Gestão Financeira pode salvar pequenas e médias empresas em tempos de crise



Em palestra online da Amcham Joinville, CFO da Celero fala sobre tema; 60% das PMEs fecham as portas nos primeiros cinco anos por falta de conhecimento financeiro

A crise econômica que chegou com a pandemia do covid-19 tem feito muitos negócios encerrarem suas atividades. Muitos deles são pequenas e médias empresas, conhecidas como PMEs.

Em palestra online na Amcham Joinville, o cofundador e CFO da plataforma de gerenciamento financeiro Celero, o administrador João Augusto Betenheuzer, avalia que faltam algumas ferramentas essenciais para que esses modelos de negócios funcionem. A questão se agrava em momentos de crise econômica, como o que estamos vivendo em função da pandemia. ‘‘O principal ponto de dificuldade das PMEs, com relação à gestão, é a organização’’, diz Betenheuzer.

‘‘As pessoas não conseguem se organizar para olhar para as informações financeiras por conta dos pontos críticos: falta de tempo, falta de conhecimento financeiro e falta de recurso para ter uma pessoa com conhecimento técnico. Quem não tem os números organizados, não consegue tomar decisão’’, afirma.

Segundo o especialista, em momentos de crise, como o atual, as pequenas e médias empresas precisam ter a consciência de custos e valores. ‘‘A gestão financeira acaba tendo sua importância ainda mais reforçada nesse período para demonstrar as informações e projeções do negócio, para que o empresário consiga tomar decisões estratégicas e possa se posicionar, colocar suas contas em dia e não permitir que a operação pare’’, pontua.

Além disso, em um país como o Brasil ainda tende a ser mais difícil sobreviver como pequena ou média empresa por conta da falta de educação sobre o tema. Segundo dados do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), 60%das PMEs fecham as portas em cinco anos. Além disso, de acordo com a Celero, 85% delasnão sabem como gerenciar suas finanças.

Durante a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, 90% dos pequenos negócios tiveram queda no faturamento. De acordo com a instituição, o tempo máximo de caixa positivo dessas empresas durante a pandemia tem sido, em média, de 12 dias.

Santa Catarina
O Estado, apesar de ter uma população economicamente ativa e ser um dos polos industriais do Brasil, também sofre com o isolamento físico. Para Betenheuzer, as PMEs catarinenses precisam focar no financeiro e olhar para o atendimento ao cliente. ‘‘As empresas precisam conseguir fazer a entrega de seus produtos ou serviços do jeito que o cliente precisa, se adequar às necessidades que eles estão precisando agora, flexibilizar negociação, oferecer outros meios de recebimento, cartões, financiamentos, enfim, tudo que for possível para conseguir fazer o melhor trabalho possível’’, diz.

Aos pequenos e médios empresários, João Augusto Betenheuzer ainda dá uma das dicas mais importantes para continuar com os negócios ativos. ‘‘É preciso ter calma nesse momento. Não podemos olhar para tudo que está acontecendo, ficarmos assustados e deixar o desespero tomar conta’’, afirma. ‘‘O empreendedor é responsável por muita gente, pela empresa, pela família dele, pela família dos colaboradores, fornecedores, clientes e todo mundo que está envolvido, então essa economia tem que ser tratada com muita calma. É preciso pensar e olhar para as informações de dentro do negócio, levantar os dados financeiros, respirar e se planejar’’, conclui.

Comentários