Especialista dá dicas de como promover a brincadeira no verão, atividade essencial de expressão das infâncias
As férias de verão chegaram e, em um ano marcado pela pandemia do
coronavírus, as atividades com as crianças e a valorização da infância se
tornaram ainda mais importantes. Com suas rotinas modificadas com aulas
remotas, encontros por meio da tela, vínculos e visitas suspensos, qual a
melhor maneira de vivenciar as férias e valorizar o brincar com as
crianças?
Brincar é antes de tudo um direito das crianças que deve ser garantido, mas
tornou-se uma ferramenta ainda mais importante de expressão e comunicação no
momento atual. “A brincadeira é uma maneira de explorar os sentimentos e as
emoções de bebês e crianças em suas infâncias. Diante de tantas mudanças
desse ano, aproveitar as férias para brincar é uma garantia de desenvolvimento
e bem-estar físico e emocional”, explica Sheila Pomilho, diretora do Marista
Escola Social Irmão Justino.
Novo normal e espaços
limitados
As brincadeiras sempre foram um momento importante de fortalecimento de
vínculos entre adultos e crianças e convivência social, seja em casa, na
escola ou em outros espaços. Porém, com a pandemia, esse cenário se modificou e
exige a presença ainda mais efetiva dos adultos. “No período de férias, a
criança gosta de estar com a mente livre, de poder interagir com os objetos,
criar suas próprias histórias e lembranças. Diante do novo cenário, é uma
oportunidade para os pais e famílias fortalecerem o vínculo”, reforça
Sheila.
Neste período, é essencial ter compreensão do momento que estamos vivendo.
“Férias é um tempo de muitas descobertas e possibilidades, o brincar estimula a
criação por meio de sons, cores e movimentos. Ao brincarem juntos, os vínculos
entre pais e filhos são fortalecidos”, afirma Sheila.
A especialista em dá dicas de como aproveitar as férias com brincadeiras
para todas as idades:
1) Use a imaginação
Mesmo sem qualquer recurso, é possível criar brincadeiras por meio da
imaginação, como contar histórias, montar cabanas, criar teatros, responder
perguntas apenas com palavras que comecem com seu próprio nome. Mímicas e
imitações também rendem bons momentos de diversão.
2) Materiais
reutilizáveis
Muitas das brincadeiras favoritas das crianças envolvem o processo de
criação e nessa hora vale utilizar diversos itens, utensílios domésticos,
potes de diferentes tamanhos, canos de PVC, retalhos de tecidos, que podem
virar diferentes brinquedos, caixas de papelão que podem ser transformadas em
uma cabana ou uma máquina de escrever ou caixas de sapato que podem virar
bonecos e bonecas. “A criança valoriza o processo de escolha ao decidir com
quais materiais quer criar, o que fazer e como fazer, esses momentos incentivam
ainda mais a autonomia, a criatividade e a imaginação”, reforça
Sheila.
3) Conte com a
natureza
Com a distância de espaços da natureza, aprender sobre a preservação também
pode render momentos de entretenimento em casa, além de serem importantes para
o desenvolvimento das crianças. Plantar em diferentes potes, mexer
na terra e com pedrinhas, olhar o céu, a mudança do tempo, o movimento
das nuvens, ouvir o canto dos pássaros e compará-los, sentir o
vento, observar e cuidar das flores, entre tantas outras
possibilidades fazem com que a criança entre em contato com esse
universo.
4) Convide as
crianças para lerem juntos
Quando o adulto lê para os bebês e as crianças, contribui para a criação de
hábitos de leitura, ajuda a desenvolver a imaginação, a criatividade e a
emoção, além de incentivar as habilidades comunicativas. Sheila afirma que “O
livro para a criança também é uma forma de brincadeira, por isso é importante
que o adulto disponibilize e de acesso, tendo o cuidado de preparar um ambiente
para que a criança se sintam motivada a ter essa experiência”.
5) Se aproprie do
mundo do faz de conta
Nessas férias é importante usar a imaginação, uma rodada de contação de
histórias, um desfile com chapéus de papelão ou até mesmo uma sessão de
fotografias com o celular. “O mundo do faz de conta já faz parte da criança, e
nada melhor do que o adulto demonstrar interesse por esse universo da criança
para entender as suas emoções e viver momentos divertidos e com significado”,
sugere Sheila.
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