar aos seis negócios selecionados, a equipe da Vivenda acompanhou 24
empresas em 12 Estados brasileiros, ao longo de 60 dias. O processo contou com
uma entrevista diagnóstica com 80 perguntas – voltadas a aprofundar o
entendimento sobre o negócio –; reunião de validação e aprofundamento do
conteúdo; avaliação do estágio do negócio (ideação, operação ou tração);
desenvolvimento de plano de trabalho customizado; e operacionalização. Na
segunda etapa, os empreendedores participaram de debates sobre modelo de
governança, operação da parceria e formas de comunicação para públicos-alvo. Os
critérios para a seleção, na primeira etapa, foram análise da documentação
técnica e jurídica; inserção no território de atuação para qualificar o impacto
social do negócio; maturidade comercial e de crédito; maturidade de processos;
e capacidade de execução de obras.
O
início do processo de homologação e aceleração foi conduzido ao longo do mês de
setembro, tendo por foco o entendimento de ferramentas de tecnologia e
processos para gestão comercial; em outubro a ênfase será a reestruturação de
processos e desenho de funil de vendas, e estratégias de comunicação. Até o
final de 2020, a Vivenda pretende homologar e acelerar novos negócios de
impacto social; em 2021, a proposta é ter 20 empresas parceiras operando Brasil
afora por meio da Plataforma
de Melhorias Habitacionais Vivenda.
NEGÓCIOS
QUE INTEGRAM O PILOTO |
ARQUITETOS
DA VILA | Belo Horizonte, Minas Gerais
O
negócio de impacto social Arquitetos
da Vila atua para combater o problema da inadequação de moradias no
Aglomerado da Serra – a maior favela de Belo Horizonte, que conta com
aproximadamente 50 mil habitantes. A empresa mineira realiza reformas com
qualidade, preço acessível, possibilidade de financiamento e prazo adequado.
Fundada por Wanda Foresti e Lucas Jório, a empresa responde à enorme demanda
brasileira por reformas habitacionais – voltadas a reduzir o déficit habitacional
qualitativo – com elaboração de projeto arquitetônico, mão de obra qualificada,
fornecimento de material, concessão de crédito e assessoria técnica a baixo
custo.
“Para nós, a parceria com a Vivenda está possibilitando o empoderamento para o
nosso negócio e para os nossos clientes. O crédito, a tecnologia, os processos
estão passando muita confiança para os consumidores, pois eles se sentem
inseridos em um sistema e mercado mais formal; da nossa parte, há a segurança
de fazer crescer os Arquitetos da Vila”, afirma Lucas.
ABRA
| Recife, Pernambuco
Fundado
por Samille Germana e Eline Letícia da Silva, o negócio de impacto social
promove melhorias das condições de moradia por meio do atendimento técnico a
populações vulneráveis; pessoas que não conseguem ter acesso a serviços de
arquitetura. Os projetos são realizados com o objetivo de evitar desperdícios
de materiais e respeitando o orçamento do cliente.
“Essa
parceria tem causado um efeito bem positivo no nosso trabalho. Desde alimentar
a motivação dentro do propósito que compartilhamos com o Vivenda – que sempre
foi referência – até a segurança que passamos para nossos clientes a partir da
estrutura de apoio que temos na gestão do negócio. Além de toda troca dentro da
rede com outros negócios, que tem sido muito rica e de grande importância para
nosso crescimento”, afirma Samile Germana
ARQUITETURA
FAZ BEM | Recife, Pernambuco
Fundado
por Antônio Neto, o negócio de impacto social Arquitetura Faz Bem leva projetos de
arquitetura e realiza obras como ferramenta para a promoção da saúde física e
mental de famílias das classes D e E, moradoras de comunidades em situação de
vulnerabilidade social e econômica da cidade de Recife. “É uma troca muito rica
em vários sentidos. Estar em contato com a Vivenda e com iniciativas de todo o
Brasil nos permite identificar que, muitas vezes distantes, os territórios têm
necessidades muito próximas. Essa troca de experiências e o contato com
empresas que já tem mais tempo de estrada vai nos ajudando a consolidar ainda
mais as nossas escolhas; a melhorar os processos e formas de modelar negócios”,
afirma Neto.
CONSTRUNIR
| Recife, Pernambuco
Fundado
por Thaís Helena, o negócio realiza reformas nas casas das comunidades do
Grande Recife, trazendo saúde e qualidade de vida para moradores em situação de
vulnerabilidade social e econômica. O foco está na oferta de serviço a baixo
custo e com o suporte de engenheiros, democratizando o direito que todos têm de
viver bem. “Há um ano, quando a Construnir nasceu, fomos buscar quem estava
fazendo isso no mercado e encontramos a Vivenda. Conhecer a proposta da Vivenda
possibilitou que acreditássemos que era possível ampliar a nossa atuação de
maneira segura. Aqui, no Recife, a maioria dos clientes ainda não está
acreditando nesta possibilidade do crédito. A gente tem que se sentar, explicar
olho no olho para mostrar que é algo novo, mas que veio para ficar. Além disso,
nossa equipe está com uma motivação nova!”, afirma Thaís.
DONAOBRA
| Recife, Pernambuco
Fundado
por Giuliana Lobo e Denise Durey, o negócio atua com a venda direta de kits de reforma para as
classes C e D das comunidades do Recife. O kit
é vendido por ambiente e executado em até 15 dias; a compra contempla um pacote
de serviços composto pelo projeto da reforma, mão-de-obra qualificada –
predominantemente feminina –, o material e o gerenciamento da execução da obra.
“A parceria com a Vivenda auxilia na estruturação do negócio do ponto de vista
do aperfeiçoamento dos processos internos e de gestão, contribuindo para uma
atuação mais eficiente frente ao mercado; amplia o impacto de nossas atividades
com da cessão do crédito, permitindo que um maior número de pessoas consiga
viabilizar suas reformas; e, por fim, proporciona a oportunidade de que as
diversas organizações trabalhem de maneira integrada e articulada, por
território, para conseguir resolver em escala a desigualdade estrutural da
habitação existente”, afirma Denise.
EFICIOBRA
| Pelotas | Rio Grande do Sul
Fundado
por Cristina Jeannes Rozisky e Isadora Terra Passeggio, o negócio de impacto
social realiza reformas para melhorias habitacionais nos lares de pessoas em
situação de vulnerabilidade social e econômica. As empreendedoras oferecem o
pacote completo: projeto, orçamento, material, mão de obra e gerenciamento. O
grande diferencial do negócio é o parcelamento em até 36 vezes, formatado para
ampliar o acesso do serviço. “A EficiObra existe, hoje, porque a Vivenda
existiu antes. Essa parceria em grupo, potencializa todos individualmente,
profissionaliza os pequenos negócios, possibilitando gerar um impacto positivo
em rede exponencial. Estamos honradas em oferecer um crédito mais justo para
nossos clientes. Que toda pequena reforma realizada seja a faísca para transformação
na qualidade de vida das famílias atendidas”, afirma Cristina
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