É o maior crescimento
em sete anos; preocupação com endividamento continua
Com
um ritmo mais acelerado, a concessão do aumento de crédito para pessoas físicas
tem crescido no Brasil. Mesmo com uma economia instável e um grande número de
desempregados, o país continua tendo giro, principalmente no comércio. De
acordo com um levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio (CNC),
com base em dados do Banco Central, entre janeiro e setembro de 2019, em termos
reais – quando se exclui a inflação – a concessão de crédito para pessoa física
aumentou cerca de 11%. Esse é considerado o melhor resultado desde 2012.
Para
o professor dos cursos de Direito e Economia do Centro Universitário Internacional
Uninter, Rodolfo dos Santos Silva, a elevação do crédito comercial pode ser
recebida como uma boa notícia pela população e pelo mercado. ‘‘Esse aumento no
crédito representa uma modalidade fundamental para a ampliação do consumo.
Representa uma forma de antecipação de um bem com a promessa de pagamento em
determinado tempo pré-estabelecido’’, disse o professor.
Apesar
do aumento do crédito, ainda é preciso estar atento para não se endividar. De
acordo com o especialista, há pouca elevação na qualidade do consumo e queda no
poder aquisitivo dos trabalhadores. Com isso, vem à tona a preocupação de que a
população se endivide ainda mais. ‘‘Só a concessão do crédito não basta, é
necessário que esse crédito seja acessível e barato, que promova de fato o consumo.
O risco é alto para quem concede, principalmente se não houver uma confiança
por parte das instituições bancárias e financeiras’’, conclui o professor.
Para
fazer com que a economia volte a crescer, assim como aconteceu com o crédito
para pessoas físicas, é preciso que o mercado acompanhe o sistema financeiro.
De acordo com Silva, o governo tem buscado reduzir os juros, mas é preciso um
esforço maior para acompanhar esse trabalho na mesma proporção.
‘‘Além
de um crédito acessível aos trabalhadores de baixa renda e também aos demais, é
importante pensar em estratégias para promover o consumo de produtos
manufaturados da indústria nacional, garantindo a geração de empregos, também
neste setor. A elevação do crédito tem que vir combinada com a geração de empregos,
garantindo renda, consumo e mais produção’’, finalizou o especialista.
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