Como
seria uma eleição comandada só por jovens, negros e negras e LGBTs?
Em
‘Eleições’, secundaristas se organizam para a corrida eleitoral que irá eleger
o comando do grêmio da escola. Quatro grupos de estudantes, com
opiniões e visões de mundo diferentes, criam propostas, debatem estratégias de
campanha e lutam por melhorias na escola. Os conflitos e tensões entre as
chapas revelam suas diferenças políticas, e a contundência da realidade
cotidiana convive com a resistência do sonho, da amizade e do direito de criar
caminhos para o mundo em que se acredita.
“Em
um ano de eleições no Brasil, Eleições acompanha uma eleição cujos
protagonistas são justamente quem está subrepresentado nas instâncias de
decisões políticas, a classe trabalhadora: mulheres, jovens, negros, negras,
comunidade LGBT. Além da baixa representatividade desses grupos no congresso
nacional, vivemos também um momento em que o jovem apresenta desconexão com o
nosso sistema democrático. Entramos em uma escola pública no centro de São
Paulo e acompanhamos um processo eleitoral com eles e elas. Para além do filme,
essa aproximação vem porque acredito que a construção democrática, o ato de
questionar e argumentar, de dizer não, e de coletivamente construir a
identidade de cada um, é importante. O desejo do filme foi o de fortalecer o
espaço de construção política do jovem dentro da escola, da escola ser cada vez
mais este espaço de reflexão crítica” diz a diretora.
As
filmagens aconteceram na Escola Estadual Doutor Alarico Silveira, no bairro da
Barra Funda em São Paulo. O trabalho da direção do filme com os alunos foi
muito intenso. A equipe visitou a escola todos os dias durante três meses, e
ficaram totalmente absorvidos pelo ritmo da escola, sua dinâmica de
funcionamento e não apenas as questões que todo o processo de eleição do novo
grêmio trazia, mas também os conflitos individuais que os adolescentes vivem. “Foi
um trabalho de muita troca e conversa, um processo de escuta e de respeitar o
caminho que os jovens estavam levando o filme.” explica Alice.
“Acredito
na escola pública, seu potencial, e na experiência da escola pública para a
formação de um cidadão com reflexão crítica da sociedade. O filme propõe que a
escola pública deve ser olhada com carinho. Ela tem inúmeros problemas mas o
que ninguém tira dela são as pessoas, alunos e funcionários, que recriam os
espaços. A escola é um microcosmos que reflete o macro, e potencializar a
experiência da escola é fundamental para construir o país que queremos”, ela complementa.
“Eleições” estreia
dia 14 de março de 2019 e será distribuído para todo o Brasil pela Olhar
Distribuição.
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